quinta-feira, 25 de novembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria XIII


D. Quixote Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 80x100cm

Foi há quatrocentos e dois anos que saiu a primeira edição do livro El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha – quatro séculos de influência na cultura do mundo moderno. Tanto tempo decorrido e continua a fazer falta o nosso herói: “Vou a castigar insolentes e a endireitar tortos”.
Com esta minha obra aconteceu um facto estranho.
No segundo dia da exposição, já perto da hora do fecho, passei pela galeria para saber das impressões do público. Qual não é o meu espanto quando vejo, no sítio onde devia estar a obra, um letreiro a dizer vendido. Tinha dado instruções para que todas as obras ficassem em exposição, e só no final deveriam ser entregues aos eventuais compradores. Perguntei à encarregada da galeria o que se tinha passado. “Muito simples – disse ela – uma senhora nova, muito bonita e elegante (não são todas?), tinha de apanhar o avião para Buenos Aires e queria levar o quadro. Depois de pensar o que devia fazer, disse que o entregava mas exigi que me pagasse em dinheiro. Ela disse que sim, foi ao Banco ali ao lado e deu-me o dinheiro todo. Saiu toda contente”.
Quem não ficou muito feliz com a história fui eu. Até hoje não sei onde para esta obra. Refiro o caso porque (quem sabe?) pode dar-se a coincidência do meu blogue ser visitado pela pessoa que o comprou e contactar-me. Seria uma grande alegria reencontrá-lo.
Disse Woody Allen: “Por que Deus não fala comigo? Se Ele pelo menos tossisse”.
Quixotesco, não acham?

2 comentários:

luis santos disse...

No meio dos castelhanos vermelhos e amarelos, e dos rodopios dos ventos que fizeram girar as velas e as mós dos moinhos para nos matar a fome com o pão sagrado que extraímos da Mãe natureza, qual jangada de pedra, aqui nos aprontamos nós, estandarte da paz em punho, e deixamos um poeminha que tem tempo. Não sem antes dizermos que este gesto fraterno para com "nuestros hermanos" não faz esquecer a causa linguística desses outros irmãos, galegos,fazendo votos para que o mais rapidamente possível tudo se resolva a contento de ambas as partes que no fundo é só uma.

Iberia

Hubo un tiempo
en que peleámos
infantiles nos matámos uno al otro

Hubo mismo un tiempo
en el que exageradamiente me hiciste tuyo:
llegaste y reynaste, me tomando todo
hasta que de nuevo nos matámos uno al otro.

Esos tiempos cambiáran.
Hoy te quiero solamente amiga
y signo de eso mismo es hacer
de mi canto tu língua,
mostrar te que al meter me en tu piel
te quiero respectar como eres
como se de mi mismo se tratara,
te quiero plenamente comprender
y se necessario discordar,
pero desta vez ya en paz.

Al diante de hoy mano com mano
caminãremos.

a um anónimo António,
a Espanha!

A.Tapadinhas disse...

Luís Santos: Palavras que são um poema...

Poema que é um programa para uma vida melhor...

Mano con mano, hermano con hermano!

Abraço,
António