quinta-feira, 29 de março de 2018

Crónicas de Viagem












Peniche e Buddha Eden

A A8 e a IP6 são exemplos da extraordinária rede viária que Portugal soube construir nos últimos vinte anos. É verdade que também foram desperdiçados alguns milhões de euros, dadas algumas derrapagens nos orçamentos das obras, mas os “pecados” acabaram por ser largamente compensatórios...

Quanto ao Hotel MH Peniche, poucos reparos: o solicitado quarto com vista para o Baleal não foi o melhor e o serviço de bar chegou a ter atrasos significativos, mas os aspetos positivos rapidamente fizeram esquecer as deficiências.

Sobre Peniche, coube dentro das medianas expectativas que se levavam. O cheiro à azáfama da pesca, das suas ruas interiores labirínticas, dos seus turísticos restaurantes em serviços de meia tigela, e pouco mais. O Cabo Carvoeiro e a Nau dos Corvos, mais o vento agreste e as paisagens de brutas rochas talhadas pela força do mar infinito que se estende até se adivinhar o continente americano, constituem um dos inesquecíveis momentos da sua enorme paisagística beleza. Ao longe as Berlengas.

Depois as praias, o Baleal donde se avista Ferrel, onde em tempos quiseram fazer uma central que “para alguns é nuclear, mas para outros é mortal”, lembrando a velhinha mas sempre valiosa canção do Fausto; e a praia dos “Super Tubos” muito apreciada pelos surfistas de todo o mundo que, mal rasga um solinho, salpicam o mar com as suas pranchas luzidias, à espera de agarrarem uma onda, único prémio maior que nada. Mas é saudável o mar, mais o embalo das ondas, apesar dos perigos que se escondem por detrás da sua bravura.

Quanto ao Forte de Peniche, fechado para obras, em vias de musealização, mas que sempre relembra a prisão e a tortura daqueles que durante o regime político autoritário do Estado Novo lutavam por outras políticas, que nem sempre de liberdade, cuja omnipresença em nossas memórias nos trazem a franzina figura física, mas não mental, de Àlvaro Cunhal, e de outros comunistas que estiveram na linha da frente na luta contra o fascismo. Ao longe, o socialismo russo que, porventura, não era mais livre, mas onde, de maneira certa, se punha a tónica na emancipação dos trabalhadores e na busca de melhores condições de vida para operários e camponeses. Enfim, fascismo nunca mais!

Por fim, o ponto alto da viagem, a visita ao Buddha Eden, na Quinta dos Lóridos, muito perto do Bombarral, onde o comendador Berardo com um super investimento, dando largas à sua imaginação fértil, cultural e artística, produz artes em cima de artes. Absoluta criatividade à solta, bem desenhada. Quarenta e cinco hectares de quinta transformados em jardins, lagos, anfiteatros, múltiplos espaços em que divindades se recriam, de raríssima beleza. Um infindo jardim com o perfume espiritual do Oriente, onde pontificam os motivos budistas e o vinho, Baco e Dionísio, mais as suas desnudadas ninfas. Tudo sob os miraculosos olhares do panteão budista, mas onde tudo é muito mais. E, depos, à saída, lá está a loja dos vinhos, da Bacalhoa de Azeitão, da alentejana Quinta do Carmo, e dos Lóridos espumantes acompanhados de um branco da casta alvarinho da região do Bombarral.

A com-provar.

Luís Santos

quarta-feira, 28 de março de 2018

Onde está a forma da sombra do vento
José Gil e Barbara Pollastri

O Intérprete-sombra para um Teatro inclusivo | uma experiência.



