Escultura de Clara Menéres na Fundação Calouste Gulbenkian
ERVA VERMELHA
O poema hoje nasceu sem poeira
Na relva vermelha do corpo
Já chove onde menos se espera
Seco o ar na humidade do umbigo
flores de orvalho nos cabelos
Abro os braços
Para correr no mar
Não posso entrar no oceano
estou entrando em ti
Sou agnóstico de Deus
Sempre que a questão não se põe
Tenho fé, uma fé humana
Infindável
Nos outros dias tenho fé
Uma fé imensa
Em todos os Deuses
Que evitam as guerras os outros
ontem esqueci
Viajo por enquanto no comboio do tempo
Atravesso já lentamente
A ponte 25 de Abril Sou do sul
Venho de lá Onde a areia dos seios
Cola a alma da tua Ameixa vermelha
Mulher relva
Voltaremos um dia
Pelo almoço dos pássaros Amados
Cascais vibra por mim o dia na relva
aparada
na pedra nua, a cal das paredes da tua
casa
em Cascais se a minha vida fosse uma
mulher serias tu,
flor amor sagrado quero que chegues
a minha alma espera a coxa graduada por
entre
as ancas no galope desta tarde sagrado
Jardim
Parque sobre o Oceano barcos à vela
tão lindo este dia cinzento
Jose Gil
Em Viagem, Comboio Fertagus 17h
28-2-2018
Sem comentários:
Enviar um comentário