por Diogo Correia
Embalo de Abril
Os campos e as terras húmidas e Abril entrando no
mundo pelo tempo, seu mestre amigo.
Uma borboleta pousa dourada as finas patas pelo rasgo
de sol numa flor. O orvalho cintilando pérolas em constantes gotículas de água
escorrendo ao ritmo primaveril pela folha de uma rosa.
Naturalmente
Abril tem mais sabor quando a primavera trás um pouco de sol consigo ainda que
a chuva dê aquela fragância perfumada a terra molhada fazendo cantar os
pássaros, incentivando os insetos depois da nuvem passar e dar lugar ao sol.
Manhãs ternas de airosos montes, os malmequeres
vislumbram o céu pleno em segredo, o beija-flor amanhece com o dia ainda
prematuro. “ São tão joviais estas gerbérias” - diz a abelha de namoro assente.
Abril repara à
sua volta as tardes, frescas, simples, românticas de olhos que se espalham nos
canteiros. No pico de seu dia as árvores saúdam o vento em danças de cortesia e
a lagarta que sobe a árvore pela vida que tem, carrega em paz a ponta de uma folha que encontrou no chão.
O crepúsculo
lá longe, de onde a primavera apareceu, chegou ao fim. As folhas vão rompendo
dos ramos pela noite que as embala até o dia nascer. De vez em quando a coruja
do telheiro ruge ouvindo as estrelas que lhe fazem voar de asas largas num
abraço á noite.
Mil águas vão de Abril em punho marchando sobre cravos
vermelhos, os homens lavam a roupa suja pelos tanques da cidade, o dia que se
levanta conhece as lendas que a noite deixou e as aves da manhã pairam no ar
colorindo o céu.
2 comentários:
Amigo Diogo, viva!
É muito belo o teu editorial.
Até lhe poderíamos chamar "TUDO O QUE VOA."
Voemos pois.
Parabéns e um abraço.
Manuel João
Obrigado Amigo Croca!!
Voemos então neste molhado mês de Abril. ehehhehe
Abraço
Diogo
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