Diário de Trabalho

A Disciplina de Expressão Dramática, vulgo Teatro, existe no Currículo de Tradução e Interpretação para Língua Gestual Portuguesa (TILGP) desde há 20 anos na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. Foi uma inovação nestes cursos e, apesar de muitas alterações curriculares, conseguiu desenvolver a sua ação.
Não é de estranhar que o Teatro Politécnico IPS já com 5 anos tenha nascido pela mão de duas estudantes de TILGP em 2013: Daniela Sousa e Liliana Machado.
Atualmente a presença do curso manifesta-se com uma dúzia de estudantes/atrizes e com o apoio à direção da estudante finalista Barbara Pollastri que ao longo do seu segundo ano (2016/17) impulsionou de forma ativa e proactiva a continuidade deste projeto.

Quem é o nosso intérprete-sombra? Um ator com conhecimentos de Língua Gestual Portuguesa (LGP), um intérprete de LGP ou um ator/intérprete de LGP?

O intérprete-sombra traz à comunidade surda uma nova forma de vivenciar o Teatro. O intérprete-sobra já não atua no canto do palco, mas sim movimenta-se entre os atores, tornando-se ele próprio um ator. O intérprete-sombra funde-se assim no elenco tornando-se parte do universo cênico. Dessa forma, o espetador surdo já não é obrigado a desviar o olhar para o canto do palco para acompanhar as deixas dos atores. Pode desfrutar de tudo o que se está a passar no palco. Para o espetador ouvinte, o intérprete-sombra distrai menos do que a presença de um intérprete ao lado do palco. Assim como os próprios atores sentem a própria voz de alguma forma “amplificada” através da Língua Gestual.
Mas afinal, quem é o intérprete-sombra? Como todos os atores que acreditam profundamente na Arte do Teatro como expressão de Vida, é alguém que leva esse credo para a comunidade surda, vivenciando em primeira pessoa a emoção do Teatro. Repetir, repetir, repetir... até cair de lado pelo cansaço da emoção... eis quem é o intérprete-sombra.

15-2-2018
Começamos neste dia uma jornada de trabalho de seis ensaios em 4 semanas aproximadamente. Realizar de forma original um espetáculo de teatro com interpretação em LGP em que cada ator tem um intérprete/ator ao seu lado (o intérprete-sombra).

19-2-2018
Abordamos pela primeira vez a vida e obra dos autores das cenas. O primeiro autor a estudar Karl Valentin:
“Nasceu em Munique a 4 de Junho de 1882 como marceneiro, começa uma carreira de cantor popular nas cervejarias de Munique.
 É em 1907 que conhece, com O Aquário, o seu primeiro grande êxito. E passa a assinar Karl Valentin. Será em 1908, quando trabalha como ator em Frankfurter Hof, que conhece Liesl Karlstad que se viria a tornar a sua parceira em palco, durante cerca de trinta anos. Bertolt Brecht frequenta os seus espetáculos, toca na sua orquestra, reconhece a sua influência. Quando, por razões de saúde, Liesl Karlstad abandona a parceria em 1935, Valentin não encontra substituta à altura
Quase esquecido, Karl Valentin morre de pneumonia a 9 de Fevereiro de 1948. O seu teatro é redescoberto nos anos 70, a partir das traduções que foram feitas em França, por Jean-Jourdheuil e Jean-Louis Besson (Éditions Théâtrales), tendo desde então sido reconhecido como um dos maiores autores cómicos de sempre.
[http://www.artistasunidos.pt/publicacoes/40-pessoas/autores/796-karl-valentinValentin Ludwig Fey.recolhido em 26-3-2018]

21 e 26 de fevereiro de 2018
Logo no primeiro ensaio com intérprete-sombra, perguntámo-nos se todas as peças podem ter o intérprete-sombra. Por exemplo neste fragmento de Bombeiro vamos sublinhar as dificuldades.
“Sra. MARTIN: Pois bem, hoje, ia eu ao mercado para comprar legumes que estão cada vez mais caros.
Sra. SMITH: Onde é que isto vai parar!
Sr. SMITH: Não interrompas, querida, sua feia.
Sra. MARTIN: Na rua, ao lado de um café, vi um senhor, decentemente vestido, com uns cinquenta anos, nem isso, que ...
Sr. SMITH: Que o quê?
Sra. SMITH: Que o quê?
Sr. SMITH: Não interrompas, querida, estás a ser nojenta.
Sra. SMITH: Querido, foste tu que interrompeste primeiro, malcriadão”

