sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

“Paradisíaca Mental Barca De Um Destino Sem Inferno”

Não sei se vá de barca para o rio do Inferno ou se não Algo me empurra para lá mesmo sem que eu o queira Quero ir para o centro do ser e da alma donde origino Intuo fortemente que é ali de onde sou e onde tenho destino Apetece-me para ali voltar sem grandes delongas ou voltas Estou furioso com a fúria dos elementos e não acredito neles Passei de pouco crente a completamente céptico e mortiço Olho para a montra quando passo e vejo reflectido um zombie Os movimentos são tão mecânicos que mais pareço um robô Parece que as órbitas a qualquer momento irão pular do sítio Há pássaros e gente mórbida de olhar que voa e olha para mim Fujo dessas coisas e de pensamentos e imagens semelhantes Escapo-me pelo primeiro beco à mão e com que me cruzo Pego a cruz ansata improvisada e sem saber rezar oro o que posso Agradeço imensamente pelas meras circunstanciais coincidências Desligo tudo enquanto corro sem noção de corpo ou meio físico Vou indo com o meio ambiente quase todo apagado às voltas Circundo várias praças e placas giratórias até ficar estonteado Entro lento numa circunvalação como o motor em ponto morto Rodeio o rodeo com cobóis a cavalo atrás de bois e estes idem Lembro-me de trepar a um alto e largo imbondeiro num sonho Caio de lá de cima a meio de um pesadelo tempestuoso e sem côr Bato com os costados de encontro às paredes arredondadas do crânio Fico no processo mais tonto do que o costume e despassaro-me todo Liberto eventuais encostos funestos e tento despertar rápido para a vida…
Escrito em Luanda, Angola, a 2 de Fevereiro de 2016, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Homenagem a tantos e tantos Seres Físico-Espirituais, que já partiram e que quando connosco, deixaram boas e exemplares recordações de como um verdadeiro Ser Humano deve ser, seja em compaixão ou seja em acções de compreensão e de ajuda desinteressada, continuada e engajada ao próximo, sempre com o sentido prioritário de dar sem nada receber em troca, a não ser, o contentamento de ver os outros felizes e servidos…e sofrendo muito menos. Na mente, quando se escreve desta forma, também está sempre presente na memória o nome do nobilíssimo e honroso Gil Vicente, um dos antigos Escritores Portugueses a quem as Literaturas Portuguesa e Lusófona muito devem… Em Memoria de Rosalino Neto, um Rotário/Rotariano Filantropo por excelência e muito dedicado ao cuidado à Criança Angolana vítima da guerra, nascido em Angola, mas, no fundo, um autentico Cidadão do Mundo, de pleno o direito…

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