quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Filosofia e Saudade

5. Agostinho da Cruz (1540-1619)

Vivia na corte.
Decide renunciar a tudo e entra para a Ordem Monástica do Convento dos Capuchos, em Sintra. Viveu ermitariamente no Convento da Serra da Arrábida, os últimos 15 anos de vida (1604-1619).

Renúncia ao mundo. Busca dos lugares ermos, dos lugares saudosos. Isolando-se do convívio humano acede-se com mais facilidade aos desígnios divinos. Saudade vertical.

Harmonizada a dualidade entre os contrários pela quietação, o pensamento é anulado: a morte em vida, a união com Deus, conforme a mística cristã.

Para Agostinho da Cruz, só morrendo para o mundo dos homens é possível a libertação:

"Assi com cousas mudas conversando
Com mais quietação dellas aprendo
Que outras que ha, ensinar querem fallando".(in, Agostinho da Cruz, Segredos e Elegias, Ed. Hiena.)


6. Padre António Vieira (1608-1697)

Na interpretação de Vieira, a partir da profecia bíblica de Daniel, o V Império é a implantação do futuro reino de Cristo na Terra. Os anteriores tinham sido o dos assírios, o dos persas, o dos gregos e o dos romanos.

Isso acontecerá quando todos os homens viverem Deus em espírito dentro de si, numa era de globalização ético-religiosa.

A grande vocação de Portugal é ser mediador dessa globalização espiritualista do mundo.

Luis Santos

(Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009)

4 comentários:

MJC disse...

Do baú do Paulo Borges e da tua peneira saem sempre coisas interessantes e enriquecedoras.

Por outro lado, parece envolto em sortilégio o nome Agostinho.

Assim de repente identifico já dois que admiro e reverencio.

O blog vai-se cumprindo.
Que maravilha ...

abraço,

mj

luis santos disse...

Admiras quais?

MJC disse...

Agostinho

da Silva e

da Cruz

luis santos disse...

Ah sim. Estava claro. Falta de atenção da minha parte.