terça-feira, 1 de abril de 2014

Editorial


por Diogo Correia


Embalo de Abril


Os campos e as terras húmidas e Abril entrando no mundo pelo tempo, seu mestre amigo.
Uma borboleta pousa dourada as finas patas pelo rasgo de sol numa flor. O orvalho cintilando pérolas em constantes gotículas de água escorrendo ao ritmo primaveril pela folha de uma rosa.
  Naturalmente Abril tem mais sabor quando a primavera trás um pouco de sol consigo ainda que a chuva dê aquela fragância perfumada a terra molhada fazendo cantar os pássaros, incentivando os insetos depois da nuvem passar e dar lugar ao sol.
 
Manhãs ternas de airosos montes, os malmequeres vislumbram o céu pleno em segredo, o beija-flor amanhece com o dia ainda prematuro. “ São tão joviais estas gerbérias” - diz a abelha de namoro assente.
 Abril repara à sua volta as tardes, frescas, simples, românticas de olhos que se espalham nos canteiros. No pico de seu dia as árvores saúdam o vento em danças de cortesia e a lagarta que sobe a árvore pela vida que tem, carrega em paz  a ponta de uma folha que encontrou no chão.
  O crepúsculo lá longe, de onde a primavera apareceu, chegou ao fim. As folhas vão rompendo dos ramos pela noite que as embala até o dia nascer. De vez em quando a coruja do telheiro ruge ouvindo as estrelas que lhe fazem voar de asas largas num abraço á noite.

Mil águas vão de Abril em punho marchando sobre cravos vermelhos, os homens lavam a roupa suja pelos tanques da cidade, o dia que se levanta conhece as lendas que a noite deixou e as aves da manhã pairam no ar colorindo o céu.


2 comentários:

MJC disse...

Amigo Diogo, viva!

É muito belo o teu editorial.
Até lhe poderíamos chamar "TUDO O QUE VOA."
Voemos pois.

Parabéns e um abraço.

Manuel João

Diogo Correia disse...

Obrigado Amigo Croca!!


Voemos então neste molhado mês de Abril. ehehhehe


Abraço
Diogo