domingo, 23 de agosto de 2015


MIRADOURO 28 / 2015

(esta rubrica não respeita as normas do acordo ortográfico)



Foto: José Manuel Castro Moura


OBSERVAÇÕES


Fim de tarde.
As cores minimizaram-se até quase se fundirem numa só onde a luz se vem banhar e reflectir-se em ilusões de pluralidade.
Com o movimento langoroso do mar que desfalece na areia, como num abraço sem estreitamento, há algo que bule em soletrar interno.
Algo que exacerba a individualidade plural que nos habita.
Algo que fala de adeus e de distância até se calar porque o caminho virou-se para dentro e deixou de ser físico o longe ou o perto.
Ali fica, brevemente, até refluir para voltar de novo, tornar a refluir e tornar a voltar, ininterruptamente, respondendo ao imperativo maior das marés ou ao mistério insondável do que não sabemos mas nos habita.

Manuel João Croca

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