segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"entre barreiras"

entre barreiras ergo o esqueleto
entorpecido para rasgar o sepulcro da vontade.

vi-te correr como gaivota de asas de cera
a imensidão do oceano tão longínquo
e tão estreitamente intemporal.

por isso te conservo sem braços sem rosto
despida de ideologias
de olhos nus por entre a barba
da terra em cada manhã fresca
de cacimbo quando gritavas
a tua sede no azul que flutuava em redor.

falo não-digo.
já ouço lá fora o histerismo contagiante:
as moscas poisam-me nas mãos.

Raul Costa
www.pbase.com/aliusvetus

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