As escrituras sagradas hindus
dividem-se em dois grupos:
- Os Sruti, textos de revelação, constituídos pelos Hinos Védicos (Brãhmana-Upanishad) e pelos Ãranyaka ( grupo de autores da literatura indiana, como alguns filósofos e escritores que viviam na floresta e falavam sobre as cerimónias místicas e o seu significado). Todos estes textos do período
védico pertencem à forma oral e só no período clássico passaram para a forma
escrita. A recitação dos hinos sagrados sempre foi mantida, até hoje,
ininterruptamente desde há milhares de anos.
- Os Smrti, textos da tradição, constituídos pelos textos
épicos Mahãbãrata e Rãmãyana, pelas crónicas Purãnas e códigos de lei e ética.
Entre os
textos sagrados indianos as "Upanishad" têm particular relevância na transição da
cultura védica para o hinduísmo. As Upanisad fazem uma reflexão sobre a
cosmogonia védica, mas simultaneamente assinalam uma rutura com o período em
que ela se desenvolveu.
Etimologicamente "Upanishad" significa “estar junto de” (do Mestre que explica os textos sagrados). Mais
precisamente, Upa significa “junto de”, ni “em baixo”, sad “sentado”, ou seja,
“estar sentado ligeiramente abaixo do mestre”. Ou seja, o que podemos fazer no
interior de nós próprios a partir das palavras do Mestre que detém o
conhecimento dos textos sagrados.
São também as "Upanishad" o
principal ponto de referência de Adi Sankara (788-820), o autor que mais marcou
o desenvolvimento da filosofia clássica indiana e do hinduísmo. Tal como de Vivekãnanda
(1863-1902), um dos grandes pensadores sobre a escola de Sankara. Foi um
estudioso das filosofias ocidentais na Universidade de Calcutá e, igualmente, dos
textos sagrados da Índia.
Diz Vivekãnanda que, o principal
objetivo da filosofia vedanta é que o ser, através do desenvolvimento da
consciência pode atingir a felicidade suprema, a beatitude, o bem-estar. Dito
aqui de forma resumida, a síntese suprema de Sankara é a seguinte: existe uma mesma identidade entre ãtman (um corpo vivo
que respira) e brahman (o princípio divino, a própria realidade, o que existe em si e por si). Ou seja,
aquilo que existe no interior de cada um é a própria realidade. O princípio
filosófico primordial é a da completa
identidade entre ãtman e brahman.
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