QUANDO AS BISBILHOTICES SÃO DOCES
É uma vergonha, diz o Embaixador de Israel, em Lisboa e com razão; é uma vergonha que os cidadãos europeus considerem que aquele estado é o maior perigo para a paz mundial. É uma vergonha e deveria deixar os nossos líderes preocupados, acrescenta o diplomata.
Subscrevo, mas não me admiro com o resultado. Há muito que o discurso dominante nos media é favorável aos palestinianos, geralmente vistos como vítimas do ocupante e opressor israelita.
E como estranhar que assim seja quando a Internacional Socialista, sem dúvida alguma influente nos destinos políticos de muitos países da União Europeia, aceita receber como par um movimento como aquele que desde a independência ocupa o poder em Angola?
Depois de homens como Mitterrand e Craxi, só poderiam chegar um dia as personagens manchadas de sangue.
A linha que separa o pragmatismo da falta de princípios, tantas e tantas vezes, tem a natureza da linha do Equador.
Mas isto tem a ver com a ambiência cultural em que se forma uma espécie de militância anti-colonialista a respeito de Israel.
O que é, de facto, uma vergonha.
Há um legado judaico nas pedras basilares da civilização em que vivemos.
E se uma tal ingratidão não fosse suficiente para fazer corar o mais descarado, esquecemo-nos do terrorismo que perpetrou os massacres de onze de Setembro ou de tiranias totalitárias e assassinas como, por exemplo, a Coreia do Norte.
Estes humanos são loucos.
Novembro agiganta as sombras
e as temperaturas atmosféricas
começam a dirigir-se para os casacos de Janeiro.
Foi isso que eu senti, esta manhã, quando fui esperar a Margarida, no Fogueteiro.
O piolhinho vai usar um aparelho corrector nos dentes.
Mas hoje há novidades da caloira.
Depois das colagens e desenhos ilustrativos das palavras dadas, os alunos aprenderam o número um. Repetiram o grafismo e fizeram-no corresponder à quantidade que representa.
Não houve trabalho para casa.
O pardalito não sentiu qualquer dificuldade. Enquanto subíamos os degraus, disse que já sabia o que é o um e como se escreve.
“-Então Matilde, conta lá o que aconteceu.” –Começou a Margarida, enquanto lhe dava a beijoca de boas vindas e continuou de imediato: “-Ouvi dizer que a Cátia deu uma chapada à Catarina durante o intervalo. Viste o que se passou?”
E enquanto eu fui preparar-me para o almoço, as manas lá foram dando conta da bisbilhotice a caminho do quarto.
E a Dona Rosário que as enche de mimos, foi atrás para que as gatinhas não se atrasassem que a comidinha quentinha nunca fica bem se esperar muito.
Forever young
forever young
may you stay
forever young
Dylan, on his best days
para que a noite também tenha estrelas no tecto deste quarto.
Alhos Vedros
04/11/2003
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