Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem". Coordenação de Edição: Luís Santos.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
"entre barreiras"
entre barreiras ergo o esqueleto
entorpecido para rasgar o sepulcro da vontade.
vi-te correr como gaivota de asas de cera
a imensidão do oceano tão longínquo
e tão estreitamente intemporal.
por isso te conservo sem braços sem rosto
despida de ideologias
de olhos nus por entre a barba
da terra em cada manhã fresca
de cacimbo quando gritavas
a tua sede no azul que flutuava em redor.
falo não-digo.
já ouço lá fora o histerismo contagiante:
as moscas poisam-me nas mãos.
Raul Costa
www.pbase.com/aliusvetus
entorpecido para rasgar o sepulcro da vontade.
vi-te correr como gaivota de asas de cera
a imensidão do oceano tão longínquo
e tão estreitamente intemporal.
por isso te conservo sem braços sem rosto
despida de ideologias
de olhos nus por entre a barba
da terra em cada manhã fresca
de cacimbo quando gritavas
a tua sede no azul que flutuava em redor.
falo não-digo.
já ouço lá fora o histerismo contagiante:
as moscas poisam-me nas mãos.
Raul Costa
www.pbase.com/aliusvetus
domingo, 28 de novembro de 2010
LEMBREM-SE DO PADEIRO!
A história sobre um escandaloso erro judicial foi há dias contada na SIC pelo juiz Orlando Afonso, prestigiado membro do Supremo Tribunal de Portugal.
In illo temporae, um padeiro foi acusado, julgado e condenado pelo assassinato de alguém e terá morrido no cárcere antes do cumprimento integral da pena. Muitos anos mais tarde, morreu um outro personagem – que nunca fora tido nem achado no processo judicial que vitimou o padeiro – e qual não foi o espanto quando, ao abrirem-lhe o testamento, depararam com a confissão do assassinato de que o padeiro fora inculpado.
O escândalo foi tal que os juízes mandaram tingir de preto as becas que até então eram encarnadas e durante muitos anos, sempre que um Tribunal reunia, alguém proferia em voz alta na sala de audiências a frase «LEMBREM-SE DO POBRE PADEIRO!»
Aqui fica a sugestão a todos os profissionais da política portuguesa: lembrem-se hoje do justo padeiro medieval que pagou pelo pecador.
Novembro de 2010
Henrique Salles da Fonseca
sábado, 27 de novembro de 2010
Um artista ouro-pretano
Ouro Preto
Foto fonte: Revista: Diálogo Médico (Ouro Preto, jan/1992)
Em 18 de novembro de 1814, numa modesta casa de Ouro Preto, encima de um pobre estrado de madeira, expirava Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Andar por Ouro Preto, a antiga Vila Rica, é subir e descer ladeiras, é ficar com torcicolo de tanto olhar para cima e para baixo as suas belas moradias e ricas igrejas dos tempos do Brasil Colônia. Tombada em 1981 Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO, a cidade possui o maior acervo de obras sacras barrocas do mundo. Calçadas por pedras pé-de-moleque, ruas e becos guardam histórias, lendas e segredos dos inconfidentes. Casas ricas ou pobres, geminadas, testemunhas de vidas e mortes, todas conservadas pela necessidade histórica de preservá-las para o turismo ou para o grande número de estudantes, que povoa a cidade no tempo das atividades escolares, na preparação para cursos universitários em Farmácia, Geologia e Mineralogia que lá têm base.
A cidade das ladeiras, fundada pelos bandeirantes paulistas, é um misto de passado e presente, bem dosado, onde se encontra um espaço para toda a gente. Após um dia inteiro percorrendo o patrimônio histórico e comércio, lojas de pedras e de produtos artesanais, nada como um banho relaxante numa hospedaria tranqüila e aconchegante do lugar. Ao jantar, apreciar um frango caipira “de molho” com quiabo e arroz branquinho, ou bom prato de feijão tropeiro, com couve mineira bem fininha refogada na manteiga e costelinha frita... mas só para quem não tem problemas com a dieta! A sobremesa, para horror dos franceses e delícia dos mineiros, poderá ser um Romeu e Julieta (goiabada com queijo frescal), ou talvez um pudim de leite !
Para quem é jovem e gosta de agito, as praças principais oferecem chope gelado, mandioquinha frita como tira-gosto, música moderna. Para os românticos que apreciam um local antigo, tradicional, intimista, onde ao som das cantigas tradicionais, dolentes, acompanhadas pela viola, serve-se a garapinha ou a purinha... sempre quente. Depois, lá pelas altas horas, um escaldado de frango, um caldo de feijão ou de mocotó, fumegantes, para rebater o frio da madrugada. Assim é hoje a terra do mais famoso artista da arte sacra barroca brasileira, filho do mestre de obras português, Manuel Francisco Lisboa e de sua escrava africana Isabel, o Aleijadinho.
Os historiadores não chegaram a um consenso, se Antonio Francisco nasceu em 1730 ou 1738, como leva a crer o atestado de óbito, que diz ter morrido a 18 de novembro de 1814 aos 76 anos de idade. O que se sabe ao certo, é que cresceu num ambiente colonial onde a influencia religiosa era marcante e onipresente. Em Vila Rica, a Igreja recebia parte do ouro descoberto e o empregava em construções, reformas e embelezamento dos templos. Ela era a maior empregadora de pedreiros, marceneiros, mestres de obras e artista da época. Nas fachadas, altares, tetos, frontispícios, a arquitetura, o entalhe e as pinturas das igrejas guardaram a arte sacra barroca mineira para a posteridade. “Deus é detalhe” disse Guimarães Rosa, Aleijadinho mostrou-O em sua obra.
Da juventude desse mineiro iluminado pouco se sabe, porém seus trabalhos mais conhecidos ( Os doze profetas e Os passos da Paixão) foram executados quando já estava velho ( mais de 60 anos ) e doente. Aleijadinho sabia ler e escrever. Com o pai e tio aprendeu os primeiros desenhos, a projetar, a fazer as primeiras esculturas. Na casa de Fundição de Vila Rica, com João Gomes Batista prosseguiu seus estudos. Com os entalhadores Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha aprimorou o entalhe.
A Fonte do Padre Faria, em Ouro Preto, as imagens São Simão de Stock, São João da Cruz , em Sabará, e muitas das suas obras estão espalhadas pelas históricas cidades mineiras. Os três anjinhos bochechudos formando um triangulo, talvez sejam a impressão, a marca registrada de sua autoria, em tantas outras obras.
O capricho, o requinte do detalhe, a alta expressividade de seus personagens valeram-lhe fama, encomendas de muitos trabalhos e dinheiro que nunca soube administrar. Mesmo vitima de um mal que o deformava e que pouco a pouco o incapacitava, destruindo articulações e comendo-lhe dedos e artelhos, fazia com que seus escravos ( dois) o carregassem, amarrassem o cinzel e o martelo às mãos e atassem uma joelheira de couro, para que de joelhos pudesse trabalhar. Dizem que saía à noite montado num cavalo, enrolado numa capa escura para esconder sua triste figura dos olhares indiscretos.
Em 1812, já quase cego e inválido, foi morar com Joana Lopes, sua nora, que cuidou dele até o final de seus dias, em 18 de novembro de 1814, pobre e esquecido pela comunidade.
Antonio Francisco Lisboa, um luso-afro descendente, nasceu e morreu numa região de Minas Gerais onde a montanhas e a natureza que as circunda nada tem de exuberante, só o ouro que, brotado das suas entranhas, arreganhou a cobiça dos homens, abriu e enfeitou cidades, e sob a inspiração divina encontrou no gênio criativo de um homem a sua maior expressão de arte e beleza.
Suposto retrato póstumo de Aleijadinho, realizado por Euclásio Ventura no século XIX. Fonte : Wikipédia, enciclopédia livre
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 18 de novembro 2010-11-18
Dados:
-Diálogo Médico ( jan/1992) Ouro Preto
-Enciclopédia Delta Universal
-Wikipédia
Foto fonte: Revista: Diálogo Médico (Ouro Preto, jan/1992)
Em 18 de novembro de 1814, numa modesta casa de Ouro Preto, encima de um pobre estrado de madeira, expirava Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Andar por Ouro Preto, a antiga Vila Rica, é subir e descer ladeiras, é ficar com torcicolo de tanto olhar para cima e para baixo as suas belas moradias e ricas igrejas dos tempos do Brasil Colônia. Tombada em 1981 Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO, a cidade possui o maior acervo de obras sacras barrocas do mundo. Calçadas por pedras pé-de-moleque, ruas e becos guardam histórias, lendas e segredos dos inconfidentes. Casas ricas ou pobres, geminadas, testemunhas de vidas e mortes, todas conservadas pela necessidade histórica de preservá-las para o turismo ou para o grande número de estudantes, que povoa a cidade no tempo das atividades escolares, na preparação para cursos universitários em Farmácia, Geologia e Mineralogia que lá têm base.
A cidade das ladeiras, fundada pelos bandeirantes paulistas, é um misto de passado e presente, bem dosado, onde se encontra um espaço para toda a gente. Após um dia inteiro percorrendo o patrimônio histórico e comércio, lojas de pedras e de produtos artesanais, nada como um banho relaxante numa hospedaria tranqüila e aconchegante do lugar. Ao jantar, apreciar um frango caipira “de molho” com quiabo e arroz branquinho, ou bom prato de feijão tropeiro, com couve mineira bem fininha refogada na manteiga e costelinha frita... mas só para quem não tem problemas com a dieta! A sobremesa, para horror dos franceses e delícia dos mineiros, poderá ser um Romeu e Julieta (goiabada com queijo frescal), ou talvez um pudim de leite !
Para quem é jovem e gosta de agito, as praças principais oferecem chope gelado, mandioquinha frita como tira-gosto, música moderna. Para os românticos que apreciam um local antigo, tradicional, intimista, onde ao som das cantigas tradicionais, dolentes, acompanhadas pela viola, serve-se a garapinha ou a purinha... sempre quente. Depois, lá pelas altas horas, um escaldado de frango, um caldo de feijão ou de mocotó, fumegantes, para rebater o frio da madrugada. Assim é hoje a terra do mais famoso artista da arte sacra barroca brasileira, filho do mestre de obras português, Manuel Francisco Lisboa e de sua escrava africana Isabel, o Aleijadinho.
Os historiadores não chegaram a um consenso, se Antonio Francisco nasceu em 1730 ou 1738, como leva a crer o atestado de óbito, que diz ter morrido a 18 de novembro de 1814 aos 76 anos de idade. O que se sabe ao certo, é que cresceu num ambiente colonial onde a influencia religiosa era marcante e onipresente. Em Vila Rica, a Igreja recebia parte do ouro descoberto e o empregava em construções, reformas e embelezamento dos templos. Ela era a maior empregadora de pedreiros, marceneiros, mestres de obras e artista da época. Nas fachadas, altares, tetos, frontispícios, a arquitetura, o entalhe e as pinturas das igrejas guardaram a arte sacra barroca mineira para a posteridade. “Deus é detalhe” disse Guimarães Rosa, Aleijadinho mostrou-O em sua obra.
Da juventude desse mineiro iluminado pouco se sabe, porém seus trabalhos mais conhecidos ( Os doze profetas e Os passos da Paixão) foram executados quando já estava velho ( mais de 60 anos ) e doente. Aleijadinho sabia ler e escrever. Com o pai e tio aprendeu os primeiros desenhos, a projetar, a fazer as primeiras esculturas. Na casa de Fundição de Vila Rica, com João Gomes Batista prosseguiu seus estudos. Com os entalhadores Francisco Xavier de Brito e José Coelho de Noronha aprimorou o entalhe.
A Fonte do Padre Faria, em Ouro Preto, as imagens São Simão de Stock, São João da Cruz , em Sabará, e muitas das suas obras estão espalhadas pelas históricas cidades mineiras. Os três anjinhos bochechudos formando um triangulo, talvez sejam a impressão, a marca registrada de sua autoria, em tantas outras obras.
