quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Facetas do Tempo

Ao dar corpo à manivela,
Gastou o tempo seu calor.
Bem-dita sejas Primavera,
Que o Verão te conserve flor.

Das estações que o ano trás,
Em todo o apeadeiro pára,
O comboio constante faz,
Caminhando o tempo passa.

No Outono a vida caduca,
Espirra o ano decadente,
Tal como o Inverno educa.

Traz o tempo esta tragédia,
No choro das nuvens esperança
Que esta manhã nasça comédia.

Diogo Correia

4 comentários:

luis santos disse...

Pura e genuína são dois adjectivos, entre outros possíveis, que assentam bem à tua poesia. Se com o amadurecimento conseguires manter esses predicados ficarás a salvo... do envelhecimento espiritual. Por isso elevado valor lhe reconhecemos. Obrigadinho e Abraços.

Diogo Correia disse...

Amigo Luís

Acredito que isto me possa vir de algum lado, de onde não sei. As palavras saem-me mesmo quando não escrevo. Não tenho muita bagajem literaria ou técnica é certo, mas tenho uma necessidade enorme talvez do tamanho do mundo transmitir algo que nem eu sei o que é. Nessecito destas pequenas coisas como nessecito de água para viver, tirar-me estes pequenos desabafos ou pequenas obras é definitivamente cavar a minha sepultura.

Se não for por arte não serei de outro modo.

Obrigado por tudo
Um grande abraço

MJC disse...

Entro nos teus poemas como numa clareira - espaço em branco - sem trilhos.
Aí, tento imaginar o exercício a que te dedicas.
O pulsar frenético da aventura da descoberta plena ou o plágio camuflado que, pretensamente, defenderá o exercício do estilo.

Fico sempre feliz ao perceber que te desnudas e entras, inteiro, no exercício da criação.

É um prazer conhecer-te e, ainda mais, chamar-te de Amigo.

" que força
é essa, que força é essa ..." canta o Sérgio Godinho.

Abraço.

croca

Diogo Correia disse...

Amigo Croca

Não tenho palavras para descrever!!

O meu muito obrigado por tudo
Retribuindo com o prazer que te levo no coração.

Abraço
Diogo