Instado, por um fraternal amigo, a compor um texto sobre o sentimento vergonha, fiquei eu em pânico, pois vergonha, é um assunto um pouco estranho para mim. As minhas vergonhas são tão minhas e de mais ninguém, que não as divido com outros. Se fosse a minha ira, seria bem mais fácil, mas a vergonha é um sentimento internalizado na minha pessoa. Sou eu comigo mesmo. Mas sendo instado a decorrer sobre vergonha, eu posso dizer que nunca senti tanta vergonha de dizer que sinto vergonha como nos dias de hoje. Do congresso nacional, da grande mídia, dos batedores de panelas e marchadores verde amarelos, que por acaso, andam um pouco sumidos de cena. Vergonha da minha impotência diante do saque que os políticos promovem via Estado em cima das riquezas naturais da nação e em cima da algibeira do povo. Vergonha de boa parte da nossa elite atrasada, ignorante e conservadora. Vergonha da apatia e da preguiça do livre pensar da maioria do povo do meu país. Vergonha sim, mil vezes vergonha de sentir vergonha, pois a ira inconformista parece que evanesce em meios a tantos atos de covardia e baixeza. Vergonha dos grandes veículos de comunicação de massa, que massacram a opinião pública com tanta desfaçatez com falsas notícias, mil mentiras que o povo adora adorar. Vergonha e muita vergonha de ter vergonha do meu próprio povo, da minha gente humilde. Pode ser impressão minha, mas o povo do meu país perdeu a vergonha faz tempo.
Samuel da Costa é cidadão brasileiro
(in, Diálogos Lusófonos -
dialogos_lusofonos@yahoo.com.br )
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