O capricho, o requinte do detalhe, a alta expressividade de seus personagens valeram-lhe fama, encomendas de muitos trabalhos e dinheiro que nunca soube administrar. Mesmo vitima de um mal que o deformava e que pouco a pouco o incapacitava, destruindo articulações e comendo-lhe dedos e artelhos, fazia com que seus escravos ( dois) o carregassem, amarrassem o cinzel e o martelo às mãos e atassem uma joelheira de couro, para que de joelhos pudesse trabalhar. Dizem que saía à noite montado num cavalo, enrolado numa capa escura para esconder sua triste figura dos olhares indiscretos.
Em 1812, já quase cego e inválido, foi morar com Joana Lopes, sua nora, que cuidou dele até o final de seus dias, em 18 de novembro de 1814, pobre e esquecido pela comunidade.
Antonio Francisco Lisboa, um luso-afro descendente, nasceu e morreu numa região de Minas Gerais onde a montanhas e a natureza que as circunda nada tem de exuberante, só o ouro que, brotado das suas entranhas, arreganhou a cobiça dos homens, abriu e enfeitou cidades, e sob a inspiração divina encontrou no gênio criativo de um homem a sua maior expressão de arte e beleza.
Suposto retrato póstumo de Aleijadinho, realizado por Euclásio Ventura no século XIX. Fonte : Wikipédia, enciclopédia livre
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 18 de novembro 2010-11-18
Dados:
-Diálogo Médico ( jan/1992) Ouro Preto
-Enciclopédia Delta Universal
-Wikipédia
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
d´Arte – Conversas na Galeria XIII
D. Quixote Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 80x100cm
Foi há quatrocentos e dois anos que saiu a primeira edição do livro El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha – quatro séculos de influência na cultura do mundo moderno. Tanto tempo decorrido e continua a fazer falta o nosso herói: “Vou a castigar insolentes e a endireitar tortos”.
Com esta minha obra aconteceu um facto estranho.
No segundo dia da exposição, já perto da hora do fecho, passei pela galeria para saber das impressões do público. Qual não é o meu espanto quando vejo, no sítio onde devia estar a obra, um letreiro a dizer vendido. Tinha dado instruções para que todas as obras ficassem em exposição, e só no final deveriam ser entregues aos eventuais compradores. Perguntei à encarregada da galeria o que se tinha passado. “Muito simples – disse ela – uma senhora nova, muito bonita e elegante (não são todas?), tinha de apanhar o avião para Buenos Aires e queria levar o quadro. Depois de pensar o que devia fazer, disse que o entregava mas exigi que me pagasse em dinheiro. Ela disse que sim, foi ao Banco ali ao lado e deu-me o dinheiro todo. Saiu toda contente”.
Quem não ficou muito feliz com a história fui eu. Até hoje não sei onde para esta obra. Refiro o caso porque (quem sabe?) pode dar-se a coincidência do meu blogue ser visitado pela pessoa que o comprou e contactar-me. Seria uma grande alegria reencontrá-lo.
Disse Woody Allen: “Por que Deus não fala comigo? Se Ele pelo menos tossisse”.
Quixotesco, não acham?
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Filosofia e Saudade
8. Sampaio Bruno (1857-1915)
Nós vivemos num mundo, onde se parte do Mal, da fealdade, do erro. O pecado original é de Deus, não do homem. Existência é dor, padecimento. Estado normal é doença.
A Saudade é o movimento em que tudo participa para uma reabsorção em Deus. A partir de uma diferenciação inicial, há sempre desejo de regresso. A vontade de viver destina-se ao regresso à consciência pura, à unidade primordial.
Adepto de um vegetarianismo que pudesse até poupar as plantas - alimentção química. Não matar para viver. As alterações psico-fisiológicas trariam um Super-Homem no futuro.
O Homem está no mundo para procurar a evolução de si e de todas as coisas. A alma embora não se possa conhecer plenamente, sempre se pode ir conhecendo mais um pouco.
Crítico de todas as ideias antropocêntricas, não vê a Humanidade como o fim último da criação
Luis Santos
Referência Bibliográfica:
- Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009
- Sampaio Bruno, A Ideia de Deus, 1902
Nós vivemos num mundo, onde se parte do Mal, da fealdade, do erro. O pecado original é de Deus, não do homem. Existência é dor, padecimento. Estado normal é doença.
A Saudade é o movimento em que tudo participa para uma reabsorção em Deus. A partir de uma diferenciação inicial, há sempre desejo de regresso. A vontade de viver destina-se ao regresso à consciência pura, à unidade primordial.
Adepto de um vegetarianismo que pudesse até poupar as plantas - alimentção química. Não matar para viver. As alterações psico-fisiológicas trariam um Super-Homem no futuro.
O Homem está no mundo para procurar a evolução de si e de todas as coisas. A alma embora não se possa conhecer plenamente, sempre se pode ir conhecendo mais um pouco.
Crítico de todas as ideias antropocêntricas, não vê a Humanidade como o fim último da criação
Luis Santos
Referência Bibliográfica:
- Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009
- Sampaio Bruno, A Ideia de Deus, 1902
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terça-feira, 23 de novembro de 2010
Greve Geral
24 de Novembro é dia de Greve Geral. Sim, façamos Greve Geral. Paralisemos todas as nossas actividades, como protesto contra um país mal organizado, mal governado, eticamente decadente e social e economicamente injusto, cada vez mais vergado à grande finança internacional, à ganância dos especuladores e ao consequente desprezo pelas necessidades básicas da população. Paremos totalmente, como protesto contra um país refém dos grandes grupos e potências económico-financeiras em todas as áreas, do trabalho à saúde, educação e política.
Façamos pois Greve Geral, em protesto contra todos os governos e oposições que, não só agora, mas desde a fundação de Portugal, contribuíram para o estado em que estamos. Todavia, façamos Greve Geral sobretudo em protesto contra nós próprios, que maioritariamente votamos sempre nos mesmos ou nos abstemos de votar e, principalmente, de criar alternativas à classe política e aos partidos em que desde há muito não acreditamos. Façamos Greve Geral, sim, mas também à nossa passividade e conformismo cívicos, à nossa preguiça e indolência, à nossa tremenda indiferença. Façamos Greve Geral ao nosso hábito inveterado de criticar tudo e todos e nada fazer, ficando sempre à espera que alguém faça, que os outros resolvam, que D. Sebastião apareça. Façamos Greve Geral à ideia de que basta fazer um dia de Greve Geral exterior, em prol de mudanças sociais, económicas e políticas, deixando tudo igual nos outros dias e dentro de cada um de nós. Sim, façamos definitivamente Greve Geral à demissão de sermos desde já, sempre e cada vez mais a diferença que queremos ver no mundo, em todas as frentes, sem exclusão de nenhuma: espiritual, cultural, ética, social, económica e política.
Façamos pois Greve Geral à nossa cumplicidade com o rumo de uma civilização que caminha aceleradamente para a sua perda, à nossa colaboração com a ganância e futilidade da hiperprodução e do hiperconsumo que violam a natureza e instrumentalizam e escravizam os seres vivos, homens e animais, em nome de um progresso e de um bem-estar que é sempre apenas o de uma pequena minoria de senhores do mundo. Façamos Greve Geral à intoxicação quotidiana de uma comunicação social que só deixa passar a versão da realidade que interessa aos vários poderes e contrapoderes. Façamos Greve Geral à imbecilização colectiva de muitos programas de televisão e seus outros avatares informáticos, que nos deixam pregados no sofá e nos ecrãs quando há crianças a morrer de fome, mulheres apedrejadas até à morte, velhos abandonados, defensores dos direitos humanos torturados e a apodrecer nas prisões, trabalhadores explorados, povos vítimas de agressão militar e genocídio, animais produzidos em série para os nossos pratos e a agonizar nos canis, matadouros, laboratórios e arenas, a natureza e o planeta a serem devastados… Façamos Greve Geral a todas as nossas ilusões e distracções, a todo o fazer de conta, a toda a conversa fútil no café, telemóvel, blogues e facebook, a todo o voltar a cara para o lado ante a realidade profunda das coisas e toda a nossa hipócrita cumplicidade com o que mais criticamos e condenamos.
Sim, e sobretudo façamos Greve Geral à raiz de tudo isso, a todos os nossos pensamentos, emoções, palavras e acções iludidos, inúteis e nocivos a nós e a todos. Greve Geral a todos os juízos e opiniões que visam sempre autopromover-nos em detrimento dos outros. Greve Geral a colocarmo-nos sempre em primeiro lugar, a nós e aos “nossos”, familiares, amigos, membros da mesma nação, clube, partido, religião ou espécie, em detrimento dos “outros”, sempre a menorizar, desprezar, combater, dominar ou abater. Pois façamos Greve Geral, total e radical, não só um dia, mas para sempre, a toda a ignorância dualista, apego e aversão e à sua combinação em todo o egocentrismo, possessividade, orgulho, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, preguiça e torpor. Paremos para sempre de produzir e consumir isto, cessemos de poluir mental e emocionalmente o planeta e deixemos espaço para que em nós floresça e frutifique a sabedoria, o amor, a compaixão imparciais e incondicionais, a paz e a alegria profundas e duradouras.
Façamos Greve Geral, agora e para sempre! E deixemo-nos contaminar pela Revolução doce e silenciosa de uma mente desperta e sensível ao Bem de todos os seres sencientes, que nada pense, diga e faça que não o vise, a cada instante, seja em que esfera for, também na economia e na política. Desta Greve Geral saem um Homem e um Mundo Novos.
Paulo Borges
23.11.2010
Façamos pois Greve Geral, em protesto contra todos os governos e oposições que, não só agora, mas desde a fundação de Portugal, contribuíram para o estado em que estamos. Todavia, façamos Greve Geral sobretudo em protesto contra nós próprios, que maioritariamente votamos sempre nos mesmos ou nos abstemos de votar e, principalmente, de criar alternativas à classe política e aos partidos em que desde há muito não acreditamos. Façamos Greve Geral, sim, mas também à nossa passividade e conformismo cívicos, à nossa preguiça e indolência, à nossa tremenda indiferença. Façamos Greve Geral ao nosso hábito inveterado de criticar tudo e todos e nada fazer, ficando sempre à espera que alguém faça, que os outros resolvam, que D. Sebastião apareça. Façamos Greve Geral à ideia de que basta fazer um dia de Greve Geral exterior, em prol de mudanças sociais, económicas e políticas, deixando tudo igual nos outros dias e dentro de cada um de nós. Sim, façamos definitivamente Greve Geral à demissão de sermos desde já, sempre e cada vez mais a diferença que queremos ver no mundo, em todas as frentes, sem exclusão de nenhuma: espiritual, cultural, ética, social, económica e política.
Façamos pois Greve Geral à nossa cumplicidade com o rumo de uma civilização que caminha aceleradamente para a sua perda, à nossa colaboração com a ganância e futilidade da hiperprodução e do hiperconsumo que violam a natureza e instrumentalizam e escravizam os seres vivos, homens e animais, em nome de um progresso e de um bem-estar que é sempre apenas o de uma pequena minoria de senhores do mundo. Façamos Greve Geral à intoxicação quotidiana de uma comunicação social que só deixa passar a versão da realidade que interessa aos vários poderes e contrapoderes. Façamos Greve Geral à imbecilização colectiva de muitos programas de televisão e seus outros avatares informáticos, que nos deixam pregados no sofá e nos ecrãs quando há crianças a morrer de fome, mulheres apedrejadas até à morte, velhos abandonados, defensores dos direitos humanos torturados e a apodrecer nas prisões, trabalhadores explorados, povos vítimas de agressão militar e genocídio, animais produzidos em série para os nossos pratos e a agonizar nos canis, matadouros, laboratórios e arenas, a natureza e o planeta a serem devastados… Façamos Greve Geral a todas as nossas ilusões e distracções, a todo o fazer de conta, a toda a conversa fútil no café, telemóvel, blogues e facebook, a todo o voltar a cara para o lado ante a realidade profunda das coisas e toda a nossa hipócrita cumplicidade com o que mais criticamos e condenamos.
