quinta-feira, 21 de junho de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria XCIV


Amanhecer em Alburrica (em construção)

Autor António Tapadinhas

Já está confirmada a segunda apresentação da exposição "Tejo Cintilante". Será na cidade do Barreiro, na galeria da Câmara Municipal, a partir do dia 29 de Julho e até 27 de Agosto.
Como algumas obras já foram vendidas, estou a preparar novas.
Tenho constatado o interesse dos meus amigos na concepção e execução das telas. Atendendo a esse interesse, vou dedicar as minhas as próximas entradas aos novos trabalhos que irei apresentar.
No Barreiro, os moinhos são o ex-líbris da cidade. Tenho feito trabalhos sobre eles, de todos os ângulos e com todos os formatos, mas sempre com o esplendor da luz do sol. Então, para variar, lembrei-me de fazer dois trabalhos: um com a luz da manhã e outro com a do pôr-do-sol.
Os moinhos são bem conhecidos, por isso, pensei dar maior realce ao seu enquadramento natural. O céu e o rio vão ser os protagonistas.

(clic sobre a imagem para ver em pormenor)
Para evitar surpresas desagradáveis, desenhei com um marcador à prova de água a língua de terra onde estão os moinhos. Para dar maior vigor às cores, devemos trabalhar a tela branca com as tintas que darão a temperatura que desejamos para pintura final. As cores são diluídas com médium transparente, que deixa ver o desenho, por entre as pinceladas expressivas que procurei dar.
Não me esqueci dos azuis, que vão servir para se sentir o frio da manhã…
Na próxima semana mostrarei a obra acabada.

4 comentários:

luis santos disse...

Ah, o vento!

O vento que sopra nas velas,
da farinha que se faz o pão
o moleiro que sobe o caminho
suor no rosto, devagarinho
e se tem pão para troca
com couves faz uma sopa
para a cidade.

As trovas do vento que passa.

Luís F. de A. Gomes disse...

Vamos então esperar pelas cores do ocaso; avaliando pelas da aurora, se a luz e a profundida destes céus nos remetem para um hino à alegria, certamente que as tonalidades do crepúsculo nos oferecerão a ante-câmara da poesia da noite.

Van Gogh e Turner num mesmo olhar a encher-nos de encanto e da certeza de querermos ir ver um lugar tão belo. É neste teu poder de síntese que crias a tua própria linguagem, a tua marca de água, pessoal e inconfundível.

Pena que, uma vez no sítio, tenhamos que lamentar ter sido o Artista a acrescentar beleza a uma paisagem que a insensibilidade e uma mistura de ganância e ignorância - mistura rimada, como se vê - tanto têm estragado.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

Luis Santos: É melhor não perguntar nada ao vento, que nem para casamento serve, quando vem de Espanha...

O bom vento, hoje, talvez venha de Varsóvia...

abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

Luís F. de A. Gomes: Van Gogh e Turner dois nomes imensos que nos ensinaram a ver o mundo com os seus olhos especiais...

...em que a imaginação tinha um papel fundamental.

A falta de dinheiro, a crise... e outras coisas menos visíveis têm impedido a destruição do local retratado. Continuamos a ver o Tejo e Lisboa, sem ser por entre os intervalos das vigas de ferro da ponte...

...e os moinhos já morreram (não servem para o que foram criados), mas continuam de pé!

Abraço,
António