Se me sento hoje para escrever nestas páginas é porque quero aqui registar o espectáculo que vimos no Centro Cultural de Belém.
Mayumana, um grupo israelita de dança e música que nos presenteou com noventa minutos de movimentos corporais e jogos de luz e penumbras, ao som de percussão executada em objectos tão vulgares como mesas ou caixotes do lixo e armações de camas metálicas ou simples tubos de plástico.
Para nós foi o bis consciente, pois víramos a primeira apresentação deste mesmo espectáculo, no mesmo local, há perto de dois anos.
Mas eu ainda gostei mais do que na primeira vez. Então, a surpresa foi tanta que quase impediu o doce saborear da sucessão de peças. Avisado que estava, esta foi a oportunidade para me deixar levar no devaneio da brincadeira alheia.
Toda a família voltou a aplaudir de pé, cheia de entusiasmo.
Mas batemos com o nariz na porta no museu da criança. Fomos de manhã, com o intuito de ali nos divertirmos com as miúdas, mas o Museu da Marinha, onde aquela unidade e o Planetário se inserem, está fechado aos feriados.
Horários feitos a pensar nas famílias. E em Lisboa que até tem visto crescer significativamente o número de turistas. Eram tantos os que cirandavam por ali.
Estivemos uns cinco minutos à espera da mesa para o almoço, na Portugália. Uma insignificância, pela prenda de comermos com vista sobre uma regata, na foz do Tejo, com o Sol enfatizando o verde das colinas, na outra margem.
Ao fim da tarde, regressámos satisfeitos e conversadores, com o pai, cheio de boas intenções a querer que as filhas ouçam outras músicas e as caramelas a reclamarem pela Mega FM.
Infelizmente, sofremos o engarrafamento provocado por mais um grave acidente que envolveu quatro viaturas e, apurámos nas notícias, produziu duas mortes. Mais um desenlace fatal da incivilidade que campeia entre nós.
Agora está na hora das gatinhas lavarem os dentes e se estenderem entre os lençóis.
O pai ainda tem uma entrevista de Vargas Llosa para ler.
Alhos Vedros
01/11/2003
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