Sim, e sobretudo façamos Greve Geral à raiz de tudo isso, a todos os nossos pensamentos, emoções, palavras e acções iludidos, inúteis e nocivos a nós e a todos. Greve Geral a todos os juízos e opiniões que visam sempre autopromover-nos em detrimento dos outros. Greve Geral a colocarmo-nos sempre em primeiro lugar, a nós e aos “nossos”, familiares, amigos, membros da mesma nação, clube, partido, religião ou espécie, em detrimento dos “outros”, sempre a menorizar, desprezar, combater, dominar ou abater. Pois façamos Greve Geral, total e radical, não só um dia, mas para sempre, a toda a ignorância dualista, apego e aversão e à sua combinação em todo o egocentrismo, possessividade, orgulho, inveja e ciúme, avareza e avidez, ódio e cólera, preguiça e torpor. Paremos para sempre de produzir e consumir isto, cessemos de poluir mental e emocionalmente o planeta e deixemos espaço para que em nós floresça e frutifique a sabedoria, o amor, a compaixão imparciais e incondicionais, a paz e a alegria profundas e duradouras.
Façamos Greve Geral, agora e para sempre! E deixemo-nos contaminar pela Revolução doce e silenciosa de uma mente desperta e sensível ao Bem de todos os seres sencientes, que nada pense, diga e faça que não o vise, a cada instante, seja em que esfera for, também na economia e na política. Desta Greve Geral saem um Homem e um Mundo Novos.
Paulo Borges
23.11.2010
Insónia Pontual
O relógio bate as três,
E o tic-tac alheio do mundo continua.
A prova de vida arrasa a loucura
E o homem de si permanece seguro.
A vela arde e a noite perdura,
Origem eterna de todas as coisas.
De além são os sonhos surgindo tontura,
Esperando á janela o dia que vem.
Diogo Correia
E o tic-tac alheio do mundo continua.
A prova de vida arrasa a loucura
E o homem de si permanece seguro.
A vela arde e a noite perdura,
Origem eterna de todas as coisas.
De além são os sonhos surgindo tontura,
Esperando á janela o dia que vem.
Diogo Correia
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
VALE MAIS PREVENIR...
Por mero acaso, passei nesta pequena localidade entre o Pinhão e S. João da Pesqueira, no Alto Douro Vinhateiro.
Com a crise reinante, acredito que, muito em breve, este será um local de grandes peregrinações...
À cautela, registei o local.
Nunca se sabe o dia de amanhã!
Manuel Henrique Figueira
Com a crise reinante, acredito que, muito em breve, este será um local de grandes peregrinações...
À cautela, registei o local.
Nunca se sabe o dia de amanhã!
Manuel Henrique Figueira
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Manuel Henrique Figueira
domingo, 21 de novembro de 2010
Partes de Um
As formigas e as abelhas são uma boa metáfora para percebermos que tudo faz parte de uma unidade. Quando observamos quer abelhas, quer formigas, vemos apenas uma, mas isto não corresponde à realidade destes seres. Mais do que qualquer outra espécie, abelhas e formigas trabalham como partes de um todo. Elas não podem, nem sobrevivem individualmente; sobrevivem como membros de um grupo e a sobrevivência do grupo é o objectivo de cada vida individual. Não existe o conceito de vida fora do grupo, por isso, usar o mundo de forma individual não faz qualquer sentido para estes seres.
Ao contrário, frequentemente os humanos valorizam fortemente a individualidade associando negativamente a forma de organização das abelhas e formigas a falta de independência. No entanto, se observarmos bem de perto a vida destes animais, poderemos aprender diversas e valiosas lições de como poderíamos obter resultados muito positivos se nos ligássemos e trabalhássemos juntos na obtenção de um objectivo maior.
A maioria das abelhas e formigas têm papéis específicos dentro das suas comunidades e trabalham dentro dos limites das suas possibilidades sem queixumes e nunca desejando ser mais do que aquilo que são! Elas simbolizam, assim, o auto-conhecimento e a humildade. Também simbolizam o espírito de serviço desinteressado uma vez que trabalham para o bem comum. De uma certa forma, fazem-me lembrar as células do nosso corpo, vivendo e morrendo quando necessário para preservar a integridade de todo o corpo, não se protegendo individualmente.
Neste sentido, abelhas e formigas simbolizam a capacidade de ver para além do “pequeno ego”, de vermo-nos como indivíduos fazendo parte de um grande Todo e igualmente a capacidade de servir o Todo sem egoísmo.
Abelhas e formigas podem inspirar-nos sobre: quem somos?, o que fazemos nesta vida?, qual o nosso papel em cada dia da nossa existência?, como servimos e beneficiamos o todo e a humanidade no nosso dia a dia?, etc….
Poderemos ainda pensar que se agirmos como estes seres que trabalham em verdadeira unidade para bem do grupo, podemos aumentar a nossa consciência sobre questões ambientais, alimentando os famintos ou tornando uma criança feliz! Cada um de nós nasceu com determinados talentos. Quando estamos conscientes deles e os aplicamos, sabendo que somos apenas parte de uma grande unidade, podemos sem dar por isso e sem grande esforço contribuir para um mundo melhor, honrando a sabedoria das abelhas e das formigas!
Paula Soveral
tlm: 93.6423440
www.paulasoveral.net
Ao contrário, frequentemente os humanos valorizam fortemente a individualidade associando negativamente a forma de organização das abelhas e formigas a falta de independência. No entanto, se observarmos bem de perto a vida destes animais, poderemos aprender diversas e valiosas lições de como poderíamos obter resultados muito positivos se nos ligássemos e trabalhássemos juntos na obtenção de um objectivo maior.
A maioria das abelhas e formigas têm papéis específicos dentro das suas comunidades e trabalham dentro dos limites das suas possibilidades sem queixumes e nunca desejando ser mais do que aquilo que são! Elas simbolizam, assim, o auto-conhecimento e a humildade. Também simbolizam o espírito de serviço desinteressado uma vez que trabalham para o bem comum. De uma certa forma, fazem-me lembrar as células do nosso corpo, vivendo e morrendo quando necessário para preservar a integridade de todo o corpo, não se protegendo individualmente.
Neste sentido, abelhas e formigas simbolizam a capacidade de ver para além do “pequeno ego”, de vermo-nos como indivíduos fazendo parte de um grande Todo e igualmente a capacidade de servir o Todo sem egoísmo.
Abelhas e formigas podem inspirar-nos sobre: quem somos?, o que fazemos nesta vida?, qual o nosso papel em cada dia da nossa existência?, como servimos e beneficiamos o todo e a humanidade no nosso dia a dia?, etc….
Poderemos ainda pensar que se agirmos como estes seres que trabalham em verdadeira unidade para bem do grupo, podemos aumentar a nossa consciência sobre questões ambientais, alimentando os famintos ou tornando uma criança feliz! Cada um de nós nasceu com determinados talentos. Quando estamos conscientes deles e os aplicamos, sabendo que somos apenas parte de uma grande unidade, podemos sem dar por isso e sem grande esforço contribuir para um mundo melhor, honrando a sabedoria das abelhas e das formigas!
Paula Soveral
tlm: 93.6423440
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sábado, 20 de novembro de 2010
Vidas Lusófonas
RODRIGUES LAPA e
CARVALHO CALERO
http://www.vidaslusofonas.pt/calero.htm
um português e um galego,
velha amizade...
Por sugestão de Carlos Loures
ambos sobem até
VIDAS LUSÓFONAS
http://www.vidaslusofonas.pt/
onde já moram 136.
Naquela casa
tudo está a acontecer,
cada vida / cada conto.
Por isso já recebeu
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CARVALHO CALERO
http://www.vidaslusofonas.pt/calero.htm
um português e um galego,
velha amizade...
Por sugestão de Carlos Loures
ambos sobem até
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onde já moram 136.
Naquela casa
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
"Crioulinha..."
Rubem Alves*
As palavras são a carne do
mundo; não podem ser
substituídas por outras,
ainda que mais verdadeiras
UMA DAS MEMÓRIAS felizes que tenho de minha infância me leva de volta à escola. Eu estava no terceiro ano primário. Era a aula de leitura. Não, não era aula em que líamos para a professora ouvir e corrigir. Ao contrário, era a professora que lia para nos deliciar. Foi assim que aprendi a amar os livros. Não aprendi com a gramática.
Dizem que os jovens não gostam de ler. Mas como poderiam amar a leitura se não houvesse alguém que lesse para eles? Aprende-se o prazer da leitura da mesma forma como se aprende o prazer da música: ouvindo. A leitura da professora era música para nós.
A professora lia e nós nos sentíamos magicamente transportados para um mundo maravilhoso, cheio de entidades encantadas. O silêncio era total. E era uma tristeza quando a professora fechava o livro. "O Saci", "Viagem ao Céu", "Caçadas de Pedrinho", "Reinações de Narizinho". Esses eram os nomes de algumas das músicas que ela interpretava. E o nome do compositor era Monteiro Lobato.
Mas agora as autoridades especializadas em descobrir as ideologias escondidas no vão das palavras descobriram que, por detrás das palavras inocentes, havia palavras que não podiam ser ditas. Monteiro Lobato ensina racismo. E apresentam como prova as coisas que ele dizia da negra Tia Anastácia...
A descoberta exigia providências. Era preciso proibir as palavras racistas. Monteiro Lobato não mais pode frequentar as escolas...
Assustei-me. Senti-me ameaçado. Fiquei com medo de que me descobrissem racista também. Tantas palavras proibidas eu já disse.
É preciso explicar. Naqueles tempos, tempos ainda com cheiro da escravidão, havia um costume... As famílias negras pobres com muitos filhos, sem recursos para sustentá-los, ofereciam às famílias abastadas, brancas, para serem criados e para trabalhar. Assim era a vida. Foi assim na minha casa. Veio morar conosco uma meninota de uns dez anos, a Astolfina, apelidada de Tofa. Escrevi sobre ela no meu livro de memórias "O Velho que Acordou Menino". Cuidou de mim, dos meus irmãos, e morou conosco até se casar. Acontece que, ao contar sobre ela, eu usei uma palavra que fazia parte daquele mundo: "crioulinha". Era assim que se falava porque essa era a palavra que fazia parte daquele mundo. Imaginem que, obediente à "linguagem politicamente correta", eu, hoje, tivesse escrito no meu livro "uma jovem de ascendência afro"... Não. Esse não era o mundo em que a Astolfina viveu.
As palavras são a carne do mundo. Não podem ser substituídas por outras, ainda que mais verdadeiras, ainda que sinônimas. É preciso dizê-las como foram ditas para que o mundo que foi fique vivo novamente. A história se faz com palavras que faziam parte da vida. Aí, então, se pode explicar, como nota de rodapé: "Era assim. Não é mais...".
Estou com medo de que as ditas autoridades descubram que usei a palavra racista "crioulinha" para me referir àquilo que, hoje, seria "uma jovem de ascendência afro".
Estou, assim, tomando minhas providências. Para que não coloquem meu livro no "Índex" vou apagar a palavra "crioulinha" do texto e, sempre que precisar me referir à Tofa, direi que ela era uma governanta suíça e ruiva, uniformizada de branco e touca, para evitar que fios de cabelo caíssem na comida... Assim, meu livro purificado do racismo poderá frequentar as escolas...
* Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp
As palavras são a carne do
mundo; não podem ser
substituídas por outras,
ainda que mais verdadeiras
UMA DAS MEMÓRIAS felizes que tenho de minha infância me leva de volta à escola. Eu estava no terceiro ano primário. Era a aula de leitura. Não, não era aula em que líamos para a professora ouvir e corrigir. Ao contrário, era a professora que lia para nos deliciar. Foi assim que aprendi a amar os livros. Não aprendi com a gramática.
