Essencialmente, Portugal é um país cristão e, neste sentido, os portugueses são "mensageiros" de cristo, da paz universal, do Amor. Quem não perceber isto, não percebe nada. Foi esta a ideia dominante que norteou a consolidação de Portugal como território independente, da mesma forma que o Projeto da expansão ultramarina portuguesa. O que não é contraditório com o facto de hoje nos constituirmos como um estado laico. A ideia de Cristo sobre a importância do Amor e de fraternidade universal entre a humanidade, é muito superior à ideia de luta de classes como motor da história, embora no fundo, bem lá no fundo, não sejam excludentes uma da outra. Essencialmente, ser cristão é o mesmo que ser socialista. Mas cremos que o marxismo é, em larga medida, uma insuficiente necessidade histórica, uma interpretação desviada do cristianismo primitivo, dados os erros do catolicismo inquisitorial, do desenvolvimento do protestantismo religioso e do maquiavelismo político. A inquisição católica ao segregar outros credos religiosos, outras lógicas, racionais ou não, de compreensão do universo, transviou-se. Ser católico, por definição, é ser universal e não se pode ser universal sem o reconhecimento do outro, da sua razoabilidade, da diversidade cultural que nos constitui. Por isso, é que enquanto marxistas, socialistas, anarquistas (e aqui relembrando Proudhon, Bakunin, etc, mas sem entrar no debate da diversificação da filosofia anarquista), não aprenderem a dar a mão a uma ideia religiosa, ecuménica, que os ultrapassa, mas que igualmente seja extensível a ateus, não poderão atingir uma proposta de organização social, de Vida, pouco mais que sofrível. Todos, cristãos ou islamitas, indús, budistas ou ateus, precisam de saber que as liberdades essenciais são valores absolutamente inalienáveis, a liberdade até de não ser livre. Os portugueses precisam não esquecer o essencial espírito ecuménico que sempre os caracterizou, pois que faz parte da sua primordial natureza cultural, criando etapas primeiras de uma ininterrupta expansão que já não (só) ultramarina. É a isto que, na senda de muitos outros, chamamos de "Quinto Império", em síntese, não hajam confusões, um império de amor e de serviço, pelo possível bem de todos, seja na terra, seja no céu.
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