HÁ GUERRA NAS ESTRADAS
Eu bem que gostaria de ter coisas mais edificantes para escrever mas, infelizmente, para lá do sossego do lar, no seu início, o novo ano parece tão sombrio quanto o anterior o foi a terminar. O mundo não está muito animador.
No Iraque continuam as emboscadas sobre as tropas aliadas e ao invés de cerrarem fileiras para imporem um convívio pacífico entre as nações, os países ocidentais parecem apostados em permitir que o terror divida e, com isso, os impeça de enfrentar e controlar os lóbis que têm interesse na insegurança e na miséria que tantas vezes são usadas para justificarem tiranias da pior espécie e que, por sua vez e por um efeito de círculo vicioso, acabam por gerar mais injustiça e a pobreza que a ela sempre vem agarrada.
Não compreendo como é que as vozes dos democratas não exigem a democracia à escala planetária, contudo, tenho a certeza que só pela partilha desse estado de vivência social poderão os humanos almejar a paz que tão imprescindível é à sobrevivência da espécie.
E até a Terra parece assustada que depois do Irão, foi a vez de Bali, na Indonésia, sentir um sismo de intensidade de seis vírgula três na escala de Richter.
Mas o dia de hoje esteve tão bonito que, ao mesmo tempo que mais nos faz deplorar esta nossa história trágica, também nos lembra que, apesar de tudo, o paraíso está aqui, bem ao alcance do nosso bom senso e inteligência.
Aqui por casa o dia foi dedicado a arrumações dos livros e das tralhas do piolhito e do pardalito que ajudaram a mãe a colocar as coisas no devido lugar.
E Portugal não poderia ter começado o ano da pior maneira.
Só nas primeiras vinte e quatro horas faleceram cinco pessoas em acidentes de viação, todos fruto da incivilidade de condutores alcoolizados e em excesso de velocidade.
Pior que isto só a guerra desencadeada sobre a justiça para que o processo casa pia venha a parir o rato de uma pena que deixe de fora tudo quanto é nome com dinheiro suficiente para fazer parar a produção de provas incriminatórias.
Cheira a fp que tresanda e a ver vamos se aqueles que colaboraram com a acusação não sairão os únicos condenados.
Entrámos no plano inclinado em direcção ao Brasil.
Alhos Vedros
02/01/2004
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