Dizem que os jovens não gostam de ler. Mas como poderiam amar a leitura se não houvesse alguém que lesse para eles? Aprende-se o prazer da leitura da mesma forma como se aprende o prazer da música: ouvindo. A leitura da professora era música para nós.
A professora lia e nós nos sentíamos magicamente transportados para um mundo maravilhoso, cheio de entidades encantadas. O silêncio era total. E era uma tristeza quando a professora fechava o livro. "O Saci", "Viagem ao Céu", "Caçadas de Pedrinho", "Reinações de Narizinho". Esses eram os nomes de algumas das músicas que ela interpretava. E o nome do compositor era Monteiro Lobato.
Mas agora as autoridades especializadas em descobrir as ideologias escondidas no vão das palavras descobriram que, por detrás das palavras inocentes, havia palavras que não podiam ser ditas. Monteiro Lobato ensina racismo. E apresentam como prova as coisas que ele dizia da negra Tia Anastácia...
A descoberta exigia providências. Era preciso proibir as palavras racistas. Monteiro Lobato não mais pode frequentar as escolas...
Assustei-me. Senti-me ameaçado. Fiquei com medo de que me descobrissem racista também. Tantas palavras proibidas eu já disse.
É preciso explicar. Naqueles tempos, tempos ainda com cheiro da escravidão, havia um costume... As famílias negras pobres com muitos filhos, sem recursos para sustentá-los, ofereciam às famílias abastadas, brancas, para serem criados e para trabalhar. Assim era a vida. Foi assim na minha casa. Veio morar conosco uma meninota de uns dez anos, a Astolfina, apelidada de Tofa. Escrevi sobre ela no meu livro de memórias "O Velho que Acordou Menino". Cuidou de mim, dos meus irmãos, e morou conosco até se casar. Acontece que, ao contar sobre ela, eu usei uma palavra que fazia parte daquele mundo: "crioulinha". Era assim que se falava porque essa era a palavra que fazia parte daquele mundo. Imaginem que, obediente à "linguagem politicamente correta", eu, hoje, tivesse escrito no meu livro "uma jovem de ascendência afro"... Não. Esse não era o mundo em que a Astolfina viveu.
As palavras são a carne do mundo. Não podem ser substituídas por outras, ainda que mais verdadeiras, ainda que sinônimas. É preciso dizê-las como foram ditas para que o mundo que foi fique vivo novamente. A história se faz com palavras que faziam parte da vida. Aí, então, se pode explicar, como nota de rodapé: "Era assim. Não é mais...".
Estou com medo de que as ditas autoridades descubram que usei a palavra racista "crioulinha" para me referir àquilo que, hoje, seria "uma jovem de ascendência afro".
Estou, assim, tomando minhas providências. Para que não coloquem meu livro no "Índex" vou apagar a palavra "crioulinha" do texto e, sempre que precisar me referir à Tofa, direi que ela era uma governanta suíça e ruiva, uniformizada de branco e touca, para evitar que fios de cabelo caíssem na comida... Assim, meu livro purificado do racismo poderá frequentar as escolas...
* Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
d´Arte – Conversas na Galeria XII
Contraluz Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x50cm
(clique sobre a imagem)
O título foi dado a esta obra, na mesma semana em que se estreou o primeiro filme feito por um português, em Hollywood. Pode ler-se na respectiva sinopse: “Várias pessoas sem ligação entre si estão em situações de extremo desespero quando algo inesperado acontece que irá mudar radicalmente o rumo das suas vidas. Caberá a cada um moldar o seu destino de modo a reencontrar a felicidade. Mas há destinos que só se alcançam depois de alterar o dos outros.”
Eu ainda não vi o filme mas sei que o protagonista é salvo pelas palavras do GPS: “Faça inversão de marcha. Está na rota errada para o seu destino.” O poder da palavra, mesmo no GPS.
Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. Neste provérbio chinês, mais uma vez o poder da palavra.
Uma imagem vale mais do que mil palavras.
Gosto de acreditar que se completam, afinal
Eu pinto palavras e escrevo pintura.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
O Dumping Partidocrático
PODEM os senhores juízes e procuradores, alinhados na aberração democrática que são os seus sindicatos, naturalmente que legalíssimos, jurar a pés juntos que não têm uma agenda política que só acredita quem quer e eu estou convencido que a grande maioria dos portugueses não acredita. Eu não acredito nem um bocadinho que seja.
Quando aquele senhor magistrado – que Deus e o Diabo protejam quem por ele haja que ser julgado – vem à praça pública gritar que é preciso meter os políticos na grelha e logo no discurso se lhe monta o «ovo kinder» (Morais Sarmento Dixit), é mais do que evidente que faz política nos mesmíssimos termos que o faz Passos Coelho. O problema aqui é que ele tem um poder que o líder do PSD não tem, que o governo não tem, e faz política sem ter a chatice de montar uma dispendiosa máquina partidária e sujeitar-se ao veredicto popular. Usa canhão enquanto os outros usam fisgas e tem o discurso que antigamente só à igreja era tolerado: fala em nome da verdade de que tem o exclusivo, como os sacerdotes julgavam ter procuração divina, também em exclusivo. Partidocracia e magistratura em mancebia é como casamento de primos, dá olhinho torto e outras anomalias. Isto são coisas do tempo que passa em que tudo é mais ou menos e o que é preciso é o poder nosso de cada dia obtido na dependuração permanente nos media.
Segunda-feira passada li no Correio da Manhã uma das habituais diatribes políticas do Secretário-geral do partido sindical dos senhores procuradores do MP desafiando tudo e todos na reivindicação do seu direito – que infelizmente tem – à greve. A forma como trata o Primeiro-ministro é simplesmente de bradar aos céus. Se eu fosse procurador, coraria de vergonha, não o sendo, só posso sentir-me agoniado. Como se diria lá para a América Latina: «Este país tiene gobierno? Pues yo soy contra…»
Que tristeza! Pobre país!
Bastante recentemente, num frente a frente televisivo, o juiz Rangel, face a desconchavos dos seus pares, defendia a sua corporação dizendo que uma andorinha não faz a Primavera. É evidente que não. Nem mil, nem todas as que haja no mundo. Mas a verdade, o que muito bem lhe foi lembrado pelo seu opositor, é que os dislates dos senhores juízes começam a deixar-nos muito preocupados. Não é só o caso daquele que exarou num processo a sua intenção de se diminuir no horário de trabalho, por ter sido prejudicado no seu salário, com a crise; é também o caso daquele que, qual António Aleixo de toga, dita para a acta quadras, aliás muito mal amanhadas, como se estivesse num qualquer bailarico dos santos populares. Isto para não lembrar aquela juíza que exarou aquela douta sentença em relação a um cavalheiro que se abasteceu de combustível e se pirou sem pagar: não houve crime, as bombas estão ali é para a gente se servir.
Os leitores pensam que há crise?
Não há, o que há é decadência e degenerescência. A gravidade é acrescida se pensarmos que, estando a Europa em decadência, nós somos a decadência dentro da decadência.
Vendas Novas, 15 de Novembro de 2010
Abdul Cadre
abdul.cadre@gmail.com
Quando aquele senhor magistrado – que Deus e o Diabo protejam quem por ele haja que ser julgado – vem à praça pública gritar que é preciso meter os políticos na grelha e logo no discurso se lhe monta o «ovo kinder» (Morais Sarmento Dixit), é mais do que evidente que faz política nos mesmíssimos termos que o faz Passos Coelho. O problema aqui é que ele tem um poder que o líder do PSD não tem, que o governo não tem, e faz política sem ter a chatice de montar uma dispendiosa máquina partidária e sujeitar-se ao veredicto popular. Usa canhão enquanto os outros usam fisgas e tem o discurso que antigamente só à igreja era tolerado: fala em nome da verdade de que tem o exclusivo, como os sacerdotes julgavam ter procuração divina, também em exclusivo. Partidocracia e magistratura em mancebia é como casamento de primos, dá olhinho torto e outras anomalias. Isto são coisas do tempo que passa em que tudo é mais ou menos e o que é preciso é o poder nosso de cada dia obtido na dependuração permanente nos media.
Segunda-feira passada li no Correio da Manhã uma das habituais diatribes políticas do Secretário-geral do partido sindical dos senhores procuradores do MP desafiando tudo e todos na reivindicação do seu direito – que infelizmente tem – à greve. A forma como trata o Primeiro-ministro é simplesmente de bradar aos céus. Se eu fosse procurador, coraria de vergonha, não o sendo, só posso sentir-me agoniado. Como se diria lá para a América Latina: «Este país tiene gobierno? Pues yo soy contra…»
Que tristeza! Pobre país!
Bastante recentemente, num frente a frente televisivo, o juiz Rangel, face a desconchavos dos seus pares, defendia a sua corporação dizendo que uma andorinha não faz a Primavera. É evidente que não. Nem mil, nem todas as que haja no mundo. Mas a verdade, o que muito bem lhe foi lembrado pelo seu opositor, é que os dislates dos senhores juízes começam a deixar-nos muito preocupados. Não é só o caso daquele que exarou num processo a sua intenção de se diminuir no horário de trabalho, por ter sido prejudicado no seu salário, com a crise; é também o caso daquele que, qual António Aleixo de toga, dita para a acta quadras, aliás muito mal amanhadas, como se estivesse num qualquer bailarico dos santos populares. Isto para não lembrar aquela juíza que exarou aquela douta sentença em relação a um cavalheiro que se abasteceu de combustível e se pirou sem pagar: não houve crime, as bombas estão ali é para a gente se servir.
Os leitores pensam que há crise?
Não há, o que há é decadência e degenerescência. A gravidade é acrescida se pensarmos que, estando a Europa em decadência, nós somos a decadência dentro da decadência.
Vendas Novas, 15 de Novembro de 2010
Abdul Cadre
abdul.cadre@gmail.com
Revista ENTRE 2
Caros amigos(as),
Já se encontra disponível, no blogue da revista Cultura Entre Culturas, um link para efectuar o download de excertos do nº 2, em formato pdf, tal como já acontecia em relação ao nº 1.
Divulguem onde quer que entendam que possa interessar.
Se quiserem dar reporte dos meios ou media por onde disseminaram, poderão fazê-lo directamente para a responsável pela Comunicação e Imagem da revista, Dra. Isabel Metello (e-mail: isabel.metello@voxangelis.com).
Isso constituirá um auxílio precioso para o trabalho que ela tão generosamente tem vindo a desenvolver.
Muito obrigado.
http://arevistaentre.blogspot.com/2010/11/para-download-extractos-do-n-2-da.html
Pela Direcção,
Luiz Pires dos Reys
: e-mail : lap.drey@gmail.com
: gsm : + 351-913-077-206
Já se encontra disponível, no blogue da revista Cultura Entre Culturas, um link para efectuar o download de excertos do nº 2, em formato pdf, tal como já acontecia em relação ao nº 1.
Divulguem onde quer que entendam que possa interessar.
Se quiserem dar reporte dos meios ou media por onde disseminaram, poderão fazê-lo directamente para a responsável pela Comunicação e Imagem da revista, Dra. Isabel Metello (e-mail: isabel.metello@voxangelis.com).
Isso constituirá um auxílio precioso para o trabalho que ela tão generosamente tem vindo a desenvolver.
Muito obrigado.
http://arevistaentre.blogspot.com/2010/11/para-download-extractos-do-n-2-da.html
Pela Direcção,
Luiz Pires dos Reys
: e-mail : lap.drey@gmail.com
: gsm : + 351-913-077-206
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Ventania
Fernanda Leite Bião(1)
Fenômeno constante e presente, insinua-se, renovada, uma dança silenciosa que, lentamente, volta a balançar todo o meu ser e sua integralidade, no compasso de trovões agitados e assustadores ou na cadência de uma canção leve e tenra. Sempre constante.
Em sua agitação, assemelha-se às tempestades violentas ou a águas diáfanas que movimentam toda a estrutura da vida. Fazem-me não aceitar e questionar o meu lugar na existência.
