“-Matilde, toma atenção.” –Solicitou a mais velha e, professoral, continuou: “-Uma alergia muito frequente é a alergia ao pólen. O pólen é: um legume? Um fruto? Uma parte de uma flor?” (1) 
“-Uma parte de uma flor.” –Respondeu a outra de imediato. 
A mãe reagiu em velocidade proporcional: 
“-Tu sabes isso, Matilde?” 
“-Então, se não é nenhuma das outras duas só pode ser esta.” –Não se fez esperar o pardalito. 
King Crimson 
e o pai flutuando 
em torno das estrelas e da felicidade. 
E aqui nos curvamos, em sinal de respeito, perante um acto tão digno. 
Há voluntários a trabalhar gratuitamente entre os elementos da equipa portuguesa que presta auxílio às vítimas e na busca de sobreviventes do terramoto que assolou o Irão. 
Assim os homens se aproximam. 
Nos antípodas está o caso do abuso e exploração sexual das crianças da Casa Pia. 
É sórdido o que se ouve. A ser verdade, esta canalha destruiu a democracia em Portugal. 
Todos os receios que fui revelando nos dois diários anteriores se materializam pela pior maneira. 
Só as máfias se aproveitaram desta embrulhada. 
E no penúltimo dia do pior ano de que tenho memória, inauguraram-se os últimos dois estádios dos dez que pusemos de pé para o euro dois mil e quatro. 
Tomo este simbolismo para ilustrar o próximo como o ano da palhaçada. 
Somos sempre capazes do pior. 
 Alhos Vedros 
   30/12/2003 
NOTA 
(1) Rastoin, Françoise, AS DOENÇAS – PARA QUE SERVEM AS INJECÇÕES?, p. 17 
CITAÇÃO BIBLIOGRÁFICA 
Rastoin, Françoise, AS DOENÇAS – PARA QUE SERVEM AS INJECÇÕES, Não refere a tradução, Porto Editora, Porto, 2003
 
 
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