quinta-feira, 31 de maio de 2012

d´Arte - Conversas na Galeria XCI



Barcos em Alburrica Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 80x100 cm

Já falei algumas vezes da importância histórica dos moinhos de Alburrica, para a cidade do Barreiro. Da última vez que por lá passei, estavam cheios de andaimes, significando que estavam a fazer as obras necessárias à sua preservação.
Duvido que tenham tomado algumas medidas para evitar as modificações ambientais no estuário do Tejo, ou tenham alterado a rota dos catamarãs para que a ondulação deixe de minar os seus alicerces...
Mas, o que estão a fazer já denota alguma preocupação com a conservação do património.

As árvores morrem de pé.

Os moinhos devem viver de pé, como os homens...

2 comentários:

Luís F. de A. Gomes disse...

Mas também morreram de pé, como as árvores.
Os moinhos fizeram parte de um mundo autárcico que morreu com a penetração do capitalismo. Não foi bom nem meu, foi… Era inevitável. É claro que a preservação da(s) memória(s) conta e pobre é o povo que deixa aquela na decrepitude do que foi de antanho e, nesse sentido, será sempre importante enquanto património histórico e cultural.
De qualquer forma, tenho para mim que há algo mais importante a reter desse passado que é o futuro para que o mesmo nos pode chamar a atenção.
Neste caso é a ideia da integração do homem na natureza de que os moinhos são uma boa ilustração de como tal é possível. Os moinhos, o que resta deles – e não só os de vento, aqui na nossa região, temos a especificidade dos moinhos de maré – aí estão para nos provar como nós, os humanos, somos parte integrante da Natureza e como tal, servem agora para que reflictamos como não temos alternativa a sermos capazes de (re) inventar modos de vida que nos possibilitem viver na harmonia dos ciclos naturais. Eis uma questão que nos leva a reflectir na globalidade de o que pode ser uma vida ética, algo que conduz por uma viagem incrível a respeito do que mais profundo possa haver nos homens.

Temos assim que a galeria continua a convidar-nos a procurarmos ser melhores, através da arte e logo com uma séria de pinturas em que a marca da tua mão e da tua alma, é claro, está bem patente e que bem poderia dar uma exposição sobre o mundo que foi e o que em eles podemos aprender. É pois caso para dizer que é no dartear que está o ganho.

Aquele abraço, companheiro
Luís

A.Tapadinhas disse...

Com o falhanço rotundo da política de venda do nosso charme latino, do sol e água aos nossos amigos europeus, que levou à política cavacal de terra queimada na nossa agricultura e de água seca das nossas pescas, talvez um dia a terra volte a dar cereais e frutos, talvez o mar volte a dar sargaços, peixe e sal, e o vento e as marés voltem a mover moinhos, para gáudio dos Sanchos Panças que ainda acreditam que o mundo, ao contrário de que muitos pensam, continua a dar voltas...

Abraço,
António