sábado, 7 de agosto de 2010

VERÃO COM VAN GOGH



Verão de António Tapadinhas Óleo sobre Platex 15x15cm
(clique sobre a fotografia)

Sob a dura estação, pelo Sol incendiada, (Sotto dura Staggion dal Sole accesa), é assim que começa o poema que inspirou a composição musical. Este concerto, tal como o das outras estações, tem três andamentos: dois rápidos e um lento. Vivaldi escreveu para ele próprio ser o violinista solista, dando melodias mais ternas e suaves aos andamentos lentos, e grande vivacidade aos andamentos rápidos. Nigel Kennedy, o solista, é o vulcão visível deste Verão de Vivaldi.
O que inspirou a série de girassóis que fui fazendo, pensando friamente, resultou de um acaso.
Tenho uma caturra que imita o meu assobio no "Hino Nacional", na "Quinta Sinfonia", no "Jingle Bells", entre outras músicas. Ela come uma mistura de sementes. É muito temperamental, como todas as divas, e espalha-as por todo o lado. Normalmente, recolho as sementes do chão e lanço-as no terreno para que outras aves as aproveitem. Há uns anos atrás, duma dessas sementes, nasceu um espectacular girassol, com o qual fui gastando rolos e rolos de fotografias, de todos os ângulos e com todas as situações de sol e sombra.
Mas eu não acredito em acasos! E eu acho que não foi inocente o nascimento dessa flor no meu terreno: Van Gogh esteve lá a cuidar dele...

8 comentários:

luis santos disse...

E-x-t-r-a-o-r-d-i-n-á-r-i-o. Tudo. Caturra, Girassol, Van Gogh e o Verão.

Porque será que não encontro o autor nas etiquetas para poder aceder a todas as pinturas?

Abraços.

aliusvetus disse...

Além de tudo o resto na tua pintura, fascina-me a forma como pintas os teus textos...

A.Tapadinhas disse...

Luis Santos: Eu só não gosto do excesso de calor!
:(
Abri a etiqueta "Pintura", sem o meu nome, para todos a poderem utilizar...

...mas posso corrigi-la, se achas que vale a pena...

A.Tapadinhas disse...

aliusvetus: Agradeço as tuas palavras...

São essas "pequenas" coisas que me estimulam a continuar!

Abraço,
António

Luís F. de A. Gomes disse...

Claro que esteve, companheiro, até porque tal qual uma flor, a alma do poeta precisa de ser regada todos os dias e com os jogos de sombras e luz das cores é essa que te ilumina e leva a poetar com a pintura. Desse sinal que foi o tal girassol inocente, assim nasceu este que a tua harmonia pintou, para aconchego da vista, pois então e as asas do espírito também.

E é curioso que sendo o Verão seco nestas nossas paragens, onde o verde da erva amarelece e os tapetes da lezíria se vão acastanhando, sempre associei aquele Vivaldi a um verde forte, como o pintas e a um amarelo vivo que faça jus à propriedade de sempre se voltar em direcção ao Sol.

Já assisti a um concerto de "As Quatro Estações" com a Matilde dormindo no meru colo; foi inesquecível.
E outra curiosidade é que foi a peça com que primeiro me familiarizei com este género musical e talvez por isso sempre achei que é a de abordagem mais acessível para levar a despertar alguém para estas sonoridades mais eruditas mas que, nem por isso, deixam de estar ao alcance de um leigo na música como é o meu caso.

O girassol que procura a luz, é uma flor de paz; a música, universal que é, é uma linguagem que aproxima os homens que a podem usar com sinal e símbolo de paz.
É pois de paz que podemos pensar ao contemplar este teu trabalho.

Aquele abraço,

Luís

luis santos disse...

António: De acordo contigo, quem será que gosta do excesso de calor? Agora, com temperaturas de 40º e dezenas de fogos activos... Mas esperemos que os excessos mais violentos do tempo diminuam e que tudo se mantenha dentro da razoabilidade desejada.

Quanto às etiquetas cada um que faça como desejar.

A.Tapadinhas disse...

Luís: Todos sabemos (sabemos?) que não existem sereias. Mas dão muito jeito a poetas e pintores...

Com o girassol, eu bem via que, ao passar nos campos do inferno alentejano, eles estavam voltados para o Sol... Mas não é a mesma coisa! Aquele girassol seguia o seu rasto como o meu cão procura o dos gatos que lhe invadem o espaço! Só nessa altura eu tive a certeza que essa qualidade não era uma invenção para artistas sem inspiração...

"As quatro Estações" e também as valsas de Strauss, por exemplo, são consideradas obras menores porque quase todos gostam de as ouvir... Critérios que transformariam a Mona Lisa ou Guernica, numa espécie de papel de parede...

Aquele abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

Luis Santos: Neste blogue não posso tratar os amigos pelo nome próprio...

...poderá ficar a dúvida sobre qual o Luis a que me refiro!

Hoje o Sol não está visível, mas sente-se!

Vou manter como está. Se houver alguma confusão logo farei a mudança.

Abraço,
António