segunda-feira, 24 de março de 2014

REAL... IRREAL... SURREAL... (72)


Falésia, Autor António Tapadinhas, 1996
Óleo sobre Tela, 38x46cm
Lindas de morrer!

Há cinco anos, uma derrocada na falésia da Praia Maria Luísa, em Albufeira, provocou a morte de cinco pessoas, quatro da mesma família, que se encontravam de férias no local. 
No dia seguinte, por todo o litoral português, famílias inteiras continuaram a arriscar a vida, debaixo de falésias consideradas perigosas, sem respeito pelas placas que avisam, em quatro línguas, do perigo de permanecer próximo das zonas assinaladas.
A praia onde aconteceu o acidente, já tem a bandeira azul hasteada por ter deixado de ser perigosa, depois de ter sido demolida a parte que sobrou da rocha...
Este quadro mostra as falésias da costa algarvia, com todos os contrastes, que as tornam um motivo apetecido por todos os pintores. As cores utilizadas têm uma textura que procura transmitir a beleza que, com os raios de sol a incidir sobre elas, são de cortar a respiração… 
Como disse, lindas de morrer!

4 comentários:

Amélia Oliveira disse...

Bom dia António!

Há coincidências que, se não fosse o lado dramático, seriam engraçadas. Antes de ler o 'Real...' tinha acabado de ler um alerta exactamente sobre o mesmo assunto. Como o EG tem leitores espalhados um pouco por todo o lado e embora sendo um alerta um pouco longo, vou deixá-lo aqui, para que as falésias passem a ser apenas 'Lindas...', tal como o teu quadro.

Um abraço e desejos de uma boa semana.

"Praiadaluz XRX investigou o caso da arriba em risco no Talefo junto à Rocha Negra:

Foi verificada no topo da falésia conhecida localmente como "Talefo" a existência de uma fractura em forma concoidal com cerca de 35 metros de extensão.
Estas fracturas são originadas por causas inteiramente naturais devido à forte erosão existente na base da falésia e são bastante comuns em toda a costa Algarvia.

Especialmente durante o Inverno com a intensa agitação marítima e com precipitação intensa, este fenómeno tende a acelerar-se e no verão observa-se a situação oposta.
É praticamente impossível prever a data de desmoronamento desta estrutura, por isso recomenda-se precaução na circulação na parte inferior da arriba, assim como na estrada junto à fractura.
O desmoronamento da falésia pode ser antecedido pela queda de pequenas pedras, pelo que recomenda-se a evacuação imediata do local caso observe-se esta situação.

Também gostaríamos de esclarecer que o saneamento de estruturas como estas é uma tarefa extremamente complexa do ponto de vista técnico e com custos bastante elevados, pelo que é praticamente impossível às autoridades locais tomar atitudes que impeçam o desmoronamento natural das falésias.

Só nos resta tomar as devidas precauções normais que devemos ter quando não nos encontramos num meio urbano e controlado."

Amélia Oliveira

A.Tapadinhas disse...

Amélia Oliveira: Pronto! Aqui está como uma simples crónica num blogue se pode tornar num serviço público!
:)
Beijo,
António

MJC disse...

"Praias, falésias, areais ardentes...", é de facto lindo o "rosto com que a Europa olha o mundo".

Não hão-de os Artistas revelar embevecimento nas suas criações...

Abraço.

Croca

A.Tapadinhas disse...

MJC: Até o Criador, ao sétimo dia, dizem, parou para descansar...

Eu acho que parou para olhar embevecido a sua obra!

E desde então, ainda não parou de olhar...

...o malandro!

António