sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ribeirão Preto merece coisa melhor

Sem fazer muita força poderemos constatar a existência de estereótipos em nossa cidade:

- Boba alegre: ou “patricinha desmiolada”. Tem o hábito de falar ao celular enquanto dirige(?) e dá gostosas gargalhadas enquanto não enxerga o trânsito ao redor. Geralmente é loira de farmácia e anda em bandos. Outra variedade do grupo “Sem noção”.

- Botinudo: também conhecido por “agroboy”. Destaca-se pela pouca discreção de seus caminhaozinhos urbanos e pelo berreiro que deles emana, no maior volume possível: “O destino levou minha amada, por favor tenha pena de mim...”. Quase sempre é fruto de dinheiro novo.

- Bundão: mantém uns prudentes 50 m de distância do carro à frente, não importando as circunstâncias: “ouviu dizer” que assim é melhor. Sua mãe é lembrada sempre que se atreve a entrar em uma preferencial. Também acredita que fazer uma curva a mais de 20 km/h é capotamento na certa.

- Cachorro louco. Motoboys, mototaxistas e motoqueiros em geral (motociclista é outro papo). Indivíduos revoltados que desforram sua frustração nas portas e nos retrovisores alheios, quando não estão se matando em acidentes de trânsito absurdos. Em países civilizados sua existência somente seria aceita nas prisões.

- Cafageste: estaciona em vagas para deficientes físicos quando na realidade se comporta como um deficiente mental. Não é privilégio das classes abastadas nem de algum dos vários sexos conhecidos. É, de longe, o mais desprezível.

- Criminoso: o meliante que dirige embriagado ou o que “acha” que dá para passar por um sinal já vermelho. Merece açoitamento público. É a mais democrática manifestação do brazilian way of drive.

- Dono do mundo: trafega ocupando todas as faixas possíveis, e considera insulto pessoal qualquer tentativa de ultrapassagem.

- Foragido da escola: muito frequente, desconhece barreiras socias, de sexo ou outras. Desafia as leis da Fìsica ao frear no meio de uma curva ou ao se esquecer de fazê-lo em algum momento.

- Hello Kitty: praga urbana moderna. Começou com o baixo custo das motocicletas de pequena cilindrada. O capacete cor-de-rosa com um adesivo da Hello Kitty reflete o estado de amadurecimento emocional da criatura a pilotar. Pertence ao grupo “Sem noção”. Coisa de pobre.

- Jeca-tatu: motoristas que saem da pachorra de seus grotões para se sentirem inseguros no feérico tráfego de Ribeirão. Desastre certo.

- Madame deslumbrada: sub-espécie do grupo “Sem noção”, composto por profissionais do casamento que não se tocam de que não estão dirigindo no quintal de casa. Coisa de novo-rico.

- "Pois é": condutor de ruínas que largam pedaços de lataria pela rua, geralmente sem paciência com os outros, como se estes fossem responsáveis pelo miserê ostentado. Se apenas os veículos sem condições fossem retirados de circulação já seria um alívio. Se os motoristas idem também o fossem seria o paraíso, mas aí já é pedir muito.

- Rohypnol: leva uma eternidade para notar que o semáforo ficou verde ou que a fila andou. Deve ser moda por aqui.

- Sem noção: transcende gênero, classe social e idade. É aquela gente que aciona o pisca-pisca (quando muito) e faz uma manobra irracional, como estar na faixa mais à esquerda de uma rotatória e de repente resolver virar à direita (o argumento “mas eu dei seta” é de chorar). Também conhecido como mula-sem-cabeça. É o que mais se vê.

- Troglodita: acha que pode resolver toda e qualquer diferença no grito ou na porrada. Um caso exemplar do que a falta de sexo pode fazer com a cabeça de algumas pessoas.

- Velho de chapéu. Um clássico ora em extinção, para nosso relativo sossego.
Faltou o verbete “omisso”, mas ele diria respeito mais à Transerp e às autoridades ditas responsáveis do que aos lamentáveis condutores acima descritos.

Ficou alguém de fora? O espaço é seu, manifestem-se.

Paulo Arruda

1 comentário:

AAG News disse...

O Paulo Arruda, é de Ribeirão Preto-Brasil, espero que venha a colaborar também com este Blogue, já fez referência e demonstrou agrado pela publicação do seu post aqui no "Estudo Geral", a Lusofonia é intercambio eclético e a língua portuguesa é o grande meio de comunicação do séc.21, o V Império é já agora.

Ver aqui: http://sosribeiraopreto.blogspot.com/2010/12/sorry-periferia.html