De maneira leve e rasteira, permite um silêncio nem sempre calado de si, eco seco de uma inquietação angustiante que demanda, quase sempre, conexões constantes de mares calmos ou revoltos. Ondulações incessantes.
Os ventos da mudança transbordam em meu ser a possibilidade de conhecer minha própria história (recente e longínqua). Lembro realizações e frustrações, medos e esperanças. Repenso os caminhos escolhidos, as escolhas realizadas e as oportunidades questionadas.
Vejo-me escalar um monte. Ao pé da montanha, ergo a cabeça ao alto. Para alcançar o objetivo, diviso o tempo, o tamanho do obstáculo e as estratégias. No coração, batidas exprimem sons característicos aos sentimentos e emoções despertadas, em diálogo com minhas tarefas, desejos e necessidades.
Existe uma graduação de aprendizado na experiência a ser vivida. Quanto mais perto do chão, mais grosseira é a atmosfera em que me encontro. O peso dos acessórios carregados é enorme. Porém, não posso me desfazer deles, logo eles que me trazem alguma segurança, que, reconheço, é, no momento, necessária. A segurança de ter em que me apoiar. Recordo dos valores, crenças e regras aprendidas, companhias constantes, ao longo da inconstância da vida. São como os meus equipamentos. Nesse momento ainda não posso abandoná-los de todo, embora sinta desejo de fazê-lo.
Subo mais um pouco. O corpo já se ressente dos movimentos bruscos que uma escalada pode proporcionar.
Enquanto tomo fôlego, penso na partida e no ponto final. A corda balança na montanha. Sou um pêndulo. Preciso me movimentar.
Aos poucos, sinto o meu corpo desfilar sobre um caminho possível. A esperança de chegar, finalmente, ao cume desejado expande a minha alma, desperta em mim uma força que desconhecia. Aproximo-me do meu destino. Sinto que a esperança que cultivei, questionada nos dias sombrios, foi o facho de luz diante da escuridão da incerteza.
Posso olhar para baixo sem constrangimento e para cima com mais alguma coragem. Estou quase lá, sigo com a consciência tranquila.
Existe um momento em nossa caminhada em que a dor busca abrigo em nós. O sofrimento entra pelos aposentos do nosso ser sem nos pedir licença. Escolhas são realizadas. Enquanto contemplamos as perdas e ganhos que cada escolha traz consigo, por vezes, esquecemos que, descuidados, abrimos a porta a visitantes, queridos ou indesejáveis. Quando damos conta, pode ser tarde para expulsar o sofrimento que chamamos de intruso. Confusos com gritos e respostas que circulam na atmosfera vivida, sentimos a necessidade de recolher em sacolas respostas esparsas que circulam ao redor. Em processo de evolução, caminhamos tateando em meio a esperanças e esforços de organizar a própria vida e dar sentido à existência.
Visões do porvir nem sempre vem a ser o exato prenúncio do futuro, mas precisamos perseverar, projetando no devir nossos projetos, que fazem a vida valer a pena ser vivida.
Uma lágrima desce no rosto com marcas das experiências de vida.
O mundo é um palco de representações e papéis sociais. Nem sempre gostamos de todos, mas temos de escolher alguns e caminhar.
1)Psicóloga e Orientadora Profissional. Bacharela em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Educadora Social. E-mail: fernandabiao9@hotmail.com. Blog: http://fernandaleitebiao.wordpress.com.
Fenômeno constante e presente, insinua-se, renovada, uma dança silenciosa que, lentamente, volta a balançar todo o meu ser e sua integralidade, no compasso de trovões agitados e assustadores ou na cadência de uma canção leve e tenra. Sempre constante.
Em sua agitação, assemelha-se às tempestades violentas ou a águas diáfanas que movimentam toda a estrutura da vida. Fazem-me não aceitar e questionar o meu lugar na existência.
De maneira leve e rasteira, permite um silêncio nem sempre calado de si, eco seco de uma inquietação angustiante que demanda, quase sempre, conexões constantes de mares calmos ou revoltos. Ondulações incessantes.
Os ventos da mudança transbordam em meu ser a possibilidade de conhecer minha própria história (recente e longínqua). Lembro realizações e frustrações, medos e esperanças. Repenso os caminhos escolhidos, as escolhas realizadas e as oportunidades questionadas.
Vejo-me escalar um monte. Ao pé da montanha, ergo a cabeça ao alto. Para alcançar o objetivo, diviso o tempo, o tamanho do obstáculo e as estratégias. No coração, batidas exprimem sons característicos aos sentimentos e emoções despertadas, em diálogo com minhas tarefas, desejos e necessidades.
Existe uma graduação de aprendizado na experiência a ser vivida. Quanto mais perto do chão, mais grosseira é a atmosfera em que me encontro. O peso dos acessórios carregados é enorme. Porém, não posso me desfazer deles, logo eles que me trazem alguma segurança, que, reconheço, é, no momento, necessária. A segurança de ter em que me apoiar. Recordo dos valores, crenças e regras aprendidas, companhias constantes, ao longo da inconstância da vida. São como os meus equipamentos. Nesse momento ainda não posso abandoná-los de todo, embora sinta desejo de fazê-lo.
Subo mais um pouco. O corpo já se ressente dos movimentos bruscos que uma escalada pode proporcionar.
Enquanto tomo fôlego, penso na partida e no ponto final. A corda balança na montanha. Sou um pêndulo. Preciso me movimentar.
Aos poucos, sinto o meu corpo desfilar sobre um caminho possível. A esperança de chegar, finalmente, ao cume desejado expande a minha alma, desperta em mim uma força que desconhecia. Aproximo-me do meu destino. Sinto que a esperança que cultivei, questionada nos dias sombrios, foi o facho de luz diante da escuridão da incerteza.
Posso olhar para baixo sem constrangimento e para cima com mais alguma coragem. Estou quase lá, sigo com a consciência tranquila.
Existe um momento em nossa caminhada em que a dor busca abrigo em nós. O sofrimento entra pelos aposentos do nosso ser sem nos pedir licença. Escolhas são realizadas. Enquanto contemplamos as perdas e ganhos que cada escolha traz consigo, por vezes, esquecemos que, descuidados, abrimos a porta a visitantes, queridos ou indesejáveis. Quando damos conta, pode ser tarde para expulsar o sofrimento que chamamos de intruso. Confusos com gritos e respostas que circulam na atmosfera vivida, sentimos a necessidade de recolher em sacolas respostas esparsas que circulam ao redor. Em processo de evolução, caminhamos tateando em meio a esperanças e esforços de organizar a própria vida e dar sentido à existência.
Visões do porvir nem sempre vem a ser o exato prenúncio do futuro, mas precisamos perseverar, projetando no devir nossos projetos, que fazem a vida valer a pena ser vivida.
Uma lágrima desce no rosto com marcas das experiências de vida.
O mundo é um palco de representações e papéis sociais. Nem sempre gostamos de todos, mas temos de escolher alguns e caminhar.
1)Psicóloga e Orientadora Profissional. Bacharela em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Educadora Social. E-mail: fernandabiao9@hotmail.com. Blog: http://fernandaleitebiao.wordpress.com.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
REAFIRMAÇÕES
Reafirmo a crença no futuro
diz o homem moribundo
o medo da inexistência tolhe
seu gesto de contrição: a sabedoria
reversa redescobre os mitos
onde permanece no pensamento
adverso de ser o nada redundante
reafirmo a esperança no presente
afirma o homem em despedida.
Pedro Du Bois
inédito
diz o homem moribundo
o medo da inexistência tolhe
seu gesto de contrição: a sabedoria
reversa redescobre os mitos
onde permanece no pensamento
adverso de ser o nada redundante
reafirmo a esperança no presente
afirma o homem em despedida.
Pedro Du Bois
inédito
sábado, 13 de novembro de 2010
Como, em 10 anos, um azulejo ficou pré-parado
joão ricardo terra
brasil
Este poema (AZULEJO PORTUGUÊS, logo abaixo) ficou por quase 10 anos guardado numa gaveta. É muito estranho olhar para isso hoje em dia, mas à época em que o poema “veio” eu não era lá muito afeito a essa nossa ancestralidade de culturas e pensamentos em língua portuguesa; ainda assim o poema existia, laconicamente, e nem por isso ele era meu, pois se sabe que há casos de o poeta pertencer ao poema.
Por ocasião de um interessante concurso promovido pela imprensa em minha atual cidade (São José do Rio Preto, Brasil), eu o resgatei da gaveta, tentando dar-lhe uma feição que valorizasse o nosso poético idioma (o nosso idioma é sim uma pura música incrível, basta que o ouçamos com sensibilidade e doçura), e, ao fim das contas, entre outras sutilezas, substituí a palavra “milharal”, tão carregada de vivências genuinamente brasileiras, infantis, familiares minhas, por um “olival” repentino, intangível, cuja contemplação até o momento não tive a emoção de realizar, mas cuja imagem me remonta a alguma expressão monumental de queridas gêneses verbais.
Depois brotou uma rima importante com o nome de um país inteiro (aviso aqui: a inicial minúscula que deixo agora não é por desconsideração, é por uma pretensa intimidade), e o singelo e simplório poema acabou sendo gentilmente acolhido no concurso de que antes falava, creio eu que por ressoar uma comunhão de sentimentos idiomáticos muito caros a todos nós que temos não o prazer, mas o verdadeiro privilégio de existirmos em português. Veja então, por favor, como esse azulejo rabiscado de azul, publicado no Diário da Região de 26 de julho de 2009, em São José do Rio Preto, ficou:
AZULEJO PORTUGUÊS
teu vestido ao vento,
o sol dourando o olival
e o súbito azul de uma lembrança:
ficou tudo no azulejo, em portugal
brasil
Este poema (AZULEJO PORTUGUÊS, logo abaixo) ficou por quase 10 anos guardado numa gaveta. É muito estranho olhar para isso hoje em dia, mas à época em que o poema “veio” eu não era lá muito afeito a essa nossa ancestralidade de culturas e pensamentos em língua portuguesa; ainda assim o poema existia, laconicamente, e nem por isso ele era meu, pois se sabe que há casos de o poeta pertencer ao poema.
Por ocasião de um interessante concurso promovido pela imprensa em minha atual cidade (São José do Rio Preto, Brasil), eu o resgatei da gaveta, tentando dar-lhe uma feição que valorizasse o nosso poético idioma (o nosso idioma é sim uma pura música incrível, basta que o ouçamos com sensibilidade e doçura), e, ao fim das contas, entre outras sutilezas, substituí a palavra “milharal”, tão carregada de vivências genuinamente brasileiras, infantis, familiares minhas, por um “olival” repentino, intangível, cuja contemplação até o momento não tive a emoção de realizar, mas cuja imagem me remonta a alguma expressão monumental de queridas gêneses verbais.
Depois brotou uma rima importante com o nome de um país inteiro (aviso aqui: a inicial minúscula que deixo agora não é por desconsideração, é por uma pretensa intimidade), e o singelo e simplório poema acabou sendo gentilmente acolhido no concurso de que antes falava, creio eu que por ressoar uma comunhão de sentimentos idiomáticos muito caros a todos nós que temos não o prazer, mas o verdadeiro privilégio de existirmos em português. Veja então, por favor, como esse azulejo rabiscado de azul, publicado no Diário da Região de 26 de julho de 2009, em São José do Rio Preto, ficou:
AZULEJO PORTUGUÊS
teu vestido ao vento,
o sol dourando o olival
e o súbito azul de uma lembrança:
ficou tudo no azulejo, em portugal
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Filosofia e Saudade
7. Antero de Quental (1842-1890)
7.1. A Ideia de Deus em Antero
Há um Deus misterioso que só parcelarmente se revela a quem o quer estudar:
Sócrates - Dentro do homem está um Deus desconhecido
Cristo - Dentro do homem está o Reino dos Céus
Lutero - Dentro do homem está Deus. O Homem é um Deus que se ignora.
Robespierre - Revelação de Deus através de valores humanistas.