Este trabalho só foi possível com a participação muito especializada das professoras de TILGP Ana Silva e Maria José Coda. Esta cena pressupõe que os personagens se interrompam constantemente, que se atropelem. Ainda um ator não acabou já o outro está a avançar. Se não se interromperem perde-se a graça, o cómico e o ritmo. O teatro como a música tem um passo e um andamento próprio. Eis que é um grande desafio encenar esta peça mesmo pelo ritmo que obriga a observar. Será que conseguimos? Como melhorar? Talvez distribuindo os atores de forma a terem uma proximidade que permita ao espetador surdo ou ouvinte de focar o seu olhar num perímetro restrito, de forma a conseguir com a visão periférica a acompanhar qualquer movimento, inclusive o diálogo (na perspetiva do surdo), sem perder o ritmo acelerado do mesmo. Sem dúvidas percebemos quantos são os aspetos a trabalhar para um Teatro inclusivo e isso deu-nos ainda mais vontade de continuar nesta experiência.

1-3-2018
O segundo autor a conhecer neste roteiro cómico foi – Eugene Ionesco: o principal autor do Teatro do absurdo-… filho de um advogado e foi batizado na religião ortodoxa, à qual pertenceu durante toda a vida. Ainda criança mudou-se com a família para Paris, onde seu pai tornou-se catedrático em leis. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, seu pai voltou para a Romênia, deixando Eugene e sua irmã aos cuidados da mãe. Entre 1917 e 1919, Eugene Ionesco morou em La Chapelle Anthenaise, cuidando de sua saúde frágil. Em 1922, voltou a Bucareste para viver com seu pai. Lá fez seus estudos e começou a trabalhar num banco, em 1926. Ionesco cursou a faculdade de francês na Universidade de Bucareste e colaborou com diversos revistas literárias romenas. Em 1934 publicou "Nu!" ("Não!"), uma coletânea de artigos e textos que provocou escândalo no meio literário oficial. Em 1948 começou a escrever a peça "A Cantora Careca", que estreou em 1950. Esta anti-comédia, plena de surrealismo verbal, foi uma das principais peças do chamado "teatro do absurdo". Seguiram-se várias outras peças, que marcaram o teatro do século 20, como "A Lição", "As Cadeiras" e "O Novo Inquilino"... Em 1960 estreou sua obra mais conhecida, "O Rinoceronte". Ionesco tornou-se um escritor de prestígio e em 1971 foi admitido na Academia Francesa. Morreu aos 81 anos, em sua residência, e foi enterrado no cemitério de Montparnasse, em Paris. [https://educacao.uol.com.br/biografias/eugene-ionesco.htm, recolhido 26-3-2018]

15-3-2018 e reposições na semana sucessiva.

ETIQUETAS | Estreia na Casa da Cultura de Setúbal
Teatro Politécnico do Instituto Politécnico de Setúbal na Casa da Cultura de Setúbal às 11h. Seguimos desta vez o Método do Mestre Peter Brook.
Como sempre no dia de comemorar o Dia mundial do Teatro Entrada Livre até ao limite da lotação da sala. Vamos ler parte das Mensagens; “Deixe-nos remover do teatro tudo o que é supérfluo. Deixe-nos desnudá-lo. Porque quanto mais simples é o teatro, mais fácil é lembrar-nos do único fato inegável: nós somos, enquanto estamos no tempo; que somos enquanto somos carne e osso e corações batendo em nosso peito” (Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2018).

LEITURAS | Vamos ler e recitar alguns dos melhores poemas do mundo em português. Um poema em Língua Gestual Portuguesa pela atriz Cidália Jesus. Acompanhada pela atriz leitora Ana Carolina. Outras Atrizes nas Leituras de Poemas Cristina Roldão, Federica Podda, Leida entre muitos outros.


