domingo, 1 de novembro de 2015


Engenheiro Sonhando

O lavatório vermelho
Banhado a água e sal púrpura,
Onde o sangue vidente previa que a massa humana
Deslocar-se-ia  á velocidade da luz racional.

Construções informáticas no plano paralelo ao mundo civilizado,
Em que o amor ganha espaço pintando na tela cerebral
As platónicas paixões do mundo.

Sarah,  deserto das mil cores maquinalmente feitas em estado bruto
Pelas cordas dos astros que humanamente, naturalmente, cientificamente
E emocionalmente caminham seguindo a absoluta democracia universal.

Homens, homens, homens-máquinas,
Seres humanos tarólogos de si mesmos.

Prevêem a cada instante o funcionamento da vida
Para lá de toda a ilusão pensante banhada a ouro.
(de outro modo a consciência metálica da razão reduziria
A sua alimentação a pão e água, vazia de somas, equações
Raizes maltratadas de outras tantas informações)





Pôs-se o sol que raia do maquinismo patético de acender um cigarro,
As fábricas dão forma á moldura industrial dos sonhos.
Uma andorinha voa e poisa no cume duma chaminé fabril que já vai alta,
Encontra a sensação de um voo metálico dos lavatórios produzidos em massa
                                                                                                        

                                                                                                            Diogo Correia

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