Estranha coisa essa de se fechar o corpo quando se esgota a alma…
Fecham os olhos, a boca, as mãos…
Fecha a glote… a traqueia…
… e o coração…
Fecha a vida para a vida ainda que permaneça.
Sobrevida daquela que foi, na qual não se crê ainda…
O pulso lento e o ar entrando devagarinho.
Pulmões murchos no desejo do vazio.
E a voz de fora que aponta a força que tens…
… a maldição da força que te cola onde queres não estar…
… lugar que queres largar…
Que vida é essa onde te fechas para tudo?
Onde estás agora nesse dentro escuro?
O sangue gotejando nas veias
O corpo sucumbido ao peso dos cadeados…
A alma esgotada no silencio de tudo,
a pele rasgada pelo trilhar de sonhos,
o mundo parado… gelado…
A alma no corpo ainda….
… e o corpo já sem alma.
Cléo.
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