Siderurgia, Autor António Tapadinhas, 2000
Óleo sobre Tela, 73x92cm
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Na procura de temas para as minhas pinturas, a cidade do Barreiro tem sido uma
das minhas favoritas, não só, por ser a cidade mais próxima da minha casa, mas
também, por ser uma cidade de contrastes e, por isso mesmo, muito interessante.
Foi o principal eixo da ligação Norte-sul, por causa do Caminho-de-ferro e da travessia entre as duas margens do Tejo. Foi um importante centro corticeiro. A indústria química, cujo expoente máximo foi a CUF – Companhia União Fabril, onde chegaram a trabalhar mais de 8.000 operários, era a maior do País.
Em frente, no Seixal, separadas pelas águas do Tejo, florescia a Siderurgia Nacional.
Estes pólos de desenvolvimento, apresentados como um alicerce da economia, foram ultrapassado pela dinâmica do sistema, deixando feridas ambientais que só agora começam a ser tratadas.
Quando fui convidado pela câmara Municipal do Barreiro para fazer uma exposição, decidi apresentar o contraste entre a visão objectiva (?) da máquina fotográfica e a visão subjectiva (!) do pintor.
Foi o principal eixo da ligação Norte-sul, por causa do Caminho-de-ferro e da travessia entre as duas margens do Tejo. Foi um importante centro corticeiro. A indústria química, cujo expoente máximo foi a CUF – Companhia União Fabril, onde chegaram a trabalhar mais de 8.000 operários, era a maior do País.
Em frente, no Seixal, separadas pelas águas do Tejo, florescia a Siderurgia Nacional.
Estes pólos de desenvolvimento, apresentados como um alicerce da economia, foram ultrapassado pela dinâmica do sistema, deixando feridas ambientais que só agora começam a ser tratadas.
Quando fui convidado pela câmara Municipal do Barreiro para fazer uma exposição, decidi apresentar o contraste entre a visão objectiva (?) da máquina fotográfica e a visão subjectiva (!) do pintor.
Na próxima semana apresentarei uma
visão menos poética da mesma paisagem.
António Tapadinhas
5 comentários:
A pintura também destas coisas, neste caso a relembrança de dinâmicas sociais várias que, para o bem e para o mal, foram marcando este nosso tempo de vida. As fábricas, a Siderurgia e a CUF, parte significativa da região industrial onde nascemos e crescemos. Ali se perderam queridos familiares, durante anos fomos respirando fumaças várias que, em certas alturas, tornavam a atmosfera feia e quase irrespirável. Paralelamente,entre outras coisas boas, o desenvolvimento das gentes e do país também passou por lá. Enfim, uma pintura a partir da qual se podem escrever vários livros. Não sei se, como é de costume dizer-se, uma imagem vale por mil palavras, mas com certeza que esta pintura vale mais.
Aquele Abraço.
Luís Santos: Presto homenagem ao comentário que a minha pintura despoletou, mesmo sabendo que a tua intensa curiosidade e apetência para as artes e ciências, não deixam escapar nada do que à tua volta se vai desenrolando. Para justificar as minhas palavras, estou a lembrar-me das tuas considerações acerca da 1.ª Conferência do Foral, no FB.
Que mantenhas por muito tempo esse entusiasmo, pois precisamos dele, como de pão (infelizmente, não só metaforicamente!) para a boca!
Abraço,
António
Também eu gosto muito.
Da pintura e do texto que a "emoldura" e também dos comentários.
Este "Estudo Geral" é qualquer coisa...
Abraços.
Manuel João Croca
MJC: O EG é
"Uma Coisa em Forma de Assim"
como diria o nosso amigo,
Alexandre O'Neill...
Abraço,
António
Gostei muito da pintura, gostei das lembranças...
Abraço
Fernanda
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