segunda-feira, 18 de junho de 2012

“VINHO DO PORTO” MADE IN GERMANY

António Justo

Um viticultor da Renânia-Palatinado produz, desde 2003, um “Vintage Port” procurando seguir na sua confecção o método português. Até a pisa das uvas é feita com os pés.
Enquanto o vinho do Porto português chega a incluir 40 castas de uvas, segundo o Frankfurter Allgemeine de 21.04.2012, o Pfaelzer (alemão do Palatinado) usa apenas a casta “Cabernet Cubin” pelo facto de amadurecer muito bem e ter um máximo de aroma. Enquanto as uvas em Portugal são tratadas a uma temperatura de 25 graus, o viticultor alemão fermenta-as a cinco graus. Aqui o direito de imitação atingiu o seu limite, revela o jornal alemão, afirmando que se compararmos o Vintage Port do Vale do Douro com o da Pfalz (Palatinado), “ao produto do Palatinado falta densidade de gosto, complexidade aromática e profundidade”. A singularidade do vinho do Douro vem-lhe do tipo de solo, das uvas, do clima e dos pipos, o que o do Palatinado não pode oferecer. Contudo, o viticultor alemão conseguirá engarrafar com o vinho o exótico do porto e a fé da ecologia alemã.
Numa sociedade de mercado de massas importa menos a especialidade (mais para apreciadores) porque quem manda é o consumidor e isto sabem-no bem os alemães que trazem para sua casa o que é melhor, a nível de produtos, do estrangeiro.
Pelos vistos o Vinho do Porto é como os portugueses, deixa-se integrar bem na Alemanha!

António da Cunha Duarte Justo

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