sábado, 12 de março de 2016

Dois Poemas de Manuel de Sousa


1.

“Atlantis-Atlante A Qualquer Momento Diário Ocasional…”


Como e durmo em pé e descalço
Sou um palhaço do dia-a-dia no meio de tudo isto
Pisco os olhos lentamente ao relento
Julgo poder daqui ser possível ver São Tomé
Só não sei se acredite nisso ou não
Murcho a caminho para um breve desabrochar
Conto as estrelas sem o uso dos dedos
Espreito por entre folhas caducas palavras alienígenas
Racho o plano essencial ao meio
Recorro as estratégias e estratagemas pouco usuais
Desmancho os prazeres em uma qualquer circunstância
Remôo o que sinto num passe-vite eléctrico
Despacho-me para não ser apanhado com a boca na botija
Artículo uma série de sons e chiados pró-animalescos
Desalinho por completo linhas paralelas
Desconfio de que quem tem paralelepípedos de luz difusa
Fico com a pulga atrás da orelha sobre intenções contraditórias
Deixo que me elevem ao Olimpo para uma audiência com os Deuses
Entrego-lhes a carta das queixas hipocondríacas alheias à vontade
Segredo algo insonoro aos ouvidos de Platão e ele aos meus
Manco fingidamente e frigidamente para poder transpor a guarda
Fecho atrás de mim as portas pesadas duplas do portão de entrada
Agacho-me para deixar passar os eventuais maus espíritos
Tomo todas as precauções possíveis aos maus-olhados
Refugio-me em cada instante que passa
Alio-me a mim e à sombra a prossupostos aliados que observam
Vou indo pelos fundos e pelos cantos e evitando as esquinas
Que não haja ninguém ou alguém capaz de me visionar
Furto-me a uma presença visível neste ocasional momento…

Escrito em Luanda, Angola, a 12 de Marco de 2016, por Manuel (D’Angola) de Sousa, em Homenagem a todos os diferentes Povos que escreveram proactivamente a História da Humanidade, e conflitos à parte ou independentemente de outros aspectos, nos trouxeram até aqui no Tempo e no Pensamento, sejam eles ambos Eternos ou não…

Vêr Lenda do Reino de Atlântida e os Açores em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenda_do_Reino_de_Atl%C3%A2ntida_e_os_A%C3%A7ores


2.

“Golpeando A Ignorância Orgulhosa Em Duas Metades Da Mesma Face”


Nos chifres animalescos trago pendurado um estendal de roupa do passado
Uso as cores dos arcos-íris para fazer comida para os sete dias da semana
Chupo os chupa-chupas de todos os gostos e sabores e sonho docemente
Sou da liga dos homens livres e corro livremente como um cavalo bravo
Meus dedos são irmãos uns dos outros sem margem para dúvidas algumas
Faço com as próprias mãos uma cerveja e bebo-a como quem nem é de agora ou depois
Serei breve a tecer comentários e um novo tecido para cobrir aquilo que digo
Agarro amiúde oportunidades secas e murchas impostas e demolho-as em ocasiões
Atiro-me por cima de um burro e aterro por cima de um tacho de papas das Pampas

Desperto ao alvorecer de uma certa ideia que merece que se acorde a tempo
Elaboro caretas certamente improváveis e feias nas fases depois de avermelhadas ao Sol
Moldo a cara com partes feitas em barro do antigamente e parte em propileno
Alimento-me de musgo enquanto planto cogumelos numa estufa deveras escura
Sento-me num banco cheio de impaciência e no qual a madeira está humidificada
Farto-me de coçar e de remexer aleatoriamente os neurónios e o cérebro em si
Belisco-me para poder acreditar de facto que estou cá e que vivo em pessoa no corpo
A matéria quase se me derrete só de pensar que sou um ser ultra flexível e fluídico
Venho e estou sempre aqui e numa época móvel do mutável e eterno agora cósmico

Remendo buracos desgastados e agastados pelas intempéries de maus-olhados
Fecho-me em copas no meio de uma qualquer abandonada pirâmide mental
Imagino-me no meio de um casino a jogar jogos de roleta russa e desarmado
Não desanimo nem que chovam potes ou pregos de aço enquanto desfaço o laço
Canto de galo do alto de um poleiro que fica no mais alto ponto do galinheiro
Fervo em muita pouca água e irrita-me que alheios me pisem distraidamente a cauda
Fico completamente paralisado da cintura para baixo e para cima só tenho espasmos
Treino entretanto com a iris dos olhos a olhar no sentido contrário em tom de indiferença
Marco alguns pontos assim e iço a bandeira da anti-ira e cantaroleio só o hino da alegria

Desfiro rudes golpes na profunda ignorância própria e permito que a alma seja meu farol…

A importância da Cultura, do Aprendizado Académico e o Misto de Treino Profissionalizante e Pratico, assim como a permanente Formação em Investigação Cientifica, são deveras importantes na forma como um Povo se Educa e Evolui no processo de absorção de conhecimento útil, especifico, especializado e geral…

Em Luanda, Angola, por Manuel (D’Angola) de Sousa, a 12 de Março de 2016, para todos aqueles e aquelas que seguem a prática da Poesia para se auto-cultivarem e para desenvolverem esse tão interessante exercício de evolução e descoberta intelectual constantes…

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