Hegel - Revelação de Deus através da ideia.
Moisés, Maomé, Cristo - Profetas que revelam Deus, mas todos revelam apenas um aspecto parcelar do Absoluto
O homem, ele próprio, está mais perto do divino do que as formas através das quais O representa. Em vez de procurar Deus nos céus, o homem deve procurá-lo no seu interior.
A Existência humana é privilegiada porque é nela que mais se manifesta a essência divina. A Saudade é uma aspiração a uma relação mais plena com o deus desconhecido que cada um trás em si.
No fundo da consciência está aquilo que procuramos fora. Dormitando, em movimento mudo, mas murmurando sempre. Jeová, Brama, Sabaoth, Alá, Cristo. O homem não deseja mais do que aquilo que já há em si.
A santificação é a plena realização do indivíduo. É um Deus que se revela permanentemente, como se fosse um progresso constante, sem que nunca mais esse progresso acabe. O homem como o descobridor dos mundos encobertos do espírito.
As revoluções, os cultos, os mitos, tudo são apenas manifestações do princípio interior essencial. Civilizações e Impérios se fazem para sermos Homem um pouco mais.
in, Antero de Quental, Filosofia, Univ. dos Açores: Editorial Comunicação.
7.2. O materialismo idealista de Antero de Quental
A Filosofia é eterna, tal como o pensamento humano. Uma potência infinita e um acto limitado.
Divino e real ao mesmo tempo, o Universo manifesta a si próprio a sua essência prodigiosa, desde as forças elementares e puramente mecânicas, ao instinto que sonha, à inteligência que observa e compara, à razão que ordena, ao sentimento que fecunda, até à contemplação e virtude dos sábios e santos.
O acesso à libertação é atingido por um esforço de santificação. Do investimento que cada homem individual fizer depende a sua evolução. O animal evolui necessariamente, mas o homem pode regredir.
A união da alma com Deus é, simplesmente, a chegada do eu à sua plena realização.
in, Antero de Quental, As Tendências Gerais da Filosofia na 2ª metade do século XIX.
Luis Santos
(Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009)
7.1. A Ideia de Deus em Antero
Há um Deus misterioso que só parcelarmente se revela a quem o quer estudar:
Sócrates - Dentro do homem está um Deus desconhecido
Cristo - Dentro do homem está o Reino dos Céus
Lutero - Dentro do homem está Deus. O Homem é um Deus que se ignora.
Robespierre - Revelação de Deus através de valores humanistas.
Hegel - Revelação de Deus através da ideia.
Moisés, Maomé, Cristo - Profetas que revelam Deus, mas todos revelam apenas um aspecto parcelar do Absoluto
O homem, ele próprio, está mais perto do divino do que as formas através das quais O representa. Em vez de procurar Deus nos céus, o homem deve procurá-lo no seu interior.
A Existência humana é privilegiada porque é nela que mais se manifesta a essência divina. A Saudade é uma aspiração a uma relação mais plena com o deus desconhecido que cada um trás em si.
No fundo da consciência está aquilo que procuramos fora. Dormitando, em movimento mudo, mas murmurando sempre. Jeová, Brama, Sabaoth, Alá, Cristo. O homem não deseja mais do que aquilo que já há em si.
A santificação é a plena realização do indivíduo. É um Deus que se revela permanentemente, como se fosse um progresso constante, sem que nunca mais esse progresso acabe. O homem como o descobridor dos mundos encobertos do espírito.
As revoluções, os cultos, os mitos, tudo são apenas manifestações do princípio interior essencial. Civilizações e Impérios se fazem para sermos Homem um pouco mais.
in, Antero de Quental, Filosofia, Univ. dos Açores: Editorial Comunicação.
7.2. O materialismo idealista de Antero de Quental
A Filosofia é eterna, tal como o pensamento humano. Uma potência infinita e um acto limitado.
Divino e real ao mesmo tempo, o Universo manifesta a si próprio a sua essência prodigiosa, desde as forças elementares e puramente mecânicas, ao instinto que sonha, à inteligência que observa e compara, à razão que ordena, ao sentimento que fecunda, até à contemplação e virtude dos sábios e santos.
O acesso à libertação é atingido por um esforço de santificação. Do investimento que cada homem individual fizer depende a sua evolução. O animal evolui necessariamente, mas o homem pode regredir.
A união da alma com Deus é, simplesmente, a chegada do eu à sua plena realização.
in, Antero de Quental, As Tendências Gerais da Filosofia na 2ª metade do século XIX.
Luis Santos
(Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009)
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Saudade
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
d´Arte – Conversas na Galeria XI
Moinhos de Alburrica Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 50x50cm
(clique sobre a imagem)
Éolo
Já devem ter notado que os deuses gregos têm relações de tal maneira conflituosas, que será melhor não nos metermos nas suas querelas familiares.
Éolo interessa-me porque, segundo a Odisseia, tratou com deferência Ulisses, ofertando-lhe um odre em que estavam encerrados todos os ventos com excepção dos Zéfiros que o levariam a sua casa, em Ítaca.
Ulisses, fundador da cidade de Lisboa segundo a lenda, daí também os seus habitantes serem chamados de ulissiponenses, tem no Castelo de S. Jorge uma torre com o seu nome. Nesse local, está instalado um mecanismo óptico inventado por Leonardo Da Vinci no século XVI, um Periscópio, único existente em Portugal, que permite observar a cidade a 360º em tempo real, incluindo a margem esquerda do Tejo.
Nesta paisagem que eu, recorrentemente, fotografo e pinto, o grande destaque vai habitualmente para os moinhos de vento de Alburrica. Desta vez, queria destacar a paisagem circundante, o céu e, claro, o Rio Tejo.
Mas não consegui resistir à beleza da embarcação beijada pelas águas calmas do rio!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Facetas do Tempo
Ao dar corpo à manivela,
Gastou o tempo seu calor.
Bem-dita sejas Primavera,
Que o Verão te conserve flor.
Das estações que o ano trás,
Em todo o apeadeiro pára,
O comboio constante faz,
Caminhando o tempo passa.
No Outono a vida caduca,
Espirra o ano decadente,
Tal como o Inverno educa.
Traz o tempo esta tragédia,
No choro das nuvens esperança
Que esta manhã nasça comédia.
Diogo Correia
Gastou o tempo seu calor.
Bem-dita sejas Primavera,
Que o Verão te conserve flor.
Das estações que o ano trás,
Em todo o apeadeiro pára,
O comboio constante faz,
Caminhando o tempo passa.
No Outono a vida caduca,
Espirra o ano decadente,
Tal como o Inverno educa.
Traz o tempo esta tragédia,
No choro das nuvens esperança
Que esta manhã nasça comédia.
Diogo Correia
terça-feira, 9 de novembro de 2010
CONVITE
A Âncora Editora tem o gosto de convidar V. Ex.ª para as sessões de lançamento do n.º 2 da revista Cultura ENTRE Culturas, e do livro Descobrir Buda, de Paulo Borges. A revista será apresentada pelo seu director artístico, Luiz Pires dos Reys, e Prof. Dr. Carlos João Correia, membro do seu Conselho de Direcção. e o livro pelo Prof. Dr. José Eduardo Reis.
As sessões terão lugar, respectivamente, nos próximos dias 11 de Novembro, quinta-feira, pelas 19:00 horas, na Sala do Arquivo dos Paços do Conselho (Câmara Municipal de Lisboa),
e 10 de Novembro, quarta-feira, pelas 18:00 horas, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa.
e 10 de Novembro, quarta-feira, pelas 18:00 horas, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa.
Entrevista de Luís Cruz Guerreiro à Rádio Eldorado RP.SP-Parte 2
Caros Amigos, a segunda parte da Entrevista de Luís Cruz Guerreiro à Rádio Eldorado, podem ver aqui (http://azulejariaartisticaguerreiro.blogspot.com/2010/11/entrevista-de-luis-cruz-guerreiro-radio_08.html)
Nesta segunda parte da entrevista que Daniel Gutierrez me concedeu à Rádio Eldorado Cultura de Ribeirão Preto, São Paulo-Brasil. Falamos sobre a dinâmica da narrativa da 9ª Arte, dos autores de Fição Científica que mais me influenciaram.
A apresentação do painel/poster que já retrata o sistema Zrakiano que irá entrar em guerra com Lokran o Reptilóide. Lokran tem cativa a Princesa Lana, filha do Imperador que a quer salvar para continuar a dinastia.
O seu filho primogénito foi morto numa briga por Kron o Mercenário e é o humanóide mais perseguido da Galáxia e com o melhor preço de recompensa.
A revista, "Aventuras de Jerílio no séc.25-1º episódio-Tudo Começou em Máfio", primeira em HQ de fição científica em azulejaria artística, foi comentada na entrevista.
As Exposições de 2000, 2006 e 2010 em Brasília e a exposição de Ribeirão Preto, foram também referidas.
A simpatia da equipe da Rádio Eldorado Cultura foi notória e bastante agradável.
Os créditos e agradecimentos a todos, o FIM da entrevista.
Espero que gostem...
Luís Cruz Guerreiro
www.azulejariaguerreiro.com
Nesta segunda parte da entrevista que Daniel Gutierrez me concedeu à Rádio Eldorado Cultura de Ribeirão Preto, São Paulo-Brasil. Falamos sobre a dinâmica da narrativa da 9ª Arte, dos autores de Fição Científica que mais me influenciaram.
A apresentação do painel/poster que já retrata o sistema Zrakiano que irá entrar em guerra com Lokran o Reptilóide. Lokran tem cativa a Princesa Lana, filha do Imperador que a quer salvar para continuar a dinastia.
O seu filho primogénito foi morto numa briga por Kron o Mercenário e é o humanóide mais perseguido da Galáxia e com o melhor preço de recompensa.
A revista, "Aventuras de Jerílio no séc.25-1º episódio-Tudo Começou em Máfio", primeira em HQ de fição científica em azulejaria artística, foi comentada na entrevista.
As Exposições de 2000, 2006 e 2010 em Brasília e a exposição de Ribeirão Preto, foram também referidas.
A simpatia da equipe da Rádio Eldorado Cultura foi notória e bastante agradável.
Os créditos e agradecimentos a todos, o FIM da entrevista.
Espero que gostem...
Luís Cruz Guerreiro
www.azulejariaguerreiro.com
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
"Nada Consta"
02 de nov.
Fotos Daniela Komives
assunto: mortos, 2010
Este coletivo "Nada Consta" - de participação aberta desde 1999 sai pelas ruas de Brasilia/DF em cada dia 02 de Novembro. O grupo plástico-performático abre questões sobre o sentido da vida e a morte da arte.
Delei
"Arte Delei", ver mais AQUI.
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fotografia
domingo, 7 de novembro de 2010
Interligação de Universos (9)
…………………….fala-me sobre a co-criação.
-Todos vós sois partículas do Todo. Quando decidiste experienciar os níveis mais densos de manifestação véus foram colocados entre nós. Com o esquecimento de quem Sois iniciaste o caminho de regresso, partindo do ponto mais baixo da evolução. Através do livre-arbítrio criaste e manifestaste formas, que foram alimentando aquilo que pensaste satisfazer as vossas supostas necessidades diárias. Só que, a maior parte dessas necessidades apenas alimentavam o vosso ego e seu sentido de posse. Durante éons mantiveste-vos alimentando as vossas personalidades (1), acreditando ser essa a razão da vossa existência. Provocaste o sofrimento em vós e à vossa volta, através de disputas, de guerras, muitas delas em defesa do vosso Deus, da vossa verdade, sempre diferentes e mais justos que os dos vossos opositores. Basta examinardes para dentro de vós e ao vosso redor para verificardes que aquilo que criaste durante milhares de anos, não trouxe o equilíbrio, a saúde física e mental, o bem-estar, que todos almejais.