K. Representaremos o nosso espetáculo K com as atrizes e atores Catarina CarvalhoCristina RoldãoDiogo MarianoSusana CostaInês MacedoNicole VivianaAna RosaAna Santos, Inês Santos e Catarina Vilelas entre outros
ENCADERNADORA | Estreia de Leonor Xarepe
BOMBEIRO (2018) | com as atrizes - Laura Sérgio (na foto), Filipa Ferreira, Ana Carolina foto), Carolina Calado, Inês Filipa, Inês Lourenço Jones.
CASAL INCOMUNICANTE | Finalmente o grande êxito do semestre passado “Casal Incomunicante” com Rafaela AlfaceInês Macedo e Sara Alexandra Batista.

Encenação José Gil, Assistente de Encenação Eliana Silva
Direção 
Barbara Pollastri
Técnicos: Ricardo Duarte, Marian Mariana SilvaSara Alexandra Batista e Inês Trindade.

26-3-2018
A IMPORTÂNCIA DA LUZ NO TEATRO
O Teatro não são só os atores e os espectadores. Há várias ferramentas e criadores como o Autor, o dramaturgo, o fotografo, o designer gráfico digital, o sonoplasta, o cenógrafo, o guarda roupa, o comunicador, a costureira, a maquilhadora, o aderecista... Hoje centramo-nos apenas na importância da luz num espetáculo de teatro. Temos aqui duas boas fotos da mesma cena do mesmo espetáculo Etiquetas. Uma com luz de Teatro outra sem luz. Vejam a diferença. Não preciso de dizer mais...

Fotos excelentes de Francisco Ferreira e João Pires

terça-feira, 27 de março de 2018

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE VIDA

Esta madrugada, à saída de uma mesquita onde rezara a primeira oração, o Xeique Amhed Yassin, líder espiritual e fundador do Hamas, foi morto por um míssil disparado a partir de um helicóptero do exército israelita. 

Fico perplexo pela onda de condenação que percorreu o mundo ocidental, como nunca antes o fizera em relação ao malogrado homem que tantas vezes instigou e esteve directamente implicado em atentados que vitimaram centenas e centenas de civis inocentes. 
É claro que não podemos sentir qualquer regozijo pela morte de uma pessoa, mas não podemos chorar a perda de alguém que vivia cheio de ódio e maldade e que zelosamente dedicara a sua vida a levar a morte e o sofrimento ao seu semelhante. 

Não sou capaz de prever as consequências deste acto, se bem que a logo proclamada vingança por parte do Hamas seja uma reacção natural e esperada. 
Mas este desaparecimento pode muito bem polarizar uma coligação entre os vários terrorismos islâmicos e as diversas forças que se confrontam em diferentes partes do mundo com populações não muçulmanas. 
Que isto é um episódio da guerra mundial, não tenho a menor dúvida. O que não sei é se este contribuirá para a estancar ou atear um pouco mais. 
A Al-Qaeda já apelou ao ataque sobre os Estados Unidos da América, o grande aliado dos israelitas. 

Para quem tinha dúvidas sobre a conexão da rede de Bin Laden e o conflito israelo-palestiniano, aí está. 

Mas o mais curioso é a bandeira da Autoridade Palestiniana a meia haste e o reconhecimento que dele fizeram os seus mais altos responsáveis, de Arafat ao primeiro-ministro, considerando-o um ilustre representante e agora mártir da causa da independência. 
Quer dizer, afinal o senhor Arafat reconhece os métodos do Hamas e considera-os legítimos, com isso dando o braço político ao terrorismo. 
Ao mesmo tempo, as brigadas de Al-Aqsa, o braço armado da Fatha, a facção próxima do Presidente e que, supostamente, este controlará, juram vingança com o que reconhecem a proximidade face aos ideais do velho xeique. 

