Rhapsody in Blue, António Tapadinhas, Óleo sobre Tela, 80x100 cm |
Inalo ainda as frases de incenso
parábolas
na boca incinerada e abrangente.
Corro num azul incoerente, semântico
e estético, discreto mas incogniscível. É incrível
o vazio, o espaço azul, o espectro
do incomensurável interior do azul. É incrível
a ordenada inscrição dos signos
na floresta indizimável das palavras. É incrível
a fenda aberta a fogo nos cristais do corpo
indestrutível.
A água ilesa e eficaz navega a íris incrédula
e dissonante. O mar indiscernível pensa.
Pensa a indecifrável fórmula do peixe perfeito,
pensa a inconcebível arquitectura do navio inato,
o mar indiscernível pensa a construção
definitiva
da onda que se desfaz.
José Beiramar
2 comentários:
Provavelmente um dos melhores conjuntos publicados nesta rúbrica ou, pelo menos, eu gosto muito.
Abraço aos dois.
Manuel João Croca
M.J. Croca: Poeta e pintor agradecem os elogios.
Abraço,
António
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