Agora estais entrando em uma época de grande reversão, correcção e expansão de consciência. Aquilo a que chamais de caos, que não o é, permitirá aos mais audazes, mas também aos que mais sofreram, por um desgaste equivoco das energias que dispõem, uma correcção do caminho a seguir, uma vontade indomável do regresso a Casa. Este regresso predispõe um abandono total daquilo que se é aparentemente e a manifestação exteriorizada da essência que existe em todo o Ser. Haverá então um alinhamento com o Plano Evolutivo, o Plano Divino, e o homem será então a manifestação, o canal, para uma Co-Criação que a todos beneficiará. Será o fim do livre-arbítrio, o inicio da Nova Era, o elixir do Santo Graal, onde todos poderão saciar a sua sede.
(1) Personalidade – conjunto de forças, faculdades e energias dos níveis psíquicos do ser humano incluídos os corpos físico, mental e emocional (ou astral).
António Alfacinha
Alfa2749@yahoo.com.br
-Todos vós sois partículas do Todo. Quando decidiste experienciar os níveis mais densos de manifestação véus foram colocados entre nós. Com o esquecimento de quem Sois iniciaste o caminho de regresso, partindo do ponto mais baixo da evolução. Através do livre-arbítrio criaste e manifestaste formas, que foram alimentando aquilo que pensaste satisfazer as vossas supostas necessidades diárias. Só que, a maior parte dessas necessidades apenas alimentavam o vosso ego e seu sentido de posse. Durante éons mantiveste-vos alimentando as vossas personalidades (1), acreditando ser essa a razão da vossa existência. Provocaste o sofrimento em vós e à vossa volta, através de disputas, de guerras, muitas delas em defesa do vosso Deus, da vossa verdade, sempre diferentes e mais justos que os dos vossos opositores. Basta examinardes para dentro de vós e ao vosso redor para verificardes que aquilo que criaste durante milhares de anos, não trouxe o equilíbrio, a saúde física e mental, o bem-estar, que todos almejais.
Agora estais entrando em uma época de grande reversão, correcção e expansão de consciência. Aquilo a que chamais de caos, que não o é, permitirá aos mais audazes, mas também aos que mais sofreram, por um desgaste equivoco das energias que dispõem, uma correcção do caminho a seguir, uma vontade indomável do regresso a Casa. Este regresso predispõe um abandono total daquilo que se é aparentemente e a manifestação exteriorizada da essência que existe em todo o Ser. Haverá então um alinhamento com o Plano Evolutivo, o Plano Divino, e o homem será então a manifestação, o canal, para uma Co-Criação que a todos beneficiará. Será o fim do livre-arbítrio, o inicio da Nova Era, o elixir do Santo Graal, onde todos poderão saciar a sua sede.
(1) Personalidade – conjunto de forças, faculdades e energias dos níveis psíquicos do ser humano incluídos os corpos físico, mental e emocional (ou astral).
António Alfacinha
Alfa2749@yahoo.com.br
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Interligação de Universos
sábado, 6 de novembro de 2010
Breve ensaio sobre a LINHA - (Do lat. linèa-, «id.»)
Linha:
Nome feminino
Traço contínuo, de espessura variável
Figura geométrica gerada por um ponto que se desloca no espaço
Conjunto das possíveis posições de um ponto que se desloca no espaço, de modo contínuo
Traço real ou fictício que marca a separação entre duas zonas distintas
Sentido figurado - regra; norma; orientação
A linha é também uma abstracção, ela, não existe em estado puro, é concebida como elemento estrutural, para exprimir o que vemos.
Ao nível da formulação plástica, a linha surge-nos no registo gráfico do desenho, no contorno da pintura, no perfíl da escultura, no reforço expressivo das formas, na própria malha que ordena, muitas das nossas composições artisticas.
Pode-se dizer que a linha decorre de um gesto que se apresenta no suporte e que é sempre, acção e conhecimento para se transformar em meio de comunicação.
Ponto.
Corre Pé
Nome feminino
Traço contínuo, de espessura variável
Figura geométrica gerada por um ponto que se desloca no espaço
Conjunto das possíveis posições de um ponto que se desloca no espaço, de modo contínuo
Traço real ou fictício que marca a separação entre duas zonas distintas
Sentido figurado - regra; norma; orientação
A linha é também uma abstracção, ela, não existe em estado puro, é concebida como elemento estrutural, para exprimir o que vemos.
Ao nível da formulação plástica, a linha surge-nos no registo gráfico do desenho, no contorno da pintura, no perfíl da escultura, no reforço expressivo das formas, na própria malha que ordena, muitas das nossas composições artisticas.
Pode-se dizer que a linha decorre de um gesto que se apresenta no suporte e que é sempre, acção e conhecimento para se transformar em meio de comunicação.
Ponto.
Corre Pé
Entrevista de Luís Cruz Guerreiro à Rádio Eldorado RP.SP-Parte 1
Daniel Gutierrez da Rádio Eldorado Cultura de Ribeirão Preto, AM 1333, entrevistou-me em 26 de Agosto de 2010 para o programa matinal "Entrevista". Esta Rádio em Onda Média tem uma larga cobertura para os municípios que envolvem a cidade de Ribeirão Preto, abrange uma área que tem mais de 500 000 habitantes e dezenas de municípios.
Ver aqui: http://azulejariaartisticaguerreiro.blogspot.com/2010/11/entrevista-de-luis-cruz-guerreiro-radio.html
A produção do programa é de Thaís Montoani, a direção de Gil Santiago e a apresentação de Daniel Gutierrez.
A entrevista tem como temática a história em quadrinhos que eu fiz, "Aventuras de Jerílio no séc. 25 "e o lançamento da revista em Brasília e RP no Brasil, mas abrange temas filosóficos e ecológicos, como a existência de outras civilizações extraterrestres e formas de evitar o fim da espécie humana, como por exemplo acabar com o dinheiro, as armas e tornar o planeta Terra uma reserva natural.
Coisas simples... :D
Uma breve explicação da concepção de uma História em Quadrinhos e a influência de artistas da 9ª Arte no meu trabalho, são alguns dos tópicos abordados nesta primeira parte da entrevista de Luís Cruz Guerreiro à Rádio Eldorado RP.SP
Não percam a segunda e última parte.
Luís Cruz Guerreiro
Ver aqui: http://azulejariaartisticaguerreiro.blogspot.com/2010/11/entrevista-de-luis-cruz-guerreiro-radio.html
A produção do programa é de Thaís Montoani, a direção de Gil Santiago e a apresentação de Daniel Gutierrez.
A entrevista tem como temática a história em quadrinhos que eu fiz, "Aventuras de Jerílio no séc. 25 "e o lançamento da revista em Brasília e RP no Brasil, mas abrange temas filosóficos e ecológicos, como a existência de outras civilizações extraterrestres e formas de evitar o fim da espécie humana, como por exemplo acabar com o dinheiro, as armas e tornar o planeta Terra uma reserva natural.
Coisas simples... :D
Uma breve explicação da concepção de uma História em Quadrinhos e a influência de artistas da 9ª Arte no meu trabalho, são alguns dos tópicos abordados nesta primeira parte da entrevista de Luís Cruz Guerreiro à Rádio Eldorado RP.SP
Não percam a segunda e última parte.
Luís Cruz Guerreiro
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
d´Arte - Conversas na Galeria X
Cais de Alhos Vedros Autor António Tapadinhas
Acrílico sobre Tela 30x40cm
(clique sobre a imagem)
DEPOIS DE VAN GOGH II
O realismo do desenho, os seus pormenores, serve para eu me deleitar na liberdade da pincelada, no seu empaste e, mormente, na intensidade da cor que, só por mera coincidência, coincide com a realidade.
Do primeiro plano desapareceu uma estaca que lá estava inicialmente para conduzir o olhar do observador para a direita do quadro: deixei essa missão para a margem multicolorida que nos espreita…
O contraste dos amarelos e azuis é realçado pelos tons verdes (soma e complemento de ambas as cores) das margens e suavizado pelos acordes rosa, presentes no céu e na água que deve ser o seu espelho.
Olhando para este trabalho concluído, quero dizer, com a maior franqueza, que não noto nenhumas diferenças em relação aos meus mais recentes quadros.
Será que os meus amigos notam algumas?
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Filosofia e Saudade
5. Agostinho da Cruz (1540-1619)
Vivia na corte.
Decide renunciar a tudo e entra para a Ordem Monástica do Convento dos Capuchos, em Sintra. Viveu ermitariamente no Convento da Serra da Arrábida, os últimos 15 anos de vida (1604-1619).
Renúncia ao mundo. Busca dos lugares ermos, dos lugares saudosos. Isolando-se do convívio humano acede-se com mais facilidade aos desígnios divinos. Saudade vertical.
Harmonizada a dualidade entre os contrários pela quietação, o pensamento é anulado: a morte em vida, a união com Deus, conforme a mística cristã.
Para Agostinho da Cruz, só morrendo para o mundo dos homens é possível a libertação:
"Assi com cousas mudas conversando
Com mais quietação dellas aprendo
Que outras que ha, ensinar querem fallando".(in, Agostinho da Cruz, Segredos e Elegias, Ed. Hiena.)
6. Padre António Vieira (1608-1697)
Na interpretação de Vieira, a partir da profecia bíblica de Daniel, o V Império é a implantação do futuro reino de Cristo na Terra. Os anteriores tinham sido o dos assírios, o dos persas, o dos gregos e o dos romanos.
Isso acontecerá quando todos os homens viverem Deus em espírito dentro de si, numa era de globalização ético-religiosa.
A grande vocação de Portugal é ser mediador dessa globalização espiritualista do mundo.
Luis Santos
(Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009)
Vivia na corte.
Decide renunciar a tudo e entra para a Ordem Monástica do Convento dos Capuchos, em Sintra. Viveu ermitariamente no Convento da Serra da Arrábida, os últimos 15 anos de vida (1604-1619).
Renúncia ao mundo. Busca dos lugares ermos, dos lugares saudosos. Isolando-se do convívio humano acede-se com mais facilidade aos desígnios divinos. Saudade vertical.
Harmonizada a dualidade entre os contrários pela quietação, o pensamento é anulado: a morte em vida, a união com Deus, conforme a mística cristã.
Para Agostinho da Cruz, só morrendo para o mundo dos homens é possível a libertação:
"Assi com cousas mudas conversando
Com mais quietação dellas aprendo
Que outras que ha, ensinar querem fallando".(in, Agostinho da Cruz, Segredos e Elegias, Ed. Hiena.)
6. Padre António Vieira (1608-1697)
Na interpretação de Vieira, a partir da profecia bíblica de Daniel, o V Império é a implantação do futuro reino de Cristo na Terra. Os anteriores tinham sido o dos assírios, o dos persas, o dos gregos e o dos romanos.
Isso acontecerá quando todos os homens viverem Deus em espírito dentro de si, numa era de globalização ético-religiosa.
A grande vocação de Portugal é ser mediador dessa globalização espiritualista do mundo.
Luis Santos
(Referência Bibliográfica: Síntese de Apontamentos, Aulas de Filosofia em Portugal, Prof. Paulo Borges, 2009)
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Saudade
Destilando
Parti minh` alma em amargura,
Casco partido de alheia sorte,
O gole que trago é uma doçura,
Meu whisky fatal, doirado e forte.
Deveras sentindo o pensar do mundo,
O tempo que gira e não arreda pé.
Todo eu sou grilo mudo,
Bebendo álcool com tanta fé.
E o passeio que se desfoca,
Tomo ele real, à sua maneira.
Cantando pela calçada torta,
Pensando comigo a noite inteira.
Sozinha existência universal!
Bebendo quebro a realidade,
Indo de um estado natural,
Ao estado zen da mocidade.
Diogo Correia
Casco partido de alheia sorte,
O gole que trago é uma doçura,
Meu whisky fatal, doirado e forte.
Deveras sentindo o pensar do mundo,
O tempo que gira e não arreda pé.
Todo eu sou grilo mudo,
Bebendo álcool com tanta fé.
E o passeio que se desfoca,
Tomo ele real, à sua maneira.