Perante isto, levantam-se as vozes a condenarem Israel e a exigirem que retire as suas tropas da Faixa de Gaza. 


Ah mundo doido que teimas em não querer fazer da felicidade uma busca para todos os homens. 

E eu que vivo tão encantado e feliz com os meus tesouros. 



Na sexta-feira os alunos tiveram as aulas de música e moral e, dado o ensaio geral da patinagem, nada mais fizeram. 

Hoje houve estudo do meio e exercícios com números e contas de somar. 



Eu gosto do vento fresco destas primeiras noites da Primavera. 


 Alhos Vedros 
  22/03/2004

segunda-feira, 26 de março de 2018

REAL... IRREAL... SURREAL... (297)

Fonte dos Golfinhos, Orlando Morais
Óleo sobre Tela


Orlando da Silva Morais nasceu na Ericeira, a 26 de Julho de 1927, onde faleceu aos 68 anos, no dia 3 de novembro de 1995. Os seus quadros encontram-se espalhados um pouco por todo o mundo e inseridos em numerosas colecções particulares.
Ao longo da vida pintou inúmeros quadros e realizou várias exposições, que lhe trouxeram considerável êxito. Pintou sobretudo paisagens, o mar, ruas e becos da Ericeira, em que o azul e branco se confundem, emprestando aos seus quadros a luz característica da vila piscatória da Ericeira.

Selecção de António Tapadinhas

sábado, 24 de março de 2018

QUANDO NOS DESSINTONIZAMOS DO QUE DIZEMOS SINTONIZAR


Abdul Cadre


Vou roubar a palavra «ouver» ao José Duarte, do Cinco Minutos de Jazz, para dizer assim: estava eu a "ouver", na pantalha televisiva, uns maduros que por ali andam, aos Sábados – um trio de quatro, como diriam no meu bairro – quando dos três, que são quatro, mas naquela noite três apenas, o mais estentórico, uma senhora que gosta de dizer coisas em "amaricano", a propósito da obrigatoriedade ou não de vacinar as criancinhas contra o sarampo, se sai com esta aleivosia: "os pais não são donos dos filhos".
Que primor!
É como dizer-se que a chuva molha, porém, com um senão, a chuva quando cai é para todos, mesmo para os que se previnem com guarda-chuva.
Ora, a pergunta que se impõe é se o estado é dono, não só dos filhos, como dos pais. O americanês tem disto, não consegue dobrar a língua sem entrar de mercado.
As crianças não têm dono, porque não são coisas e só ao arrepio das leis entram no mercado, nomeadamente o mercado paralelo das adopções e das barrigas de aluguer. Mas isto de barrigas de aluguer quem sabe da poda é o Cristiano Ronaldo.
Mas adiante: a obrigação de vacinar e de obrigar a ser vacinado é uma prerrogativa do estado e assenta no direito de defesa do grupo perante ameaças de abuso da liberdade dos indivíduos que o integram.
Só isso. Não tem a ver com donos.
Numa altura em que temos extraterrestres infiltrados na Assembleia da República, que exigem direito de personalidade para os cães, periquitos, canários e similares, alienados do qualificativo de coisas, chamados de gente de companhia, que até ao restaurante vai, e achar que os pais não são donos dos seus rebentos de companhia, faz subentender que alguém será dono. Dou de barato que a estentórea senhora não queira que seja o estado, talvez o Mercado, cujas virtudes louva. Ou a Casa Pia.

quinta-feira, 22 de março de 2018

EM TORNO DE AGOSTINHO DA SILVA NA CASA BOCAGE 
VI CICLO DE TERTÚLIAS 

24 de Março | Sábado | 16 h
Palestra:
"Agostinho da Silva versus CPLP", por Amândio Silva
Org. Câmara Municipal de Setúbal e Associação Agostinho da Silva 

Casa Bocage 
Rua Edmond Bartissol, 12 
Setúbal 
Telf. 265 229 255