Esta madrugada, à saída de uma mesquita onde rezara a primeira oração, o Xeique Amhed Yassin, líder espiritual e fundador do Hamas, foi morto por um míssil disparado a partir de um helicóptero do exército israelita.
Fico perplexo pela onda de condenação que percorreu o mundo ocidental, como nunca antes o fizera em relação ao malogrado homem que tantas vezes instigou e esteve directamente implicado em atentados que vitimaram centenas e centenas de civis inocentes.
É claro que não podemos sentir qualquer regozijo pela morte de uma pessoa, mas não podemos chorar a perda de alguém que vivia cheio de ódio e maldade e que zelosamente dedicara a sua vida a levar a morte e o sofrimento ao seu semelhante.
Não sou capaz de prever as consequências deste acto, se bem que a logo proclamada vingança por parte do Hamas seja uma reacção natural e esperada.
Mas este desaparecimento pode muito bem polarizar uma coligação entre os vários terrorismos islâmicos e as diversas forças que se confrontam em diferentes partes do mundo com populações não muçulmanas.
Que isto é um episódio da guerra mundial, não tenho a menor dúvida. O que não sei é se este contribuirá para a estancar ou atear um pouco mais.
A Al-Qaeda já apelou ao ataque sobre os Estados Unidos da América, o grande aliado dos israelitas.
Para quem tinha dúvidas sobre a conexão da rede de Bin Laden e o conflito israelo-palestiniano, aí está.
Mas o mais curioso é a bandeira da Autoridade Palestiniana a meia haste e o reconhecimento que dele fizeram os seus mais altos responsáveis, de Arafat ao primeiro-ministro, considerando-o um ilustre representante e agora mártir da causa da independência.
Quer dizer, afinal o senhor Arafat reconhece os métodos do Hamas e considera-os legítimos, com isso dando o braço político ao terrorismo.
Ao mesmo tempo, as brigadas de Al-Aqsa, o braço armado da Fatha, a facção próxima do Presidente e que, supostamente, este controlará, juram vingança com o que reconhecem a proximidade face aos ideais do velho xeique.
Perante isto, levantam-se as vozes a condenarem Israel e a exigirem que retire as suas tropas da Faixa de Gaza.
Ah mundo doido que teimas em não querer fazer da felicidade uma busca para todos os homens.
E eu que vivo tão encantado e feliz com os meus tesouros.
Na sexta-feira os alunos tiveram as aulas de música e moral e, dado o ensaio geral da patinagem, nada mais fizeram.
Hoje houve estudo do meio e exercícios com números e contas de somar.
Eu gosto do vento fresco destas primeiras noites da Primavera.
Alhos Vedros
22/03/2004
Sem comentários:
Enviar um comentário