António
Justo
Segundo
a tradição em parte do norte de Portugal, na noite de 30 de Abril para 1 de
Maio, muitas pessoas colocam maias (giestas floridas) nas portas das casas para
lembrarem o tempo da fuga de Jesus para o Egipto. Noutras terras colocam maias
no ferrolho da porta para serem protegidos das doenças e dos espíritos maus. Em
torno de Maio há muitos outros costumes de diferentes tradições.
Nalgumas
terras alega-se que esta tradição remonta ao tempo de Jesus, aquando da sua
fuga para o Egipto devida à perseguição de Herodes que ordenara a procura e
morte do menino Jesus. Segundo a lenda, tendo sido identificada a casa onde a
sagrada família pernoitava, um denunciador teria colocado um ramo de giesta na
porta daquela casa para que os soldados de Herodes, depois de avisados,
pudessem identificar a casa e levá-lo. Por milagre, quando os soldados se
dirigiram à cidade depararam com todas as portas enfeitadas com ramos de giesta
florida. Assim os soldados não puderam cumprir a ordem do mal contra o bem.
Noutras terras as maias recordam o caminho da sagrada família para o Egipto:
Maria para se poder orientar no regresso terá colocado giestas no seu caminho.
Em
Maio condensam-se as celebrações de usos e costumes símbolos da fertilidade,
por toda a Europa.
O
ressurgir da natureza é festejado por todas as culturas ao longo da História,
reflectindo diferentes expressões religioso-culturais conforme o espírito do
tempo e da cultura envolvente.
Quando
a natureza acorda para a juventude, celebra-se, com festas e ritos, a vida, a
luz, o fogo e esconjura-se a treva. Estes ritos ganham expressão em tradições
como a das maias, Florais, o burro, a
rainha de Maio, coroa das maias, leilão de donzelas, a festa do mastro/árvore
(esta festa também da virilidade encontra-se no norte da Europa e em Penafiel -
costume celta?), etc. No Norte da Europa
há lugares onde se comemora a chegada de Maio onde, outrora, moças em
idade de casar eram apresentadas no leilão de Maio.
Maio
recebeu o nome do deus Maius que era o deus da Primavera e do crescimento. Para
outros vem de Maia, mãe de Mercúrio. As celebrações em honra de Flora, a deusa
das flores e da juventude (mãe da Primavera), iniciavam o novo ano agrícola e
atingiam, na Roma antiga, o seu clímax nos três primeiros dias de Maio.
A
Igreja católica declarou Maio como o mês de Maria, a mãe e rainha. Dos 54
países que celebram o Dia da Mãe, 36 festejam-no em Maio.
Também
no Norte da Europa havia a tradição dos rapazes colocarem um arbusto à porta da
sua amada como declaração de amor, paralelamente ao costume de serem nesse dia
leiloadas as donzelas em idade de “casar”. Há tradições semelhantes em
Portugal. Aqui, nalgumas terras, havia a tradição da “coroa das maias”,
elaborada em papel com fitas de cores e que os rapazes, colocavam à porta das
suas pretendidas, como manifestação
do seu amor.
António
da Cunha Duarte Justo
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