Portugal e o
Brasil têm em comum essa intrigante curiosidade de estarem rodeados (quase) por todos os lados pelas línguas espanholas e o Atlântico.
Sentimos o Galego como o irmão mais velho da Língua Portuguesa. Por
detrás delas, uma imensa herança linguística, comum na sua maior parte, onde se
reconhecem algumas particularidades, conforme as influências históricas
sentidas mais a norte ou a sul do território luso-galaico.
À nossa frente um auspicioso caminho conjunto que se
constitui por uma das grandes frentes linguísticas mundiais com possibilidades
de amplo crescimento, fortalecimento.
Apoiamos absolutamente a causa dos irmãos galegos contra qualquer
tentativa de colonização linguística. Vemos a Galiza como um parceiro lusófono
absolutamente indispensável, social, político, económico.
Sentimos que o castelhano, as línguas espanholas, fazem parte integrante
da família. Tal como são o catalão, o basco e as dos demais países
latino-americanos!
Mais do que o respeito, a fraternidade, é um dever que nos compete a
todos. Não vemos razão alguma para estarmos de mãos apartadas, antes temos o
imperativo de intensificarmos relações aos mais diferentes níveis e, desde
logo, ao nível da Língua.
Com a maior consideração pelas identidades regionais, apoiamos uma total
aproximação entre todos os países luso-castelhanos para, logo, podermos abraçar
todas as línguas, todo o mundo.
Antes de mais, há que concretizar a afirmação linguística em cada uma
das partes que nos constitui.
Luís Santos
4 comentários:
Gostei muito de ler este artigo. Bem pensado e claro.
E está Viva. Parabéns.
Concordo contigo em tudo o que dizes, menos quando escreves: "há que concretizar a afirmação linguística em cada uma das partes que nos constitui", fica-me uma dúvida:
Como podemos concretizar essa afirmação se vamos atrás de quem queria um Acordo Ortográfico e depois recuou (Brasil) e, agora, temos uma salganhada em que (quase) ninguém se entende?
Abraço,
António
Quanto ao Acordo Ortográfico, o Brasil apenas adiou a sua entrada em vigor, se bem me lembro, para 1 de Janeiro de 2016, de forma a estar a par com Portugal. Como é sabido essa é a data em que no nosso país o AO tomará forma de lei definitiva.
Depois da confusão instalada no nosso país pela má condução política de todo este processo de implementação do AO, depois de todas as dúvidas, recuos e frágil assumir de uma questão da maior importância para todos nós os da Língua Portuguesa, mas também porque a oposição no nosso país ao AO ganhou significativa dimensão, o Brasil acabou por tomar uma posição que me parece muito pertinente, pois teria de carregar com o (des)acordo sozinho, não fosse o "Não" ganhar o debate por cá instalado. Debate que, já agora, aconteceu por meritória força da sociedade civil que, neste caso, muito contrariou a inépcia das lideranças políticas.
Quanto à frase de que discordas, estava a pensar, sobretudo, em termos de identidades regionais, ou seja, nos problemas da Língua na Galiza, mas também no País Basco e na Catalunha, e nas relações com a administração central espanhola, castelhana, que, como sabemos, vêm-se debatendo com questões muito delicadas que se estendem para lá da Língua.
E, pronto, esperando que agora tenha sido um pouquinho mais claro, Abraço.
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