quinta-feira, 13 de março de 2014

D'ARTE - CONVERSAS NA GALERIA
 
3ª Série - 11
 
PINTURA
 
António Tapadinhas
 

TOMAR – RIO NABÃO,
Autor António Tapadinhas, 1996
Óleo sobre Tela 90x105cm 
 
Tomar é uma cidade de que eu guardo gratas recordações. Passei lá um período muito importante da minha vida, à sombra do Convento da Ordem de Cristo e do Castelo Templário fundado em 1160 por D. Gualdim Pais, Mestre Provincial da Ordem do Templo. Quando os Templários começaram a ser perseguidos em França por Filipe, o Belo, Portugal recebeu os membros da Ordem, em reconhecimento dos serviços prestados, nomeadamente nas guerras de Reconquista que expulsaram os mouros da Península Ibérica. O Infante Dom Henrique, grão-mestre da Ordem, soube utilizar os recursos e os vastos conhecimentos de que dispunham sobre navegação, para o êxito dos descobrimentos portugueses. O seu poder, diz-se, resultou directamente de documentos e tesouros encontrados na sua sede, situada no Templo de Salomão, em Jerusalém, nomeadamente o Santo Graal, o cálice onde foi recolhido o sangue de Jesus Cristo e que foi usado na última ceia.
Convoco o misticismo desta cidade, do seu rio e dos Cavaleiros do Templo, para desejar a todos os amigos uma semana de paz, saúde, amor e grandes realizações artísticas.
            (António Tapadinhas)
 
António Tapadinhas, artista multifacetado, nascido no Pinhal Novo, em 1942, já foi distinguido com diversos galardões, em áreas tão diferentes como Pintura, Desenho, Artes Gráficas, Literatura, Xadrez, Bilhar… Tem o Título e Diploma de Académico Correspondente da Academia Metropolitana de Letras, Artes e Ciências, AMLAC, de São Paulo, Brasil.
Na pintura, as suas obras têm em comum um audacioso cromatismo, vivo e dinâmico, pleno de exuberância, um hino à alegria de viver.

 

4 comentários:

luis santos disse...


A pintura é extraordinariamente bonita, bem ao nível da profunda espiritualidade que Tomar carrega, da exuberância da cor, da magnificente natureza, onde vai o rio.

Nem Van Gogh.

Uma pintura templária, ou melhor, a pintura de um templário!

A convocatória é uma Ordem que já cá canta, e que siga a obra.

Abraços.

A.Tapadinhas disse...

Luís Santos: São palavras como as tuas que me deixam (quase!) convencido que vale a pena dar o melhor de nós próprios em tudo aquilo que fazemos...

Abraço,
António

MJC disse...


Também eu fui tocado pelo misticismo de Tomar e pelo espírito do lugar.
Aqui à uns anos passei lá uns dias e deixou saudades.
Aquela praça Gualdim Pais, ali mesmo à sombra do Convento de Cristo - seguramente um dos mais fascinantes monumentos nacionais - é um local onde apetece permanecer.
Talvez pela energia que o lugar esparge, a tela multicolor sugere imensa fecundidade.
Correm abundantes as águas do sentir e do pensamento.

Abraço.

Manuel João Croca

A.Tapadinhas disse...

MJC: Tomar tem uma beleza mística e, como dizes, água é sinal de vida...

Mas não podemos esquecer a água salgada, porque nos últimos tempos, o seu grau de salinidade deve ter aumentado, como disse o poeta:

...quanto do teu sal
são lágrimas...

Abraço,
António