domingo, 25 de janeiro de 2015

 
 
MIRADOURO 04 / 2015
 
 
Acabei de ler o mais recente romance de José Luís Peixoto que dá pelo título de “GALVEIAS” e gostei bastante.
Com este livro pretenderia o Autor, entre outras coisas, homenagear a sua terra natal e as suas gentes, mostrar maneiras de viver que precisam ser mostradas, contadas, para que o mundo não as esqueça e as saiba.
O Alentejo - e as suas gentes – precisa de quem, dele sendo e seu o fazendo, lhe cante o sentir profundo.
As dores que alberga os sonhos que por ali germinam.
Galveias é uma pequena freguesia vizinha daquela onde nasci.
O universo é o mesmo.
As paisagens, as gentes, os trabalhos, as cismas e arrelias são os mesmos.
Enquanto percorria as páginas do livro senti-me em casa.
Esta é uma das maneiras possíveis para dizer que, na minha opinião, a homenagem que o celebrado Autor pretendeu prestar foi plenamente conseguida e, nesse registo, permito-me sugerir a sua leitura.
Façam-no e vão ver que não se arrependem.
Deixo aqui dois pequenos excertos que (talvez) possam aguçar o apetite.
 

“Todos temos um lugar onde a vida se acerta. Cada mundo tem um centro. O meu lugar não é melhor que o teu, não é mais importante. Os nossos lugares não podem ser comparados porque são demasiado íntimos. Onde existem só nós os podemos ver. Há muitas camadas de invisível sobre as formas que todos distinguem. Não vale a pena explicarmos o nosso lugar, ninguém vai entendê-lo. As palavras não aguentam o peso dessa verdade, terra fértil que vem do passado mais remoto, nascente que se estende até ao futuro sem morte.” (pág.202)

 
“Galveias sente os seus. Oferece-lhes mundo, ruas para estenderem idades. Um dia, acolhe-os no seu interior. São como meninos que regressam ao ventre da mãe. Galveias protege os seus para sempre.”  (pág. 215)


Manuel João Croca

5 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Gosto das terras que protegem os seus para sempre...

e das gentes que amam a sua terra...

O teu caso, sem dúvidas...

Abraço,
António

MJC disse...

Pois é, o sentido de pertença por vezes salva-nos de muitos naufrágios.

Abraço.

Manuel João

Gil disse...

Tens razão MJC... mas por vezes perdemos esse sentido de pertença a algo, ou a algum lugar
Abraço
Fernanda

P.S.: emprestas-me o livro? :)

MJC disse...

Claro que empresto Fernanda, está desde já ao teu dispor. É só combinarmos.
Beijo.

Manuel João Croca

Gil disse...

ok, obrigada