quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Manuel (D'Angola) de Sousa - Poemas


1.

“Crianças De Silencioso Nu Dos Becos E Ruas De Fachadas e Perfis Doirados”

Alguns olhos são janelas abertas e claras e outros são poços escuros e abismais
Uns são ainda profundos e brilhantes e há-os vítreos e superficiais ou ôcos
Olham para si e para as proximidades de si mesmos e de suas imagens únicas
Existem aqueles que mergulham em tudo e vêem à lupa e em detalhe ao longe
Há os que perscrutam além dos espelhos de água ou de vidro no interior de outrem

Imagino-me ovo de dinossauro e em simultâneo nos torreões das igrejas antigas
Passa alguém apressado com uma bíblia e ares africanos nas mãos universais
Tudo lá fora parece alinhado com miríades de mentes fechadas e ilegíveis
Pouco ou nada transparece perdido contudo no fundo dos peitos opacos
Nem tão pouco se chega a notar a inocência da distante aparência ingénua

Abunda ainda a bondade do silêncio e alguma dúvida no visível sub-abstracto
A gentileza mistura-se com a pouca vontade de cumprimentar desconhecidos
Crianças carregando paus e energia fazem a diferença e pulam indiferentes
Só sentem quem os observa de perto e quase nunca a quem o faz de passagem
Se pressentem ou não o que vai ao longe não o deixam transparecer facilmente

Pombos e corvos negros e outros pássaros pretos esvoaçam nostalgicamente
O tempo transcorre mágico e com o conteúdo humano e de betão dentro de si
Tudo parece ser deveras breve e um turbilhão finito e tão intemporal também
Na mesma ocasião estou em simultâneo dentro e fora das montras de Bruxelas
Casais agarram-se e abraçam-se temporariamente felizes em ternura repentina

Serpentinas de cerveja há-as por todo o lado e a cada esquina e em cada bar
Resplandecente riqueza imensa que emite exotismos tais em todos os ângulos
Cosmopolitanos sorrisos e caras de meios e orientes completos misturam-se
Amontoados de casas e habitáculos com ar medieval ocultam quem não conheço
Ando incógnito por entre florestas de faces várias e obstáculos fixos e móveis

Odores e cheiros de comidas tradicionais e típicas diversas invadem-me as narinas
Há Hábitos e costumes numa autêntica caldeirada de mil e tantos sabores excêntricos
Atropelos involuntários e ou despropositados abalroam aqueles de valor Europeu
No mesmo instante é-o salutar e também não o é adequado ou oportuno por vezes
Por entre uma salganhada de semblantes tristes e soturnos revê-se o agora e o talvez

Sobe-se e desce-se e curva-se e contra-curva-se a apreciar-se miríades de detalhes
Talvez o nada não me aborreça e tão pouco me entorpece a vista ou facialmente
Descrevo ainda um languido gato a esparramar-se preguiçosamente numa vitrina
Aparecem-me pelo meio de tanta coisa uma série de jardins anões engarrafados
Sinto-me eu próprio num autêntico oceano de múltiplos edens de espíritos e almas

Dobro a arquitectura característica à medida que me movo tranquilamente elástico
Abro amplamente a terceira visão e o poder para intuir através de lentes artificiais
Incorporo a cidade num extraordinário senso de equilíbrio meditativo existencial
Sorvo o que vejo num impressionante todo que mal me cabe na barriga mental
Encho a psique superficial e subconsciente de praças icónicas pontilhadas a ouro…

Pinto concêntricos perfis com a câmera do telefone e desço o pano sobre o cenário final…

Escrito no comboio entre Antuérpia e Bruxelas e a caminhar nas ruas desta ultima Cidade, tida como Capital da União Europeia e da Bélgica bilingue, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 5 de Fevereiro de 2017, em Homenagem ao Povo Belga e às cosmopolitas Cidades de Bruxelas e Antuérpia e aos respectivos Cidadãos de ambas, Belgas e outros Europeus ou da panóplia de outras Nacionalidades que nelas residem e trabalham, contribuindo assim ou não para renda das duas…


2.

“Humanas Jóias De Luz E Do Universo E De Toda A Criação Cósmicos”

Deixem-me estar aqui sossegado neste canto e não me incomodem
Não joguem corda nenhuma para me socorrer porque estou bem
Preciso que me levem às portas do Paraíso e lá me deixem ao portão
E nem pensem que preciso de cunhas ou quaisquer alcunhas que sejam
Tirem-me da frente tão simplesmente os entraves artificiais e administrativos
A Humanidade precisa é de liberdade de pensamento e de direito à educação
Todos formados protegemo-nos-emos e promovemo-no-emos uns aos outros

Seremos mais sólidos e defensores da democracia e do liberalismo pleno
Procuraremos o desenvolvimento constante sem outros requisitos ou intervenções
Há que ter em consideração que perante a constituição e a lei somos todos iguais
Todos temos direitos e necessidades equivalentes e semelhantes prescritos
Vamos dar mãos e unir a inteligência e esforços no sentido de sermos perceptivos
Aceitemos outras ideias e todas as críticas que sejam construtivas e benéficas
Caminhemos lado a lado num mesmo percurso e nossos corações serão receptivos

Restrições e contracções a mais e forçadas e artificiais não levam a lado nenhum
Deixemos de lado rancores e ódios que só nos cegam e levam à brutalidade monstra
Olhemo-nos nos olhos uns dos outros e façamo-lo com a maior compaixão possível
Amemos nossos reflexos e todos os que connosco partilham o oxigénio matinal
Ombreemos no mesmo esforço comum e elevemos nossas almas ao êxito e ao sucesso
Façamos de nossas ilusões e sonhos algo concreto e real e edifiquemos os espíritos
Levantemos os olhares para os Céus Interiores e abracemo-nos todos num abraço Universal…

Escrito por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 5 de Fevereiro, em Antuérpia, em Homenagem ao Universo e à Alma Cósmica e aos Seres Humanos e de todos os Planetas onde a Sagrada e Mágica Vida se manifesta

As almas são autênticos brilhantes reluzentes na noite e que juntam seus raios de luz à luz das Estrelas e que, com elas, levam a luz aos Corações e a todo o Universo Cósmico…

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