MIRADOURO 34 / 2014
MOSTO
Setembro é
desde sempre e por excelência o mês das vindimas.
O nosso clima
temperado mediterrânico é talvez o mais indicado ao cultivo da vinha e do vinho
e, um pouco por todo o país, se colhe o que a terra proporciona de abundância.
Também na
minha terra, Cabeção, ainda que com menos produtores e menos vinhas do que há
anos não muito distantes atrás, se assiste a um afadigamento que reconheço
desde os primeiros anos da minha existência. Agora já não com o tráfego de mulas
e carroças mas, ainda assim, se reconhece a familiar labuta ainda que assumindo
outros registos.
Também da
“Adega Afonso Croca” se libertam os calores dos mostos em fermentação. A quase
totalidade das talhas acolhe a elaboração de néctares que, lá mais para meados
de Novembro, poderão vir a ser saboreados.
O corpo sente-se
amansado por imperativo do cansaço mas, mais uma vez, o ritual foi cumprido.
Assim é a Terra.
Mesmo que
global e sucessivamente agredida, quando mimada pelo cuidado e desvelos de quem
a semeia e cuida, acaba sempre por retribuir.
Porque um
espírito profundo e benfazejo a anima e poder partilhar disso é aceder à
maravilhosa dimensão da poesia.
MJC
4 comentários:
Hoje vai em chinês:
Tchin, tchin.
Permanecem em mim as sensações que descreves...
principalmente o cheiro do mosto!
E já passaram mais de 50 anos!
No Pinhal Novo, como em Cabeção!
Abraço,
António
Para o efeito o chinês também dá.
Tchin, tchin.
Pois é, o mosto tem um cheiro peculiar, muito "impressivo" e que com alguma facilidade se memoriza.
Abraço
Manuel João Croca
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