Gadanheiro, Júlio Pomar, 1945 Óleo sobre Aglomerado 122x83cm |
É a hora!
O desencanto floresceu no meu país!
O que foi sonho fundiu em pesadelo!
Calar mais tempo, era traição fazê-lo
Não sobrevive a árvore sem raiz!
O povo somos todos, nascidos em pátrio solo
Não apenas a turba, a plebe explorada,
Capacho dos senhores, que a querem conservada
E a adormecem com música de um só solo!
Neste antro de leões não pode haver cordeiro
Que faça ouvir o seu balir sereno!
Neste festim não come a vaca o feno
Enquanto houver a fava e o centeio!
O sol fica escondido e não levanta!
As palavras ficam mortas na garganta
-“O rei vai nu!”- Ninguém ousa dizer!
Contra a inércia, não nasce em ti a ira?!
Tira os teus pés da estrada da mentira!
Levanta-te e grita… e o dia há-de nascer!
Joaquim Carreira Tapadinhas - Montijo
2 comentários:
Muito grato por terem inserido este poema.
Nós também agradecemos a sua preciosa colaboração.
Estudo Geral
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