quinta-feira, 18 de novembro de 2010

d´Arte – Conversas na Galeria XII


Contraluz Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x50cm
(clique sobre a imagem)

O título foi dado a esta obra, na mesma semana em que se estreou o primeiro filme feito por um português, em Hollywood. Pode ler-se na respectiva sinopse: “Várias pessoas sem ligação entre si estão em situações de extremo desespero quando algo inesperado acontece que irá mudar radicalmente o rumo das suas vidas. Caberá a cada um moldar o seu destino de modo a reencontrar a felicidade. Mas há destinos que só se alcançam depois de alterar o dos outros.”
Eu ainda não vi o filme mas sei que o protagonista é salvo pelas palavras do GPS: “Faça inversão de marcha. Está na rota errada para o seu destino.” O poder da palavra, mesmo no GPS.
Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. Neste provérbio chinês, mais uma vez o poder da palavra.
Uma imagem vale mais do que mil palavras.
Gosto de acreditar que se completam, afinal
Eu pinto palavras e escrevo pintura.

4 comentários:

luis santos disse...

Embora tenha ficado curioso com o filme preferimos a primeira parte: Mudar-se primeiro para mudar os outros, ou conforme li esta semana do Professor Poeta de Setúbal Sebastião da Gama "Por dentro de mim a fora", contrariamente ao tradicional em educação onde apenas se pensa em encher sacos de batata. Tal e qual como no filme da senhora ministra.

Como gostariamos de ser Professores Novos, ou livrar-nos de ser professores, nesse filme onde é melhor parecê-lo do que sê-lo. E não é que somos...

Quanto aos campos de arroz nos trópicos, está "fish". Ouvi dizer que o Norte da Tailândia é lindo e húmido. Ora, quando as paisagens estão húmidas há que usufrui-las. E, depois, como é bom o Sol de Inverno.

Eu também gostaria de pintar as palavras, mas como diria um amigo meu "está escasso".

Siga a conversa.

A.Tapadinhas disse...

De filmes, e com a intervenção dum português, posso falar eu. Ontem, fui ver a estreia do último filme da saga cinematográfica do feiticeiro Harry Potter, e desta vez a direcção de fotografia tem a assinatura de um português, Eduardo Serra.

Do Professor Poeta de Setúbal, Sebastião da Gama, também poderia dizer qualquer coisa, eu que não sou poeta, mas andei seis anos na escola em Setúbal, e o professor de português tinha alma de poeta.

Envergonhadamente confesso que não poderei dizer o mesmo, eu, que me julgo pintor, porque frequentei quatro anos uma escola que se chamava (e chama) João Vaz, e durante todo esse tempo não me sobraram dois segundos (que digo eu?), um segundo, para me interrogar sobre o homem por detrás desse nome.
Desculpo-me com a incensada inconsciência da juventude.
Já não desculpo os meus professores, que tinham a obrigação de me (nos) falar do pintor, sobretudo de marinhas e de paisagens fluviais do Sado e do Tejo!
Já a estudar em Lisboa, lembro-me de ter entrado numa sala de leilões e ter olhado para a estrela da colecção: uma marinha pintada por um tal de João Vaz. Foi um raio que me atingiu!

Lindos e húmidos são locais que me deixam fascinado...

em qualquer estação!

Abraço,
António

AAG News disse...

Ir de contra a luz...

Com o sol a bater-nos na cara
Ruma ao Mar, o português.
Descobre com ideia clara
O temor de ser audaz
Confronta-se com o Mar Alto
A intempérie e o escorbuto
Mas não perde a lucidez
Procura encontrar o mundo
Encontrar uma razão
Deste viver tão profundo
Num país tão pequenino
Mas tão grande no coração
Procura a alegria imensa
Desta pequena Nação
Dar novos mundos ao mundo
Na palavra e na ação
Porque não é qualquer um
Que pensa em Português
Nem o espanhol ou Alemão
Tiveram tal altivez
De ter tão grande saga
De tamanha misgenização
Criámos mundos inteiros
De pensadores verdadeiros
Que falam e pensam e amam
Em português.
Tal empresa tamanha
Só poderia ser feita
Por esta raça estranha
Que se vê entalada
Entre a África e a Espanha
Não nos restava mais nada
Que partirmos mar adentro
Fugindo da velha europa
Procurar um novo abrigo
Uma casa, um destino
Um sonho uma vontade
De continuar Portugal
Que no Mundo inteiro
andava perdido.
Criámos nações Valentes
Unas, inteiras constantes
Não fomos como a Espanha
Que dividiu continentes
Porque diversas nações ficaram independentes
O Brasil de todas estas Nações
Me toca profundamente
Nunca pensei estar em casa
Na casa daquela gente.
Nunca me senti estrangeiro
Nesse País/Continente
Nunca pensei que AMAR
Fosse um verbo tão igual
Como o Amar no Brasil
Como o Amar em Portugal.

A.Tapadinhas disse...

AAG News: Esse teu poema
tem de ser ouvido
juntamente com uma música,
de preferência um samba,
nas alturas festivas,
pode ser Carnaval,
para todos dançarmos,
para todos gozarmos
o amor que une,
o amor que cola,
o amor que gruda
Brasil e Portugal!

Abraço,
António