E hoje, com a luz da manhã, os campos salpicaram-se com o amarelo das azedas.
O Sol de sombra larga, quando seco, deixa um azul no céu que faz o horizonte aprofundar-se diante dos nossos olhos.
Apetece-nos voar directamente ao infinito.
E nós aqui neste país de pernas para o ar, tão à beira da tragédia.
Estamos agora em plena guerra civil mediática.
O escândalo da pedofilia estoirou nos Açores e já provocou a demissão de um secretário do turismo no governo regional. Fala-se de locais e redes de prostituição infantil e de filmes pornográficos. Naturalmente, apontam-se algumas figuras localmente conhecidas e deixa-se no ar a eventualidade de, entre o vulgo, surgirem mais alguns nomes grados.
Esta tarde, no “Portugal Diário”, escrevia-se finalmente a Madeira. Dizia-se que uma ONG pede a intervenção da ONU – estranho, não lhes parece? – naquele arquipélago.
Pandora’s box it’s open…
E esta tarde foi a vez do governo levar dois tiros em cheio.
O indigitado novo Comandante da Brigada de Trânsito recusou tomar posse depois de vir a público que o general é alvo de uma investigação judiciária em torno de casos de gestão danosa e abuso do poder em anterior exercício de chefia, não posso precisar em que serviço.
Como é que estas gafes são possíveis é que me deixa curioso.
Amanhã, segundo o noticiário das vinte e três horas, na TSF, a revista “Visão” trará uma reportagem sobre um decreto que possibilitou a passagem da cooperativa que geria a Universidade Lusíada à figura de fundação. O pai do ex-ministro Martins da Cruz é o homem forte da instituição e o primeiro-ministro chefiou um dos departamentos daquele estabelecimento de ensino. Tudo isto foi objecto de perguntas que o deputado comunista Lino de Carvalho colocou no Parlamento, em Outubro, sem que até ao momento tenham obtido qualquer resposta.
A coisa promete.
Vai haver sangue para todos os gostos.
Excepto daqueles que amam a democracia que aqui vai ver o seu tiro de misericórdia.
“-Eu hoje fiz uma ficha de avaliação de Estudo do Meio.” –Disse a Matilde mal abriu a porta do carro.
“-Sim, pardalito? Dá cá um beijinho.” –Ao mesmo tempo que me inclinei para lhe beijar a testa. “-E correu bem, querida?” –Perguntei em acto contínuo.
“-Sim!”
E não é que ao jantar, a Matilde foi capaz de repetir perante a mãe os enunciados das perguntas?
Deus me perdoe se há nisto alguma vaidade, mas tanto eu como a Luísa ficámos tão contentes.
Livros Escolares da Margarida, III
“Tabuada Ratinho”, em edição revista e da autoria de Alfredo Cabral. Trata-se da septuagésima sexta edição, da responsabilidade da Papelaria Fernandes.
Bem, vou ouvir as notícias da meia-noite.
Alhos Vedros
10/12/2003
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