terça-feira, 1 de maio de 2012

Três Poemas de Manuel de Sousa


1.
“Perdido No Seio Dos Confins Do Pensamento”
Vim à procura de mim mesmo
Minha origem é o centro do Universo
Não recordo mais há quanto tempo parti
Nem sei se alguma vez lá voltarei
Hoje sou presente e omnipresente tambem
Meu pensamento é aquele comum ao Cósmico
Compartilho a inteligência do saber omnisciente
Sinto estar no meio de tudo e do quase absoluto nada
Caminho na berma entre Mundos paralelos
Para mim o tempo é infinito e feito de todos os agoras
Estou e não estou aqui e nem ali mais longe
Sou e nada sou que se pareça com o que aparento ser
Venho de mil e uma encarnações do passado e do futuro
Nunca saí do presente desta eternidade sem fim
Fui perfume de rosa perfeita e sou sangue da imperfeição
Tenho a Alma que todos possuiem em suas realidades
Salto para a sopa primordial misturada das Galáxias
Visto-me de carne por questões de interesse misterioso
Evoluo sem saber qual a direcção rumo ao conhecimento
As vezes ando mais perdido que um neurónio sem cérebro...
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 28 de Abril de 2012, em Homenagem ao 25 De Abril em Portugal e aos Homens e Mulheres que estiveram por detrás das Revoluções e que usaram flores e bandeiras brancas para as fazer,...e que, mesmo assim, triunfaram...em prol de objectivos positivos e de justiça humana...
2.
“Vestido De Silenciosos Sons Nus”
Estou descalço dos pés à cabeça
A roupa que me veste é invísivel
Minha tunica é transparente
Tenho uma existência de aparência ténue
Recuo sem saber se vou de marcha à ré
Relevo os relevos não revelados da fé
Rezo para dentro sem qualquer palavra
Revejo a prece do silêncio em absoluto
Banho-me num balde de lágrimas frias
Desfaço-me da tristeza que teima em perseguir-me
Jogo fora a própria sombra quando ensombrada
Limo arestas aos propósitos incógnitos do destino
Investigo como falo a cada gesto subtil da boca
Aviso quem se me aparece à frente desprevenido
Grito para aliviar a vaidade de andar em frente
Apago do mistério verbal cada som mal soletrado
Elevo ao alto a bandeira da consagração da vida
Levo no peito a vontade contida na esperança
No bolso transporto o pó da pedra filosofal
Bebo no final a água transcendental do Graal...
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, a 28 de Abril de 2012, em Homenagem aos que praticam a Filosofia Pratica e Consciente na vida e no dia-a-dia social e profissional...
3.
“Paradoxal Sentir”
Nasci cristão...
Sinto-me judeu...
E meu Pai é muçulmano...
A minha nacionalidade é a Terra.
Evito o alcool...
Não como carne...
E peixe tão pouco...
Sou um filho dos elementos circunstanciais.
Desisti do tabaco...
Nego a droga...
E fujo do vício...
Quer estar acordado permanentemente para a realidade.
Medito no abstracto...
Viajo no vazio...
E inspiro-me no Dalai Lama...
Voo de olhos abertos pelas paisagens sem fim.
Existo na matéria...
Sou ser espiritual...
E aponto o horizonte...
Vislumbro a Alma Cósmica no meio do incomensurável imaginário.
Vou e venho...
Levito e poiso...
E corro sem parar...
Passo eternamente desta vida para outra e vice-versa infinitamente.
Escrito em Luanda, Angola, por manuel de sousa, em Homenagem a todos aqueles e aquelas que, com força de vontade, se libertaram de certos vicios nocivos a si próprio e à sociedade e hoje, ajudam em plena consciência, aqueles que necessitam e ainda estão presos à ilusão e à fuga aos problemas da responsabilidade do dia-a-dia...

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