MIRADOURO 10 / 2015
Creio
que foi ontem ou anteontem que entidades oficiais divulgaram que a disparidade
de salários entre homens e mulheres com idênticas funções profissionais se
acentuou. Quer dizer as mulheres ganham menos.
Justificação
para isso? Não há, talvez porque não possa haver.
E
assim continuamos a retroceder.
É
o BES e o GES, a PT e a Segurança Social e as Contribuições Fiscais de
paladinos do rigor implacável no cumprimento das obrigações ao Estado, … em
tudo o que se mexe exala um insuportável odor a merda. Fica a sensação, que se
sabe certeza, de que por cada novo escândalo que se revela muitos outros se
mantêm na sombra.
Perante
a revolta impotente da população os mandantes do País, seja no plano político
seja no económico, continuam a chafurdar no pântano e na promiscuidade. Figuras
proeminentes do regime e do sistema até ontem apresentados como referências de
capacidade, excelência e sucesso, afinal … fica o sentimento de impunidade para
os “poderosos”.
Recentemente
foi divulgada mais uma sondagem de intenções de voto.
Mais
do mesmo:
Empate
técnico entre o PSD/CDS e o PS, os partidos mais votados a larga distância dos
restantes;
O
PCP mantem o seu eleitorado talvez com ligeira subida;
O
BLOCO talvez mantenha os seus deputados;
O
LIVRE pode eleger um ou dois deputados;
O
PAN também poderia eleger deputados mas, entretanto, partiu-se;
O
MRPP apesar de ter vindo a subir talvez ainda não seja desta que consegue
representação parlamentar;
E
o partido do Marinho Pinto é uma incógnita que talvez venha a surpreender.
O
exercício do “poder” mantém-se.
Foto: Edgar Cantante
Juntar
forças e esforços na construção de um programa político para um possível
governo de esquerda susceptível de se afirmar como alternativa?
Pelos
vistos não se acha necessidade ou que existam condições para isso.
Antes
pelo contrário, a Joana Amaral Dias anunciou recentemente a sua saída do
“Juntos Podemos” (será assim que se chama?) para formar o “Agir Agora”.
Provavelmente com o propósito de também ela “unir as esquerdas” e conseguir ser
eleita deputada.
Também
na chamada “sociedade civil” se detecta uma grande dificuldade de convergência
e criação de cinergias. Tenho pensado muito nisto e nas causas que lhe dão
origem. Será só um problema de egos e protagonismos ? uma ressaca prolongada à tentativa
de domesticação do livre pensamento sintetizada na máxima “o colectivo é tudo,
o individual não é nada”?
Não
sendo especialista em analisar esses assuntos, não consigo chegar a uma
resposta que me satisfaça mas, pelo que consigo perceber, estamos cada vez mais
pobres e dependentes, menos livres, mais desesperançados e tardam vontades para
tentar construir uma alternativa que possa substituir-se à alternância.
Mas,
porque há efemérides que vale a pena comemorar também eu brindo ao Dia
Internacional da Mulher.
Com
os votos de que possamos olhar e caminhar noutras direcções com Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
Manuel João Croca
Foto: Manuel João Croca
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