MIRADOURO 11 /2015
SIM, É DE AMOR QUE FALO,
ou uma antecipada comemoração do Dia Mundial da Árvore e da Floresta
(Foto de Joaquim
Raminhos)
Sempre jovem e rainha
índia-mulher de cabelos
ao vento,
animal que se agita
no ritmo dos dias e das
marés.
Maquilhada pelos
desvelos das estações
que te moldam forma e
ser
ensinas-nos sem verbalizar,
a ética de quem germina
sem intenções de
colher.
Dizes-nos
- na tua fala diferente
-
na fala animada das
folhas
tamborilando nos ramos,
artérias do tronco-raiz
que em terra se afunda e
funda
em missão de servir.
Arquitectura viva em
transformação,
beleza, seiva, flor e
fruto,
sombra, lenha, madeira,
pão.
Pousada de quem se
abriga
poema em construção
que uns soletram e
outros não.
Companheira de mil sóis,
luas,
brisas paridas da
folhagem,
frios que temperam, calores de rachar,
anéis que marcam o
tempo
em memórias de ti e de
nós
que não precisas
contar.
Manuel João Croca
2 comentários:
Precisas de nos contar, para ficar guardado nos anéis da nossa memória, os teus pensamentos em forma de poema... Este tem a força telúrica do tronco-raiz
O Dia Mundial da Árvore, ou outro dia qualquer, é um bom pretexto.
Abraço,
António
Amigo António,
a gente vai contando o que a vida nos trás ou o que dela vamos reparando.
Abraço.
Manuel João Croca
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