domingo, 8 de março de 2015



MIRADOURO 10 / 2015

Creio que foi ontem ou anteontem que entidades oficiais divulgaram que a disparidade de salários entre homens e mulheres com idênticas funções profissionais se acentuou. Quer dizer as mulheres ganham menos.
Justificação para isso? Não há, talvez porque não possa haver.
E assim continuamos a retroceder.
É o BES e o GES, a PT e a Segurança Social e as Contribuições Fiscais de paladinos do rigor implacável no cumprimento das obrigações ao Estado, … em tudo o que se mexe exala um insuportável odor a merda. Fica a sensação, que se sabe certeza, de que por cada novo escândalo que se revela muitos outros se mantêm na sombra.
Perante a revolta impotente da população os mandantes do País, seja no plano político seja no económico, continuam a chafurdar no pântano e na promiscuidade. Figuras proeminentes do regime e do sistema até ontem apresentados como referências de capacidade, excelência e sucesso, afinal … fica o sentimento de impunidade para os “poderosos”.
Recentemente foi divulgada mais uma sondagem de intenções de voto.
Mais do mesmo:
Empate técnico entre o PSD/CDS e o PS, os partidos mais votados a larga distância dos restantes;
O PCP mantem o seu eleitorado talvez com ligeira subida;
O BLOCO talvez mantenha os seus deputados;
O LIVRE pode eleger um ou dois deputados;
O PAN também poderia eleger deputados mas, entretanto, partiu-se;
O MRPP apesar de ter vindo a subir talvez ainda não seja desta que consegue representação parlamentar;
E o partido do Marinho Pinto é uma incógnita que talvez venha a surpreender.
O exercício do “poder” mantém-se.


Foto: Edgar Cantante

Juntar forças e esforços na construção de um programa político para um possível governo de esquerda susceptível de se afirmar como alternativa?
Pelos vistos não se acha necessidade ou que existam condições para isso.
Antes pelo contrário, a Joana Amaral Dias anunciou recentemente a sua saída do “Juntos Podemos” (será assim que se chama?) para formar o “Agir Agora”. Provavelmente com o propósito de também ela “unir as esquerdas” e conseguir ser eleita deputada.
Também na chamada “sociedade civil” se detecta uma grande dificuldade de convergência e criação de cinergias. Tenho pensado muito nisto e nas causas que lhe dão origem. Será só um problema de egos e protagonismos ? uma ressaca prolongada à tentativa de domesticação do livre pensamento sintetizada na máxima “o colectivo é tudo, o individual não é nada”?
Não sendo especialista em analisar esses assuntos, não consigo chegar a uma resposta que me satisfaça mas, pelo que consigo perceber, estamos cada vez mais pobres e dependentes, menos livres, mais desesperançados e tardam vontades para tentar construir uma alternativa que possa substituir-se à alternância.
Mas, porque há efemérides que vale a pena comemorar também eu brindo ao Dia Internacional da Mulher.
Com os votos de que possamos olhar e caminhar noutras direcções com Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Manuel João Croca


Foto: Manuel João Croca

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