quinta-feira, 2 de agosto de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria C


Olival Autor António Tapadinhas

Óleo sobre Tela 30x40cm

Na pintura, o artista procura transmitir mensagens e emoções, tanto mais eficientes quanto menos utilizar a muleta da escrita ou da fala, para a sua interpretação. De tal maneira, que para apreciar a qualidade do pintor, deveria ser suficiente analisar a sua obra. O que é uma tarefa impossível - só o tempo dá a exacta medida do seu real valor. Por agora, tudo é considerado Arte - um imenso saco onde convivem ovas de carapau com caviar, lixo com obras-primas, dependendo de lóbis, partidos, camas, tachos… E não são os críticos que nos podem ajudar: o fantasma de Nadar paira sobre eles. Em 1874, o fotógrafo Nadar acolheu no seu estúdio uns quadros que pareciam inacabados, pintados ao ar livre, com pinceladas rápidas e nervosas, plenas de matéria e de cores puras, fortes e contrastantes. Estas pinturas eram sistematicamente recusadas pelos académicos que seleccionavam as obras que tinham qualidade para figurar no Salon, a grande mostra que se realizava de dois em dois anos, em Paris. Na primeira exposição das obras recusadas, um jovem pintor, Monet, apresentou uma cena marinha a que chamou “Impressão - Sol nascente”. Um crítico conceituado (Louis Leroy) considerou um papel de parede mais elaborado do que aquela obra, num cáustico e corrosivo artigo intitulado: “A Exposição dos Impressionistas”. Ironicamente, esta expressão depreciativa começou a ser utilizada para definir o género de pintura que se transformou numa das mais valiosas da actualidade. No top das obras vendidas estão alguns desses artistas recusados do Salon e, entre elas, destacam-se “Retrato do Dr. Gachet" e “Auto retrato sem barba”, de Van Gogh, que em toda a sua vida vendeu apenas um quadro. Foi sustentado pelo seu irmão Theo que encheu a casa de obras que não conseguia vender.
Sempre me fascinou o trabalho de Van Gogh.
Depois de ler as suas cartas, com a descrição dos seus mais profundos sentimentos, para além de me fascinar, comove-me…
Esta obra é a minha homenagem a Van Gogh, do qual digo, como diria Óscar Wilde:
Não tenho nada a declarar a não ser a sua genialidade!

Despeço-me de todos, deixando-os em boa companhia. Depois de cem semanas ininterruptas em que a galeria se manteve aberta, vou encerrá-la para umas merecidas férias. Façam-me o favor de ser felizes!


5 comentários:

luis santos disse...

Boas Férias e Abraço.

Luís F. de A. Gomes disse...

E é não só uma boa homenagem ao Mestre, como uma despedida que, nas oliveiras que recria tão dignamente recria, nos deixa um sinal de paz.

Sendo assim, resta-me agradecer a generosa partilha de uma pequena parte do teu trabalho que tanto alindou este simpático espaço de liberdade, com a certeza de que as quintas-feiras sentirão a falta.

Tudo de bom para ti, companheiro
Luís Gomes

A.Tapadinhas disse...

Luís: Bom abraço... e férias sem subsídio...

António

A.Tapadinhas disse...

Luís F. de A. Gomes: O nosso amigo Luís (o Santos da casa, que faz milagres) e tu, principalmente, foram os "culpados" da Galeria d´Arte ficar aberta tanto tempo: os vossos comentários, as lições que eles encerravam, eram um bom motivo para eu continuar e sempre a principal razão para eu mostrar os meus trabalhos.

Cem semanas são ... dias ...minutos e 60.480.000 segundos!

Mereceram cada um dos meus segundos!

Abraço,
António

Anónimo disse...

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