UMA TARDE DE CHUVA
O chilrear de pardais, chove, a sebe de arbustos pincelada a verde, cheio, ópera ascendente, cada vez mais alto, na direcção de explosões lacrimais de pingos destilados, no parapeito refractado da janela. Os outros pássaros voltam sempre a cantar quando as nuvens se abstêm de chorar pelos deuses e as primeiras andorinhas acabam por aparecer, nos rodopios de um sorriso.
Alhos Vedros, Fevereiro de 1983
2 comentários:
Uma tarde de chuva...
...o sol que está na forma de pingos em todas as palavras...
...trazem-nos as cores do arco-íris...
Abraço,
António
Era a Léninha que me desafiava para apreciarmos os arco-íris que, na Primavera, por vezes se formavam nos repuxos que regavam a relva do parque, mesmo em frente da Estufa Fria e muitas foram as vezes que ali ficámos contemplando e fenómeno anunciado.
Muitos destes poemas surgiram em tardes como essas.
Aquele abraço. companheiro
Luís
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