MIRADOURO 38 / 2015
esta rubrica não respeita as normas do acordo ortográfico
INTER-RELAÇÕES
pessoas, objectos, animais.
cheiros, cores, sinais e
outras coisas mais.
º
º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º º
Há
o que apesar das qualidades se rejeita.
Há
o que apesar dos defeitos se abraça.
E
há o resto todo, todo o resto, que nem sequer se avalia.
Porque
não se sabe, não se conhece, não importa.
No
interpretar da realidade que se concretiza nem tudo é racional.
Nem
tudo é pensado, nem tudo é pesado, nem tudo é filtrado.
Não!
há a química que sem ela nada existia,
a
energia trocada que se não pode evitar.
Não
se pode mesmo!
E
então, sendo “apenas” energia/sensação
entra
inteirinha na equação e joga no resultado da relação.
Consegue-se
entender ou exige-se que contem para se poder concordar ou não?
Talvez
que não seja possível contar.
Talvez
haja algo que mesmo que se “saiba” não tem explicação.
Talvez
assim tenha de bastar.
Estará,
pois, certo assim.
E
é assim que vai continuar porque é assim que as coisas são.
Por
um pouco que se conhece,
um
imenso desconhecido que hoje é escuro e só amanhã, talvez, claridão.
Manuel
João Croca
(foto copiada da net e que não consigo identificar o Autor)
3 comentários:
A imensa claridade, a Iluminação, se assim se pode dizer. Vi em vários dicionários, "claridão", é mesmo um neologismo. Muitíssimo feliz, acrescento. Melhor remate - significante - para este texto não poderia haver. Uma pérola!
É assim, com um pensar como o teu, que se pode ir combatendo a escuridão que nos cerca.
Os pirilampos têm a tarefa facilitada: a luz que libertam é a certeza da união perfeita.
A luz que nós libertamos ainda não é entendida. Com o tempo e a aquisição de saberes, é minha a certeza, a "claridão" irá surgir.
Abraço,
António Tapadinhas
PS. Era mesmo verdade, o que disseste na Sexta-feira, à saída da Biblioteca.
Caros Amigos Luís e António vivam!
Obrigado pelos comentários.
Às vezes precisamos esboçar falar de coisas perturbadoras. Não é que sejam difíceis que não são, são até fáceis. Porque se sentem, andam aí, estão aí. O que não é fácil é verbalizá-las.
Talvez o melhor seja mesmo não tentar expressar a sensação mas nós latinos resistimos mal ao propósito de tudo tentar verbalizar.
Já aqui há uns tempos tentava, ainda de de outra forma, falar do mesmo como se pode comprovar neste poema que incluí no meu "OOM". Vejam lá:
RUMORES
Uma voz
– às vezes só rumor –
tão de dentro,
tão autêntica
tão profunda
tão só minha
ouço,
que nem sempre
consigo
escutar.
Depois
ando,
mecanicamente,
compassivamente,
a procurar
no instinto
o caminho
mais certo
para desaguar.
Sim António, era mesmo a sério o que dizia na 6ª fª à saída da biblioteca.
Abraço para os dois.
Croca
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