quinta-feira, 14 de junho de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria XCIII

Lisboa Elevador de Sta. Justa Autor António Tapadinhas

Óleo sobre Tela 80x100cm

Esta obra esteve exposta juntamente com outra porque tinham em comum as cores utilizadas e um elemento colocado na Secção de Ouro, ou Divina Proporção, como lhe chamou mais tarde Leonardo da Vinci no seu Tratado da Pintura – o Elevador de Santa Justa.
A outra, que apresentarei a seguir, procura transmitir a sensação das cores quentes e da luz estonteante nos telhados de Lisboa. Esta, apelando mais à imaginação do observador, tem a construção cubista/cézanniana do mundo.
O movimento cubista iniciado por Braque e Picasso divide-se normalmente em três fases. A primeira, Cézannianna, dizia que tudo se pode reduzir a cones, cilindros e esferas. A segunda, Analítica, em que as obras são trabalhadas numa cor base, e por fim, a fase do Cubismo Sintético, que é a mais geometrizada e a mais abstracta de todas. Todos os pintores de qualquer destas fases tinham em comum a admiração, a veneração por Cézanne e a sua visão construtiva do mundo.
Eu também!

4 comentários:

luis santos disse...

Boa. Estudando sempre se aprende alguma coisa...
Abraço esférico.

Luís F. de A. Gomes disse...

Coisa que me agrada nos pintores é o facto de, para fazerem obra, percorrerem as várias abordagens - não sei se é assim que se diz - que os Mestres têm lavrado nesses trilhos que fazem a Pintura. Esta tua fase - creio que já aqui expuseste outros trabalhos da mesma - tem a particularidade de de revelar a tua vertente mais elaborada, diria que mais trabalhada em termos teóricos, mas não por isso menos bela.

Aqui a imaginação e não me perguntes porquê, remete-me para o Pessoa, para a Lisboa do Pessoa, aquela onde ele terá meditado as pinturas literárias como o são, por exemplo e só para citar um exemplo, a "Chuva Oblíqua e isto por muito disparatado que o possa parecer. É que ao olhar este quadro, ainda que o cenário no livro fosse outro, fico com a sensação de ver surgir a qualquer momento a multidão com que o Saramago começa "O Ano da Morte de Ricardo Reis". Há, nesse chão, um espelho de luz que só a água da chuva possibilita.

Venha pois a próxima troca de cores na Galeria.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

Luís Santos: Até os burros aprendem...

Abraço quadrado (já consegui resolver a quadratura do círculo)

António

A.Tapadinhas disse...

Luis F. de A. Gomes: É essa uma das diferenças principais entre "abordagens", como dizes. Transportando essa diferença para a escrita, pensa que tens de escrever um artigo sobre um determinado tema, ou tens a liberdade de escrever sobre o que quiseres...

Qual é mais fácil? Eu não sei a resposta seja para literatura ou para a pintura...

Abraço,
António