Cantando pela calçada torta,
Pensando comigo a noite inteira.
Sozinha existência universal!
Bebendo quebro a realidade,
Indo de um estado natural,
Ao estado zen da mocidade.
Diogo Correia
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Colóquio Internacional Oriente-Ocidente
Colóquio Internacional Oriente-Ocidente:
diálogos e cruzamentos
(nos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa)
10-11 de Novembro
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa
Na circunstância oportuna dos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa e da passagem em Lisboa, Porto e Funchal de uma Exposição de Relíquias Budistas, pretende-se reflectir sobre alguns aspectos centrais do constante, e cada vez mais evidente, diálogo e entrelaçamento Oriente-Ocidente.
Além de se dar voz a uma nova geração de jovens investigadores nacionais e estrangeiros, destaca-se a presença do Professor François Jullien, professor da Universidade de Paris VII, director do Instituto do Pensamento Contemporâneo e do Centro Marcel Granet. Eminente especialista da cultura chinesa, tem mais de 20 obras publicadas em cerca de 20 países sobre o pensamento chinês e o seu contraste com a filosofia europeia, repensando a essa luz a própria identidade cultural europeia-ocidental.
Uma iniciativa do Projecto “Filosofia e Religião”, do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da União Budista Portuguesa e da revista Cultura ENTRE Culturas.
Comissão Organizadora: Paulo Borges, Carlos João Correia, Carlos Silva
Programa:
4ª feira, 10 de Novembro – Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
9.30 – Abertura
10.00 – 10.25 - António Faria, Teosofia, Sāṁkhya-Yoga e Buda Dharma
10.25 – 10.50 - Filipa Afonso - O despertar do prisioneiro e a libertação do sonhador: a consistência do real no neoplatonismo do Pseudo-Areopagita e no Advaita Vedanta de Sankara
10.50 – 11.15 - Ricardo Ventura, «A Breve noticia dos erros, que tem os Gentios do Comcão na Índia», atribuível a João de Brito, no contexto dos tratados seiscentistas sobre o "gentilismo"
11.15 – 11.45 – Debate e intervalo
11.45 – 12.10 – Paula Morais, O feminino no Yoga primordial e no século XXI
12.10 – 12.35 - Fabrizio Boscaglia, A sabedoria de Omar Khayyâm entre Oriente e Ocidente
12.35 – 13.00 – Antonio Cardiello, Perspectivas de intercultura filosófica em Nishida Kitarō
13.00 – 13.15 – Debate e intervalo para almoço
14.30 – 14.55 – Beatriz Lobo, Ecos do Oriente na obra wagneriana
14.55 – 15.20 – Dirk Hennrich, A noção do Oriente em Vilém Flusser
15.20 – 15.45 – Rui Lopo, Budismo, niilismo e orientalismo. Ismo?
15.45 – 16.15 – Debate e intervalo
16.15 – 16.40 – José Eduardo Reis, Quadros de uma exposição ideal do Oriente na Literatura Portuguesa
16.40 – 17.05 – Bruno Béu, Eu metafísico e âtman: a suspeita de Vergílio Ferreira sobre a orientalidade do "seu" eu.
17.05 – 17.30 – Paulo Borges, Fernando Pessoa no Tibete: Bar-do e “King of Gaps”
17.30 – 18.00 – Debate e intervalo
18.00 – 19.00 - Apresentação do livro Descobrir Buda, de Paulo Borges, e pré-apresentação do nº2 da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicada ao tema Encontro Ocidente-Oriente.
19.00 – 20.00 - François Jullien, Quel dialogue philosophique entre la Chine et l’Occident?
5ª feira, 11 de Novembro – Sala do Arquivo dos Paços do Concelho (Câmara Municipal de Lisboa, Largo do Município)
15.00 - Abertura
15.30 - 16.00 - Carlos João Correia, Oriente/Ocidente: a questão da identidade pessoal (presença a confirmar)
16.00 – 16. 30 – José Carlos Calazans, Comunidades e Migrações entre Índia, África e Europa
16.30 – 17.00 - Ana Cristina Alves, Metamorfoses do corpo sagrado nas biografias de Jesus Cristo e do Buda Histórico
17.00 – 17.30 – Debate e intervalo
17.30 – 18.00 - Miguel Real, “Viagem à Índia” de Gonçalo M. Tavares
18.00 – 18.30 - Carlos Silva, Sob o signo da dualidade: paralelo do Sâmkhya com o dinamismo de Anaxágoras
18.30 – 19.00 – Debate e intervalo
19.00 – 19.30 – Apresentação do nº2 da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicada ao tema Encontro Ocidente-Oriente
arevistaentre.blogspot.com
Organização: “Projecto Filosofia e Religião” do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
Apoios: Câmara Municipal de Lisboa / União Budista Portuguesa / Revista Cultura ENTRE Culturas
Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas – www.uniaobudista.pt
diálogos e cruzamentos
(nos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa)
10-11 de Novembro
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa
Na circunstância oportuna dos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa e da passagem em Lisboa, Porto e Funchal de uma Exposição de Relíquias Budistas, pretende-se reflectir sobre alguns aspectos centrais do constante, e cada vez mais evidente, diálogo e entrelaçamento Oriente-Ocidente.
Além de se dar voz a uma nova geração de jovens investigadores nacionais e estrangeiros, destaca-se a presença do Professor François Jullien, professor da Universidade de Paris VII, director do Instituto do Pensamento Contemporâneo e do Centro Marcel Granet. Eminente especialista da cultura chinesa, tem mais de 20 obras publicadas em cerca de 20 países sobre o pensamento chinês e o seu contraste com a filosofia europeia, repensando a essa luz a própria identidade cultural europeia-ocidental.
Uma iniciativa do Projecto “Filosofia e Religião”, do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da União Budista Portuguesa e da revista Cultura ENTRE Culturas.
Comissão Organizadora: Paulo Borges, Carlos João Correia, Carlos Silva
Programa:
4ª feira, 10 de Novembro – Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
9.30 – Abertura
10.00 – 10.25 - António Faria, Teosofia, Sāṁkhya-Yoga e Buda Dharma
10.25 – 10.50 - Filipa Afonso - O despertar do prisioneiro e a libertação do sonhador: a consistência do real no neoplatonismo do Pseudo-Areopagita e no Advaita Vedanta de Sankara
10.50 – 11.15 - Ricardo Ventura, «A Breve noticia dos erros, que tem os Gentios do Comcão na Índia», atribuível a João de Brito, no contexto dos tratados seiscentistas sobre o "gentilismo"
11.15 – 11.45 – Debate e intervalo
11.45 – 12.10 – Paula Morais, O feminino no Yoga primordial e no século XXI
12.10 – 12.35 - Fabrizio Boscaglia, A sabedoria de Omar Khayyâm entre Oriente e Ocidente
12.35 – 13.00 – Antonio Cardiello, Perspectivas de intercultura filosófica em Nishida Kitarō
13.00 – 13.15 – Debate e intervalo para almoço
14.30 – 14.55 – Beatriz Lobo, Ecos do Oriente na obra wagneriana
14.55 – 15.20 – Dirk Hennrich, A noção do Oriente em Vilém Flusser
15.20 – 15.45 – Rui Lopo, Budismo, niilismo e orientalismo. Ismo?
15.45 – 16.15 – Debate e intervalo
16.15 – 16.40 – José Eduardo Reis, Quadros de uma exposição ideal do Oriente na Literatura Portuguesa
16.40 – 17.05 – Bruno Béu, Eu metafísico e âtman: a suspeita de Vergílio Ferreira sobre a orientalidade do "seu" eu.
17.05 – 17.30 – Paulo Borges, Fernando Pessoa no Tibete: Bar-do e “King of Gaps”
17.30 – 18.00 – Debate e intervalo
18.00 – 19.00 - Apresentação do livro Descobrir Buda, de Paulo Borges, e pré-apresentação do nº2 da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicada ao tema Encontro Ocidente-Oriente.
19.00 – 20.00 - François Jullien, Quel dialogue philosophique entre la Chine et l’Occident?
5ª feira, 11 de Novembro – Sala do Arquivo dos Paços do Concelho (Câmara Municipal de Lisboa, Largo do Município)
15.00 - Abertura
15.30 - 16.00 - Carlos João Correia, Oriente/Ocidente: a questão da identidade pessoal (presença a confirmar)
16.00 – 16. 30 – José Carlos Calazans, Comunidades e Migrações entre Índia, África e Europa
16.30 – 17.00 - Ana Cristina Alves, Metamorfoses do corpo sagrado nas biografias de Jesus Cristo e do Buda Histórico
17.00 – 17.30 – Debate e intervalo
17.30 – 18.00 - Miguel Real, “Viagem à Índia” de Gonçalo M. Tavares
18.00 – 18.30 - Carlos Silva, Sob o signo da dualidade: paralelo do Sâmkhya com o dinamismo de Anaxágoras
18.30 – 19.00 – Debate e intervalo
19.00 – 19.30 – Apresentação do nº2 da revista Cultura ENTRE Culturas, dedicada ao tema Encontro Ocidente-Oriente
arevistaentre.blogspot.com
Organização: “Projecto Filosofia e Religião” do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
Apoios: Câmara Municipal de Lisboa / União Budista Portuguesa / Revista Cultura ENTRE Culturas
Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas – www.uniaobudista.pt
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
"Se ama os livros, deixe-os em liberdade."
A ideia por detrás do projeto "bookcrossing" está ligada ao movimento internacional de BookCrossing, cujo mote é: "Se ama os livros, deixe-os em liberdade."
Trata-se de um movimento a nível mundial que encoraja as pessoas a distribuir, dividir e a partilhar livros. A ideia é simples: basta deixar um livro em qualquer local público onde seja fácil de encontrar, ou então levar um que alguém tenha deixado. Para entrar neste projecto, basta ir ao website, registar o livro, e anotar um determinado código e, finalmente, deixá-lo num avião, no metro, num parque ou num tronco de árvore, como acontece na cidade de Berlim. No fundo, a ideia é estabelecer uma cadeia que permita acalentar o sonho de transformar o mundo numa gigantesca biblioteca.
O pai do projeto, Ron Horn-baker, quer que o mundo se torne numa livraria gigante e livre; segundo o website www.bookcrossing.com, quase 900 mil pessoas estão envolvidas neste "leva e traz", num total de quase sete milhões de livros em 132 países, sendo que nos primeiros lugares aparecem os Estados Unidos e a Alemanha e, em nono lugar, Portugal.
Na sua opinião que medidas poderiam ampliar o hábito de leitura em língua portuguesa?
Margarida Castro
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Fontes consultadas;
http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1700070
http://www.bookcrossing-portugal.com/bookcrossing.htm
http://www.blogacesso.com.br/?p=2409
Trata-se de um movimento a nível mundial que encoraja as pessoas a distribuir, dividir e a partilhar livros. A ideia é simples: basta deixar um livro em qualquer local público onde seja fácil de encontrar, ou então levar um que alguém tenha deixado. Para entrar neste projecto, basta ir ao website, registar o livro, e anotar um determinado código e, finalmente, deixá-lo num avião, no metro, num parque ou num tronco de árvore, como acontece na cidade de Berlim. No fundo, a ideia é estabelecer uma cadeia que permita acalentar o sonho de transformar o mundo numa gigantesca biblioteca.
O pai do projeto, Ron Horn-baker, quer que o mundo se torne numa livraria gigante e livre; segundo o website www.bookcrossing.com, quase 900 mil pessoas estão envolvidas neste "leva e traz", num total de quase sete milhões de livros em 132 países, sendo que nos primeiros lugares aparecem os Estados Unidos e a Alemanha e, em nono lugar, Portugal.
Na sua opinião que medidas poderiam ampliar o hábito de leitura em língua portuguesa?
Margarida Castro
in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br
Fontes consultadas;
http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1700070
http://www.bookcrossing-portugal.com/bookcrossing.htm
http://www.blogacesso.com.br/?p=2409
Etiquetas:
"bookcrossing",
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