“Paralizado
De Pensamento À Ilharga”
De
tanta preguiça quase paralizo o pensar
Cuspo
nos calos inexistentes da palma da mão
Levito
carregado de leveza quase esterelizada
Passo
pelas brasas a qualquer momento
Durmo
uma sesta imaginária até de pé
Equilibro-me
como uma bailarina de ballet
Ando
aos saltinhos ao longo da linha divisória
Meto-me
dentro de uma lamparina de génio
Oiço
musica sair-me pelo ouvidos sem alarido
Mexo
a mixórdia mais uma vez e mais outra
Fabrico
um perfume que cheira a todos os odôres
Fixo
o olhar num determinado ponto de vista
Lembro-me
de fórmulas que nunca antes soube
Recorda-me
quando remava contra qualquer maré
Submeto
o cérebro semidecadente à cirurgia da perfeição
Matriculo-me
num instituto para cegos que não querem vêr
Roço
paredes com as esquinas mais pontiagudas da cabeça
Limo
arestas ainda cheias das mais ignóbeis teimosias
Alargo-me
expansivamente numa tentativa de abarcar tudo
Abro
os neurónios ao máximo à cultura actual da globalização
Aspiro
tornar-me livre de tanta ignorância que ainda me veste!...
Escrito
em Luanda, Angola, a 30 de Julho de 2012, por manuel de sousa, em Homenagem a
uma das Máquinas mais Perfeitas da Criação e da Natureza dos Sêres, o Cérebro!
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