terça-feira, 26 de abril de 2016

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

QUANDO AS BISBILHOTICES SÃO DOCES

É uma vergonha, diz o Embaixador de Israel, em Lisboa e com razão; é uma vergonha que os cidadãos europeus considerem que aquele estado é o maior perigo para a paz mundial. É uma vergonha e deveria deixar os nossos líderes preocupados, acrescenta o diplomata. 
Subscrevo, mas não me admiro com o resultado. Há muito que o discurso dominante nos media é favorável aos palestinianos, geralmente vistos como vítimas do ocupante e opressor israelita. 
E como estranhar que assim seja quando a Internacional Socialista, sem dúvida alguma influente nos destinos políticos de muitos países da União Europeia, aceita receber como par um movimento como aquele que desde a independência ocupa o poder em Angola? 
Depois de homens como Mitterrand e Craxi, só poderiam chegar um dia as personagens manchadas de sangue. 
A linha que separa o pragmatismo da falta de princípios, tantas e tantas vezes, tem a natureza da linha do Equador. 
Mas isto tem a ver com a ambiência cultural em que se forma uma espécie de militância anti-colonialista a respeito de Israel. 
O que é, de facto, uma vergonha. 
Há um legado judaico nas pedras basilares da civilização em que vivemos. 
E se uma tal ingratidão não fosse suficiente para fazer corar o mais descarado, esquecemo-nos do terrorismo que perpetrou os massacres de onze de Setembro ou de tiranias totalitárias e assassinas como, por exemplo, a Coreia do Norte. 

Estes humanos são loucos. 



Novembro agiganta as sombras 
e as temperaturas atmosféricas 
começam a dirigir-se para os casacos de Janeiro. 

Foi isso que eu senti, esta manhã, quando fui esperar a Margarida, no Fogueteiro. 



O piolhinho vai usar um aparelho corrector nos dentes. 



Mas hoje há novidades da caloira. 

Depois das colagens e desenhos ilustrativos das palavras dadas, os alunos aprenderam o número um. Repetiram o grafismo e fizeram-no corresponder à quantidade que representa. 
Não houve trabalho para casa. 

O pardalito não sentiu qualquer dificuldade. Enquanto subíamos os degraus, disse que já sabia o que é o um e como se escreve. 



“-Então Matilde, conta lá o que aconteceu.” –Começou a Margarida, enquanto lhe dava a beijoca de boas vindas e continuou de imediato: “-Ouvi dizer que a Cátia deu uma chapada à Catarina durante o intervalo. Viste o que se passou?” 
E enquanto eu fui preparar-me para o almoço, as manas lá foram dando conta da bisbilhotice a caminho do quarto. 
E a Dona Rosário que as enche de mimos, foi atrás para que as gatinhas não se atrasassem que a comidinha quentinha nunca fica bem se esperar muito. 



Forever young 
forever young 
may you stay 
forever young 

Dylan, on his best days 
para que a noite também tenha estrelas no tecto deste quarto. 


 Alhos Vedros 
  04/11/2003

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