sábado, 17 de maio de 2014

“Futuros Vistos Por Canudo”


Cuspo para o ar e fujo a sete pés...
Largo da mão os balões cheio de hélio...
Agarro-me com unhas e dentes à Lua...
Corro do Sol com o rabo entre pernas...
Desapareço no horizonte que se vê ao fundo...

Jogo a moeda ao chão para que alguem a apanhe...
Olho fortuítamente para o futuro sem o advinhar...
Meto-me a tentar auto-ler a sina nas costas de outrem...
Vejo que está tudo escuro e perdido à frente...
Abro o portão e olhos para passar daqui para lá...

Danço com todas as silhuetas que aceitam a dança...
Marco o caminho por onde passo às vezes...
Demarco-me de tudo o que acontece num instante...
Alio-me aos factos aleatórios para triunfar...
Toco flauta de beiços com estes caídos...

Assinalo adeus sem qualquer intenção disso...
Mostro-me todo nu de preconceitos descobertos
Cubro-me de chatices e problemas até à medula
Visto-me de virtudes que nem ao espelho se notam
Abrigo-me em locais desabrigados de tudo o mais...


Escrito em Luanda, Angola, a 15 de Maio de 2014, por Manuel de Sousa, em Comemoração à chegada da Estação do Cacimbo (Em Angola, só temos as Estações do Cacimbo e do Calor, tendo esta ultima uma duração de 9 meses e a primeira, uma duração de 3 meses, ao contrario das Regiões de Clima Temperado, que teem 4 Estações anuais.).

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