sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pedro Du Bois - dois poemas




PRÓDIGO

Destraçar o caminho
replantado na grama
sob os passos

desconsiderar o avanço
e retornar em plácido
andar de retomada

esquecer o desenho
mapeado em escuros
tesouros inatingíveis

ser diletante: pai e mãe
a recolocar no alpendre
espantalhos ao espantado
filho.




FUTURO

Não havia o traço esbranquiçado
rasgando o firmamento, nem a britadeira
e o caminhão misturando cimento e areia:

manualmente transportados
manualmente contados
manualmente colocados
blocos de pedras
superpostos
sobrepostos
erguiam paredes
em pequenos arcos
de telhados

sobre o topo o homem
sonhava traços de fumaça
cortando o firmamento.

(Pedro Du Bois, inéditos)

2 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Infelizmente, amigo, remeti meu comentário-agradecimento em nome da minha mulher, Tânia. Desculpem-me pela falha. Abraços, Pedro.

luis santos disse...

Não tem mal. Tudo bem.
Removemos o casual comentário e ficaram os Abraços.
Abraços dos Grandes.