terça-feira, 6 de setembro de 2016

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

VIVA O DESCANSO!

Ui que boa que está a ser esta folga. 

Ontem, ao fim da tarde, eu e a Luísa fomos ao cinema ver uma obra-prima de Clint Eastwood, “Mystic River”, uma viagem às profundezas da alma que nos faz pensar a lógica da vida. 
Sean Pen tem uma interpretação digna dos mais altos galardões. 


As miúdas ficaram com a Alexandra que lhes deu o jantar. 

São simpatias que os pais aproveitam para namorar. 

Quando regressámos estavam a jogar monopólio. 

De resto, além da catequese e da hora da natação, o fim-de-semana tem sido de brincadeira. 



E na sexta-feira foram lidas as sentenças no caso moderna. 

Cá para mim este processo foi encomendado à medida de manietar Paulo Portas. Os socialistas estavam no poder quando tudo começou, em noventa e nove e o actual ministro da defesa tomara conta do CDS que assim, palpita-me que no entendimento dos homens de Guterres, poderia ser facilmente neutralizado em termos de oposição. 
Com efeito, todos nós nos lembramos das ligações que os media, certos media, se esforçaram por estabelecer entre a dita personagem e o referido imbróglio. Ainda não há muitos meses e já com o homem no exercício das suas funções actuais, do PS chegou a pedir-se a sua demissão por ter sido chamado a depor – como testemunha, é bom recordá-lo – no julgamento. 

Fosse como fosse, a verdade é que caíram as acusações de associação criminosa, tráfico de armas e de carne branca e branqueamento de capitais e apenas um dos arguidos acabou condenado a uma pena efectiva de prisão que terá que cumprir; dos restantes condenados, uns já tinham cumprido as penas em encarceramento preventivo e outros viram as sentenças comutadas em pena suspensa, tendo acontecido quatro absolvições. 

É caso para dizer que a montanha pariu um rato. 


Pois eu acho que foi mais um caso das agruras da nossa partidocracia. 



O gato Serafim 
vai dormir a sesta ao Sol 
desliza no patim 
o amigo caracol. 

É tão ternurento ouvir a Matilde cantar e vê-la fazer os gestos correspondentes à letra. 

Pois foi uma das aprendizagens da aula de música, na sexta-feira. 

No resto do tempo, os alunos fizeram exercícios com os números aprendidos e a grafia dos mesmos. 



Enquanto as literaturas europeias evoluíram para a modernidade, na Península Ibérica e sem embargo de um importante contributo para o renascimento europeu, ficaram-se por um marcar passo que só o século XIX viria a alterar. (1) 

Eis uma das lições a reter do livro que acabei de ler. 



E no Iraque continuam as emboscadas terroristas. 
Ontem perderam a vida sete militares e dois diplomatas japoneses. 

O mundo livre não está a ser capaz de compreender que ali se joga, em grande medida, o futuro da sua liberdade. 



Noite fria depois de um dia com nuvens cheias de lágrimas. 


 Alhos Vedros 
   30/11/2003 


NOTA 

(1) Ibañez, Eduardo, HISTÓRIA UNIVERSAL DA LITERATURA, O RENASCIMENTO LITERÁRIO EUROPEU, Vol. III 


CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 

Ibañez, Eduardo, HISTÓRIA UNIVERSAL DA LITERATURA, O RENASCIMENTO LITERÁRIO EUROPEU, Vol. III, Tradução de Serafim Ferreira, Círculo de Leitores, Lisboa, 2002

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