segunda-feira, 11 de maio de 2020

REAL... IRREAL... SURREAL... (395)


A Tentação de Santo Antônio, Autor Salvador Dalí, 1946
Óleo sobre Tela, 90 x 119,5 cm.

Nascimento: 11 de maio de 1904, Figueres, Espanha
Falecimento: 23 de janeiro de 1989, Figueres, Espanha

Extravagante, excêntrico e dono de uma das mentes mais criativas da Arte Moderna, o pintor foi um dos maiores expoentes do Surrealismo. “Eu sou o Surrealismo!” costumava afirmar. Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí y Domènech nasceu no dia 11 de maio de 1904, na cidade espanhola de Figueres (Catalunha) e desde criança mostrava grande inclinação para as artes. Começou a pintar aos 10 anos e aos 13 anos já frequentava a Escola Municipal de Desenho. Aos 18 anos foi aceito na Escola de Pintura e Escultura da Academia de São Fernando, em Madri, da qual foi expulso por recusar-se a realizar o exame oral sobre o pintor Rafael, alegando saber mais do pintor que a própria banca examinadora. Nessa fase conviveu com vários artistas e intelectuais como Luís Bruñuel e Federico Garcia Lorca. Logo após a expulsão da escola, foi viajar pela Europa e em 1929 conheceu Gala, sua primeira e única mulher. Os dois viveram juntos por 53 anos.

Muito precoce, já no início da década de 1920 somava mais de 80 obras concluídas e seus primeiros trabalhos mostram uma tendência ao Impressionismo. Enquanto seus colegas começavam a percorrer por esse movimento, Dalí já começava a trilhar pelo Cubismo, até que o gosto pelo surreal e o bizarro o tornasse o principal nome do Surrealismo.

Dalí ingressou no Surrealismo em 1930 e esta década foi um período de grande produção artística. Seu posicionamento político entre outras coisas resultaram em sua expulsão do grupo dos surrealistas. As cores vivas, as imagens oníricas e bizarras dominam as representações pictóricas do artista. As teorias psicanalíticas de Sigmund Freud exerceram muita influência em seu trabalho, assim como em todo Surrealismo. De acordo com isso os surrealistas concebiam o subconsciente como fonte primaria de criação. Nessa fase realizou obras como A persistência da memória e O grande masturbador.

Versátil em sua carreira se destacou não somente na pintura como na escultura, além de ter grande colaboração no teatro, na moda, na fotografia, no cinema e até no campo do design. No cinema escreveu vários roteiros, mas foi pelas mãos de Afred Hitchcock que Dalí teve suas melhores oportunidades.

Em 1942, Dali e sua esposa foram morar nos Estados Unidos. Permaneceram lá até 1948 quando voltaram para Catalunha em 1949 e permaneceram até a morte.

Sua mulher, Gala, foi sua grande musa e exerceu notável influência em sua carreira. O casamento que durou 53 foi cercado por casos extraconjugais da mulher com o consentimento do artista, enquanto ele afirmava que ela havia sido sua única mulher. Após a morte da esposa em 1982, Dalí ficou desnorteado e desiludido a ponto de parar de trabalhar. “Sem gala eu não sou Dalí”, afirmou. O artista morreu sete anos depois na cidade de Figueres, em 23 de janeiro de 1989, de pneumonia e parada cardíaca.

Referências bibliográficas:
Pinacoteca Caras. São Paulo: Editora Abril, 1998, nº 06.
GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

Selecção de António Tapadinhas

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